Comparação entre o monitor não invasivo de pressão intracraniana Braincare® e a ressonância magnética de alto campo para presumir hipertensão intracraniana em cães

Data

2023-08-15

Autores

Santos, Iago Smaili

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Resumo

A pressão intracraniana (PIC) é a soma das pressões exercidas no interior do eixo cranioespinhal. O crânio contém três componentes: parênquima encefálico, sangue e líquido cefalorraquidiano (LCR). A complacência intracraniana é a capacidade de acomodação entre essas estruturas a partir das mudanças de volume interno e o padrão ouro de avaliação da PIC é a monitorização invasiva, porém na medicina veterinária ainda é pouco utilizada na rotina clínica, devido aos riscos de infecção, hemorragias e custo elevado. Dessa forma, abre espaço para os métodos não invasivos, como a fundoscopia ocular, diâmetro da bainha do nervo óptico (DBNO), ultrassom ocular e transcraniano, tomografia computadorizada (TC), ressonância magnética (RM) e, mais recentemente, a elasticidade craniana. Visto isso, o objetivo desse estudo foi comparar duas técnicas não invasivas, a RM de alto campo e o monitor de elasticidade craniana Braincare®, em cães com afecções encefálicas submetidos ao exame de RM. Foram incluídos 43 cães encaminhados para a realização do exame de RM e, previamente ao exame de imagem, foram submetidos à anestesia geral com utilização de propofol para indução anestésica por via intravenosa (dose-efeito) e manutenção anestésica por via inalatória com isofluorano 100%. Foram monitorados entre 3 a 8 minutos com o monitor não invasivo e, posteriormente, encaminhados para o exame de RM. Os animais foram classificados em 2 grupos, tanto pelo monitor quanto pelo conjunto de alterações pela RM, sendo eles: hipertensão intracraniana (HIC) presumida e PIC normal. Pelo monitor Braincare®, a média geral da razão P2/P1 nos 43 cães foi 0,95 ± 0,30. Destes, 29 (59,2%) apresentaram razão P2/P1 > 0,8 com mediana de 1,02 [0,93 – 1,23], sugerindo perda da complacência intracraniana. Nos 14 cães (40,8%) com relação P2/P1 < 0,8, sugerindo complacência intracraniana preservada, a mediana foi de 0,65 [0,54 – 0,75]. Houve diferença estatística significativa entre os grupos em relação a razão P2/P1 (p<0,001). Adicionalmente, foi realizada a comparação destes dois grupos em relação ao DBNO/peso, sendo demonstrada diferença estatística entre eles, com valores significativamente maiores da razão DBNO/peso no grupo com P2/P1 > 0,8. Já pela RM, 19 cães (44,2 %) foram classificados com HIC presumida e 24 (55,8%) com PIC preservada, não havendo diferença estatística quanto à razão P2/P1 nesses grupos. Portanto, foi possível realizar a monitoração não invasiva das ondas da PIC com o monitor Braincare® em cães anestesiados na rotina clínica veterinária, no entanto, não houve associação significativa entre as modalidades utilizadas. Já a correlação do parâmetro DBNO/peso com a razão P2/P1, pode auxiliar na classificação em provável HIC.

Descrição

Palavras-chave

Canis familiaris, Hipertensão intracraniana, Neuroimagem, Complacência intracraniana, Encefalopatias

Citação