A narrativa insólita de A viagem de Chihiro, de Hayao Miyazaki

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Resumo: O objetivo deste trabalho é demonstrar e analisar o percurso narrativo no qual o diretor japonês Hayao Miyazaki apresenta a evolução de sua personagem principal, a menina Chihiro, no longa-metragem de animação A Viagem de Chihiro (21) Este percurso apresenta-se em duas ambientações, os mundos primário e secundário, aqui chamados de mundo-aqui e outro-mundo Serão historiados os filmes de Miyazaki produzidos no Studio Ghibli, com protagonistas femininas, e, especialmente, seus traços que remetem ao maravilhoso e ao fantástico, partindo-se previamente das definições destes termos dadas pelo crítico Tzvetan Todorov, seguidas por outras visões neste campo nos trabalhos das teóricas Irène Bessière e Maria Nikolajeva Tendo essas definições em mente, será analisada a inserção do modo fantástico e das modalidades de interpretação nos filmes selecionados de maneira a presentar o trajeto do diretor rumo ao fantástico que resultou no longa-metragem A viagem de Chihiro Para examinar o filme escolhido, utilizar-se-á um processo indutivo de análise do longa-metragem de animação sequência a sequência, tendo como ferramentas de análise principais os estudos sobre funções e esferas de ação desenvolvidas pelo folclorista russo Vladímir Propp na década de 192, na obra Morfologia do conto maravilhoso O acompanhamento do processo de maturação da heroína será observado através da evolução de algumas funções de Propp e da sua relação com outros personagens, pertencentes a outras esferas de ação proppianas As sequências da animação, objetos desta observação, serão comparadas com o conceito de rito de passagem do antropólogo Arnold Van Geenep Paralelamente, serão estudadas as fontes religiosas, mitológicas e folclóricas japonesas nas quais o diretor Hayao Miyazaki inspirou-se, por meio dos trabalhos das antropólogas Gergana Petkova, Birgit Staemmler e Carmen Blacker, da crítica literária Noriko Reider e do psicólogo Hayao Kaway Espera-se, assim, observar as múltiplas leituras que se podem extrair da narrativa de A Viagem de Chihiro sem a necessidade de se ater a uma distinção reducionista de realidade ou fantasia, aproveitando as modalidades narrativas miméticas e simbólicas como os fatores que propiciam a movimentação entre as interpretações da obra, vendo seus aspectos paralelos de narrativa maravilhosa e fantástica

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Palavras-chave

Animação (Cinematografia), O Fantástico, O Maravilhoso, Animation (Cinematography), Fantastic, The, Marvelons, The

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