Índice de risco para infecção à leishmaniose tegumentar americana (LTA) em áreas urbanas
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Marques, Américo José
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Resumo
Resumo: A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) constitui um grave problema de saúde pública no Brasil e é notificada em todos os estados brasileiros Essa doença apresenta diversidade de agentes, hospedeiros, reservatórios, situação epidemiológica e vetores e ocorre em diferentes ecossistemas, resultando em distintos e complexos padrões de transmissão que dificultam seu controle O objetivo principal deste trabalho é identificar as condições geográficas que constituem, potencialmente, fatores de risco associados aos casos autóctones de LTA Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde mostram as ocorrências autóctones nos municípios brasileiros e foi constatado que surgiram 181767 novos casos autóctones da LTA, com maior concentração nos estados do Norte e Nordeste e, à medida que se distancia dessas regiões em direção às demais, o número de casos diminui O limiar entre o maior e menor número de ocorrências ocorre na transição do clima tropical para o subtropical, onde o Trópico de Capricórnio corta a região Sul do Brasil, mais especificamente no estado do Paraná Verificou-se que na região sul do Brasil foram registradas 3287 novas ocorrências, das quais 2927 foram notificadas somente no Paraná, que corresponde a 89% das ocorrências da região Sul do Brasil Ainda, desses 2927 casos 1896 foram registradas nas áreas urbanas, ou seja, mais de 57% Esse número de origem paranaense fez com que a região Sul, proporcionalmente, superasse às demais regiões do Brasil em relação às ocorrências da LTA em ambientes urbanos Nesta tese se optou por estudar as ocorrências autóctones da doença nas áreas urbanas paranaenses A seleção das sete cidades, entre as 399 possíveis, foi feita com base no número de ocorrências autóctones Levou-se em consideração as cidades com maior número de casos As cidades selecionadas foram, em ordem decrescente de casos: Cianorte (156), Bandeirantes (18), Londrina (9), Terra Boa (62), Umuarama (59), Foz do Iguaçu (52) e Maringá (44), totalizando 571 ocorrências, o que representa 35% de todos os casos autóctones nas áreas urbanas das cidades do Paraná Para elaborar um modelo que explique o comportamento da distribuição espacial da doença, cada caso foi mapeado e georreferenciado e computados valores distâncias radiais entre o caso e o provável local de origem da infecção A superfície de risco foi modelada pelo Método dos Mínimos Quadrados e a validação dos modelos gerados foi feita pelo Coeficiente de Correlação de Pearson para garantir a aplicação do Fator de Risco A utilização de modelos matemáticos para se definir o Fator de Risco permitiu relacionar os casos da doença com as regiões de matas e o resultado alcançado permite reproduzir um cenário bem próximo da realidade, mesmo sem considerar outras variáveis relacionadas com o processo de transmissão da LTA Posteriormente, foi realizado o cálculo do Índice de Risco para Infecção à LTA pelo cruzamento dos valores dos Fatores de Risco obtidos e da população residente nos setores censitários A partir da análise dos mapas de risco gerados, verificou-se um comportamento padrão para as cidades pesquisadas Com algumas exceções referentes à localização das áreas de maior risco nas cidades de Bandeirantes, que apresentou uma área com Muito Alto risco próximo a região central, e Foz do Iguaçu, que também apresentou igual classe de risco próximo ao centro, as áreas periféricas foram as que tiveram os cenários mais preocupantes
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Palavras-chave
Geografia médica, Análise espacial (Estatística), Leishmaniose, Modelagem matemática, Medical geography, Leishmaniasis