Indicadores de qualidade de um serviço de atendimento móvel de urgência

Data

2024-01-26

Autores

Ludwig, Erika Fernanda dos Santos Bezerra

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Resumo

Introdução: Os indicadores são representações quantificáveis para avaliação de qualidade dos serviços de saúde, porém são subutilizados nos sistemas de atendimento às urgências e emergências Objetivo: analisar os indicadores de qualidade de um Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), referente aos chamados para motivos clínicos e traumáticos demandados à Central de Regulação de Urgências (CRU). Método: estudo analítico, transversal, retrospectivo, realizado em um SAMU, situado no Estado do Paraná, que presta atendimento a 21 municípios, regionalizado em Polo A e B. A coleta de dados foi realizada em 13.326 Relatórios de Atendimento do Socorrista (RAS), referentes aos anos de 2019 e 2020. Adotou-se como referencial metodológico, a tríade de Donabedian - estrutura, processo e resultado, considerando indicadores de estrutura o RAS, o número de recursos móveis e o dimensionamento de recursos humanos; indicadores de processo a quantidade de chamadas, o número geral de ocorrências, os horários e dias da semana com maior demanda, o sexo e faixa etária dos pacientes, os motivos dos chamados para atendimento, a taxa de saída dos recursos móveis, a localização do atendimento e o tempo de resposta; indicador de resultado o desfecho do atendimento. As variáveis foram associadas pelo teste de Qui-Quadrado de Pearson, as funções de sobrevida foram calculadas com estimador de Kaplan-Meier, utilizando o teste de Log-rank para comparação e Regressão de Cox para análise do risco de óbito. Resultados: O indicador RAS demonstrou ausência no padrão de comunicação e incompletude de dados (35,5%); o número de recursos móveis totalizou 16 Unidades de Suporte Básico (USB) e quatro Unidades de Suporte Avançado (USA), quantitativo superior ao preconizado pelo Ministério da Saúde (MS), mas com falhas mecânicas de veículos (36), equipamentos (17) e de macas (20). O dimensionamento de recursos humanos identificou baixa rotatividade, pois os profissionais eram estatutários (92,3%). A taxa média de chamadas foi 168,2 por mil habitantes, destas 70,67% culminaram com despacho de recurso móvel, predomínio no turno da manhã (p=0,002), para homens (p<0,001), idosos (p<0,001), chamados por motivos clínicos (86,3%) e atendidos prioritariamente pela USB (78,9%). O indicador tempo de resposta do atendimento teve média de 58,7 minutos e o desfecho demonstrou maior número (83,2%) e razão de risco (HR=4.26) de óbitos no Polo B por limitação na equidade de acesso ao serviço. A razão de risco para óbito foi maior para os motivos de solicitação sensíveis ao tempo em comparação com outras causas (HR=0.17), no ano de 2020 (HR=2.09) e em atendimento pela USA (HR=21.51). Conclusão: É imprescindível equalizar o acesso ao SAMU em estudo, bem como reduzir o tempo de resposta do atendimento, com revisão do sistema regional, que culmine com a diminuição de óbitos às causas sensíveis ao tempo.

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Palavras-chave

Serviços médicos de emergência, Ambulância, Indicadores de gestão, Gestão em saúde, Análise de sobrevida, Mortalidade, Enfermagem

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