O exercício de transver o cuidado à pessoa com deficiência
dc.contributor.advisor | Bortoletto, Maira Sayuri Sakay | |
dc.contributor.author | Figueira, Desirée Ariane Modos | |
dc.contributor.banca | Seixas, Clarissa Terenzi | |
dc.contributor.banca | Lima, Josiane Vivian Camargo de | |
dc.coverage.extent | 47 p. | |
dc.coverage.spatial | Londrina | |
dc.date.accessioned | 2024-11-01T17:26:38Z | |
dc.date.available | 2024-11-01T17:26:38Z | |
dc.date.issued | 2022-10-13 | |
dc.description.abstract | A luta por direitos das pessoas com deficiência vem ganhando visibilidade no mundo desde a década de 70. Embora o Brasil tenha avançado na instituição de marcos legais para a garantia dos direitos das pessoas com deficiência, percebe-se a necessidade de produzir movimentos permanentes nos diversos âmbitos, jurídico, político e das próprias pessoas com deficiência em torno da legitimação da ideia de deficiência para além de um corpo disfuncional. Romper com a norma que impõe padrões e controles é um desafio para a sociedade, que além de não aceitar o diferente, age com preconceito e discriminações. Nesse sentido, este estudo teve como objetivo cartografar a produção do cuidado à pessoa com deficiência que resiste em um mundo normativo. Para tanto, realizou-se uma pesquisa qualitativa de abordagem cartográfica. A escolha do município se deu por se tratar de um importante polo econômico, referência para a região de saúde, além de conter uma significativa população de pessoas com deficiência e não possuir um centro especializado de referência. Como guia dessa cartografia, foi escolhido um usuário cidadão surdo, que após sofrer um evento de violência ficou paraplégico e, em razão disso, passou a ter comprometimentos de saúde que até hoje demandam cuidados específicos de diferentes serviços de saúde. No decorrer da pesquisa foi possível acessar algumas narrativas sobre o usuário em questão, e, a partir delas, identificou-se um recorrente relato sobre sua recusa à cartela de serviços ofertados pelas equipes de saúde. Este usuário sofreu com o preconceito e o julgamento moral. Foi julgado como uma vida que vale menos e isso refletiu de forma negativa na produção do seu cuidado. Recebeu diferentes rótulos, o de apenado, resistente e de usuário de difícil relacionamento. Além dos rótulos, carrega em seu corpo marcas de diferentes violências: físicas, emocionais e institucional. Essas marcas o compõem e refletem em seu modo de agir e em suas escolhas relacionadas ao cuidado que deseja para si. O encontro com Alexandre possibilitou um deslocamento no sentido de reconhecer a sua potência de vida e sua resistência para existir nesse mundo normativo. Reconhecemos que ele se apresenta como alguém capaz de ir contra os padrões hegemônicos socialmente instituídos. Seu posicionamento de resistência se efetiva em favor dos seus desejos, e no movimento que ele produz para ter seu corpo respeitado e sua existência reconhecida. Para além de aprendizados sobre as dificuldades e a violência sofrida pela pessoa com deficiência, as cartografias do território do cuidado em saúde de Alexandre evidenciam a necessidade de fomentar o debate sobre qual horizonte ético-político tem sido tomado como base para o agir dos trabalhadores de saúde no cuidado às pessoas com deficiência. Impõe-se o desafio de transver a deficiência no corpo para que sejam reconhecidas e legitimadas outras formas de existência e esse é um aprendizado que precisa ser compartilhado com gestores, trabalhadores e demais usuários do SUS. | |
dc.description.abstractother1 | The struggle for the rights of persons with disabilities has gained worldwide visibility since the 70's. Although Brazil has advanced in stablishing legal frameworks to guarantee the rights of people with disabilities, there is a need to produce permanent movements in different scopes - legal, political and among people with disabilities themselves - around the legitimization of the idea of disability beyond a dysfunctional body. Breaking with the norm that imposes standards and controls is still a challenge to society, which besides rejecting what is different, acts with prejudice and discrimination. In this sense, this study aimed to map the production of care for persons with disabilities who endure a normative world. A qualitative research with a cartographic approach was carried out for this purpose. The city was chosen for being a major economic hub, a reference for the health region, in addition to hosting a significant population of people with disabilities without a specialized center of reference. A deaf citizen user who became paraplegic after being assaulted and, as a result, began to have health problems that to this day require specific care from different health services, was nominated as a guide for this cartography. From the narratives about this user it was possible to identify a recurring report about his refusal to the list of services offered by the health teams. This user suffered prejudice and moral judgment and was viewed as a worthless life, which reflected negatively on the production of his care. He was labeled woeful, defiant and burdensome. In addition to the labels, his body carries several body marks from violence: physical, emotional and institutional. These scars compose him and reflect in his way of acting and his choices regarding his own care preferences. Meeting with Alexandre enabled to move towards recognizing his power of life and his resistance to exist in this normative world. We recognize that he presents himself as someone capable of going against socially instituted hegemonic standards. This positioning of resistance actualizes his desires and his efforts to have his body respected and his existence recognized. More than addressing the difficulties and violence suffered by persons with disabilities, the cartographies of the health care by Alexandre indicate the need to foster the debate on which ethical-political horizon guides healthcare professionals’ actions when assisting people with disabilities. It is important to dare to see beyond disabilities as to recognize and legitimize other forms of existence, and this understanding needs to be shared with managers, workers and other SUS users. | |
dc.identifier.uri | https://repositorio.uel.br/handle/123456789/18371 | |
dc.language.iso | por | |
dc.relation.departament | CCS - Departamento de Saúde Coletiva | |
dc.relation.institutionname | Universidade Estadual de Londrina - UEL | |
dc.relation.ppgname | Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva | |
dc.subject | Pessoas com deficiência | |
dc.subject | Cartografia | |
dc.subject | Política pública | |
dc.subject | Sistema único de saúde | |
dc.subject | Saúde pública | |
dc.subject.capes | Ciências da Saúde - Saúde Coletiva | |
dc.subject.cnpq | Ciências da Saúde - Saúde Coletiva | |
dc.subject.keywords | Disabled people | |
dc.subject.keywords | Cartography | |
dc.subject.keywords | Public policy | |
dc.subject.keywords | Health unic system | |
dc.subject.keywords | Public health | |
dc.title | O exercício de transver o cuidado à pessoa com deficiência | |
dc.title.alternative | The practice of seeing beyond the care for persons with disabilities | |
dc.type | Dissertação | |
dcterms.educationLevel | Mestrado Acadêmico | |
dcterms.provenance | Centro de Ciências da Saúde |
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