Fenologia reprodutiva em áreas de restauração ativa e passiva de floresta estacional semidecidual
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Toscan, Maria Angélica Gonçalves
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Resumo
Resumo: A fenologia da floração e da frutificação pode informar sobre a reprodução das espécies vegetais e a disponibilidade de recursos para a fauna em ambientes naturais ou em restauração, permitindo inferir aspectos da dinâmica e da sustentabilidade desses ecossistemas O presente trabalho teve como objetivo (I) comparar a fenologia reprodutiva (floração e frutificação) de espécies arbóreas em áreas de restauração passiva de Floresta Estacional Semidecidual de Mata Atlântica (duas florestas secundárias; estágio avançado (FS1) e intermediário (FS2) de sucessão) e áreas de restauração ativa (reflorestamentos de duas idades, inicial 13 anos (SR1) e avançado 37 anos (SR2)), usando como referência um fragmento de floresta madura (FM), localizado no oeste do estado do Paraná, Brasil; e (II) comparar a disponibilidade de espécies e indivíduos em frutificação de espécies arbóreas zoocóricas para a comunidade frugívora entre as mesmas áreas A fenologia da floração (botão e antese) e da frutificação (frutos imaturos e maduros) de 124 espécies (8 zoocóricas) foi analisada mensalmente por 24 meses, quanto à similaridade florística das espécies com a floresta de referência, à riqueza de espécies em cada fenofase, à sazonalidade das fenofases, às relações da floração e da frutificação com as variáveis meteorológicas e à disponibilidade de espécies zoocóricas em frutificação para a fauna associada As espécies amostradas na restauração passiva apresentaram maior similaridade florística com a floresta de referência que a restauração ativa A riqueza de espécies encontradas nas áreas de restauração em cada fenofase e ao longo do ano foi inferior em relação à área de referência, esta com a maior riqueza, seguida de FS1 e SR2, de FS2 e de SR1 A floração foi sazonal, com maior concentração na primavera (setembro a dezembro) A sazonalidade na frutificação foi ausente, pois esta tende a ser mais distribuída ao longo do ano O comprimento do dia foi a variável que mais influenciou a floração e a frutificação As áreas com maior disponibilidade de espécies zoocóricas e distribuídos de forma mais constante ao longo do ano foram FM, FS1 e SR2, onde não houve sazonalidade na frutificação das espécies zoocóricas Em SR2, foram amostradas espécies não nativas, o que gerou alteração na fenologia reprodutiva, sendo que com todas as espécies amostradas, SR2 não apresentou sazonalidade para todas as zoocóricas, porém passou a ser sazonal com o expurgo das exóticas FS2 e SR1, apresentaram sazonalidade na frutificação das zoocóricas, destas FS2 apresentou grande porcentagem de suas espécies florescendo e frutificando, e SR1 apresentou os menores valores e a menor disponibilidade de recursos florais e de frutos Apesar das diferenças entre as áreas estudadas, todos os sítios de restauração são importantes fontes de recursos em uma matriz composta por atividades agropecuárias
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Palavras-chave
Ecologia vegetal, Fenologia vegetal, Floresta, Restauração, Plant ecology, Plant phenology, Forest restoration