Avaliação do Efeito de Sólidos Suspensos por Meio de Análises Fisiológicas E Comportamentais em Peixes
Data
2025-01-18
Autores
Yamasaki, Alice Akemi
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Resumo
A presença de sólidos suspensos e consequente turbidez em ambientes aquáticos é um fenômeno comum. No entanto, níveis elevados, como os observados em corpos d'água afetados por escoamento superficial em áreas sem a devida proteção ripária, ou no caso de desastres ambientais, como em rompimento de barragens de mineração, podem causar impactos severos a organismos aquáticos, incluindo estresse fisiológico, alterações comportamentais, danos branquiais e, em casos extremos, mortalidade. Este estudo teve como objetivo avaliar os efeitos da exposição a diferentes níveis de turbidez (100, 300 e 900 Unidades Nefelométricas de Turbidez – UNT) durante 96 horas em três espécies de peixes (Danio rerio, um peixe-modelo, Astyanax lacustris, uma espécie nativa e Oreochromis niloticus, uma espécie exótica). Foram analisadas respostas fisiológicas e comportamentais por meio de testes de respirometria, resistência natatória e medição dos níveis glicêmicos. Os resultados demonstraram que mesmo em turbidez inferior a 900 UNT os indivíduos já apresentaram respostas fisiológicas e comportamentais significativas, como observado em D. rerio, e mortalidade precoce de A. lacustris e O. niloticus. O trabalho também assinala o potencial aumento dos riscos que espécies exóticas representam sobre as espécies nativas em cenários adversos. Isso levanta questionamentos sobre os impactos a longo prazo da exposição a altos níveis de turbidez, especialmente em ecossistemas afetados por desastres ambientais. Além de substâncias potencialmente tóxicas transportados pelos rejeitos, a turbidez também contribui para a mortalidade da ictiofauna e deve ser considerada nas estratégias de monitoramento e recuperação ambiental.
Descrição
Palavras-chave
Turbidez, Respirometria, Resistência natatória, Zebrafish, Astyanax lacustris, Oreochromis niloticus, Estresse fisiológico