Mulheres invisibilizadas: a experiência afetiva de entrega de um filho para adoção

dc.contributor.advisorMansano, Sonia Regina Vargas
dc.contributor.authorSantos, Gisele Castanheira dos
dc.contributor.bancaCarvalho, Paulo Roberto
dc.contributor.bancaFerrazza, Daniele de Andrade
dc.coverage.extent178 p.
dc.coverage.spatialLondrina
dc.date.accessioned2024-09-09T14:22:39Z
dc.date.available2024-09-09T14:22:39Z
dc.date.issued2023-07-28
dc.description.abstractA entrega de um filho para adoção passou a ser mediada pelo Poder Judiciário a partir da implementação da lei 12.010 de 2009, que alterou o Estatuto da Criança e do Adolescente. Essa alteração legislativa visou garantir segurança às crianças, em oposição ao seu abandono ou comercialização. Ainda que o procedimento seja previsto em lei, as mulheres que entregam os filhos para adoção são expostas a julgamentos e censuras advindos do meio social que silenciam e abafam os afetos envolvidos nessa experiência. Diante disso, a presente pesquisa teve como objetivo dar voz e visibilidade aos afetos, investigando de que maneira as mulheres vivenciaram a experiência da entrega de um filho para adoção. Para tanto, utilizou como embasamento teórico os pressupostos da Psicologia Social, abordando os processos sociais, culturais e históricos que impuseram uma disciplina aos corpos femininos, contribuindo para a invisibilização e a desqualificação das mulheres que optam por entregar os filhos para adoção. Para alcançar o objetivo traçado, foi escolhida a metodologia qualitativa, com uso da estratégia da história oral, levantada por meio de entrevistas semiestruturadas e análise de documentos, sendo consultadas legislações e processos judiciais. A unidade de análise foi composta por quatro mulheres que entregaram os filhos para adoção, cujo procedimento ocorreu na Vara da Infância e da Juventude em uma comarca do interior do Paraná após a implementação da lei 12.010 de 2009. Os dados foram organizados e analisados em articulação com o referencial teórico a partir de três eixos temáticos: 1) a instituição maternidade, formulada a partir de uma construção histórica e social que impôs à mulher a função idealizada de procriar e prover cuidados aos filhos; 2) o controle exercido diante da decisão das mulheres que entregam os filhos para adoção, em intervenções das equipes da Saúde, da Assistência Social e do Poder Judiciário; 3) a invisibilidade da experiência das mulheres que entregam seus filhos para adoção e a noção de sustentabilidade afetiva. Como resultado, foi possível compreender que as participantes vivenciaram a experiência da entrega de um filho para adoção em um estado de desalento e aprisionamento subjetivo. A falta de apoio e suporte do meio social no período gestacional foi seguida de intervenções dos familiares e profissionais envolvidos nesse processo que, algumas vezes, ganharam contornos rudes e violentos diante da intenção da entrega dos filhos para adoção, repercutindo em uma atitude de silenciamento como forma de autoproteção das mulheres. Os afetos vivenciados pelas participantes nessa experiência são múltiplos: arrependimento, sofrimento e autocensura, mas há também inclinações potencializadoras, como alegria, amor e esperança por um futuro encontro com o filho. Ao final do estudo, compreendemos que sustentar a diversidade de afetos manifestos em uma experiência tão delicada como a entrega de um filho para adoção requer a formação de profissionais atentos e sensíveis à diversidade humana expressa em afetos que, por vezes, são difíceis de ser expressos, sustentados e elaborados em um cenário que tende muito mais a convicções normativas
dc.description.abstractother1Child placement for adoption became mediated by the Judiciary after the implementation of the law 12.010 from 2009, which amended the Child and Adolescent Statute. This legislative change aimed to ensure the safety of children, as opposed to their abandonment or commercialization. Although it is a legal process, women who give their children up for adoption are exposed to judgment and censure from the social environment that silence and muffle the affection involved in this experience. Therefore, this research aimed to lend voice and visibility to these affections, investigating how women experienced giving a child up for adoption. To that end, the present study lays its theorical foundation on the premises of Social Psychology, addressing the social, cultural, and historical processes that have imposed a discipline on female bodies, contributing to the invisibility and disqualification of women who choose to give their children up for adoption. To achieve the set objective, the qualitative methodology was chosen, with the use of the oral history, through semi-structured interviews and document analysis, consulting legislation, and judicial processes. The unit of analysis was composed of four women who gave their children up for adoption, whose process occurred at Childhood and Youth Court in a town located in the countryside of Paraná after the implementation of the law 12.010 from 2009. The data was organized and analyzed in articulation with the theoretical framework in three thematic axes: 1) the institution of motherhood, built of a historical and social convention which has imposed on women the idealized function of procreating and providing care to their children; 2) the control exercised on the decision of women who give their children up for adoption, through interventions of Health, Social Assistance, and Judiciary teams; 3) the invisibility of the experience of women who give their children up for adoption and the notion of affective sustainability. As a result, it was possible to understand that the participants experienced the process of voluntary termination in a state of discouragement and subjective imprisonment. The lack of support from the social environment during the gestational period was followed by interventions of the professionals involved in this process and of family members who, sometimes, were cruel and violent when faced with the intention of giving a child up for adoption, resulting in an attitude of silencing as a form of self-protection from the women’s part. The affections experienced by the participants are multiple: regret, suffering, and self-censorship, there are also, on the other hand, potentializing inclinations, such as joy, love, and the hope for a future meeting with the child. At the end of the study, we understand that to sustain the diversity of affections manifested in such a delicate experience as giving a child up for adoption requires the training of professionals who are attentive and sensitive to human diversity expressed in affections which are sometimes difficult to be voiced, sustained, and elaborated in a scenario much more inclined towards normative convictions
dc.identifier.urihttps://repositorio.uel.br/handle/123456789/17465
dc.language.isopor
dc.relation.departamentCCB - Departamento de Psicologia Social e Institucional
dc.relation.institutionnameUniversidade Estadual de Londrina - UEL
dc.relation.ppgnamePrograma de Pós-Graduação em Psicologia
dc.subjectEntrega
dc.subjectFilho
dc.subjectAdoção - Aspectos psicológicos
dc.subjectMulheres - Adoção
dc.subjectInfância
dc.subjectJuventude
dc.subject.capesCiências Humanas - Psicologia
dc.subject.keywordsGiving up
dc.subject.keywordsChild
dc.subject.keywordsAdoption
dc.subject.keywordsWomen - Adoption
dc.subject.keywordsChildhood
dc.subject.keywordsYouth
dc.titleMulheres invisibilizadas: a experiência afetiva de entrega de um filho para adoção
dc.title.alternativeInvisibilized women: the affective experience of giving a child up for adoption
dc.typeDissertação
dcterms.educationLevelMestrado Acadêmico
dcterms.provenanceCentro de Ciências Biológicas

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