Atributos químicos e microbiológicos de um latossolo vermelho eutroferrico com aplicação de dejetos de suínos

Data

2019-12-18

Autores

Silva, Gabriela Machineski da

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Resumo

A utilização de dejetos de animais na agricultura como fertilizante orgânico visa suprir elementos essenciais para a nutrição das plantas, dispensa as fertilizações químicas, além de melhorar as qualidades físico-química e aumentar a biomassa microbiana do solo. Contudo, aplicações por longo período podem ocasionar desequilíbrio na disponibilidade de nutrientes no solo e até resultar em contaminação ambiental. Para monitorar essas mudanças, as avaliações da atividade biológica e da biomassa microbiana têm sido frequentemente utilizadas por serem mais sensíveis e eficientes para aferir, em curto e longo prazo, variações nas propriedades do solo. O presente estudo teve por finalidade avaliar os efeitos da aplicação contínua e por longo período de dejetos de suínos nos atributos químicos e na composição taxonômica e atividade enzimática dos micro-organismos em solos agrícolas do Estado do Paraná. Assim sendo, o estudo foi dividido em duas partes com os seguintes objetivos: i) avaliar as alterações dos bioindicadores microbianos e estabelecer sua correlação com a produtividade da soja em solos com aplicações anuais contínuas por 20 anos de diferentes doses de dejeto de suíno (0, 30, 60, 90 e 120 m3 ha-1 ano-1) e diferentes sistemas de preparos de solo (plantio direto, escarificação e preparo convencional); ii) avaliar as alterações nos indicadores químicos e biológicos e na estrutura da comunidade microbiana do solo após 20 anos de aplicação de diferentes doses de dejeto de suínos e comparar com as alterações causadas no primeiro ano de aplicação. Os resultados obtidos indicam que a aplicação contínua de dejetos suínos e os diferentes sistemas de preparo de solo interferem nos atributos químicos e microbiológicos do solo, aumentando a disponibilidade de nutrientes, a biomassa microbiana e a atividade biológica do solo, principalmente nas áreas manejadas sob sistema de plantio direto. O aumento das doses de dejeto também proporcionou aumento nos teores de nutriente, principalmente fósforo, na biomassa microbiana e na produtividade da soja. A produtividade da cultura de soja correlacionou-se positivamente apenas com a atividade da enzima arilsulfatase do solo. Na segunda parte do estudo foi possível observar que no primeiro ano da aplicação de dejetos de suínos ocorreu aumento na disponibilidade de nutrientes, porém ocorreu também um grande distúrbio na comunidade microbiana do solo, com aumento da taxa de liberação de CO2 e do quociente metabólico, mas sem alterar significativamente os grupos taxonômicos que compõem a comunidade microbiana do solo. Após 20 anos de aplicação anual contínua de dejetos de suínos no solo, principalmente nas doses igual ou maior que 90 m3 ha-1 ano-1, ocorreu aumento excessivo nos teores de alguns nutrientes, principalmente os teores de fósforo do solo, e causou alterações na composição da comunidade microbiana, aumentando a ocorrência dos filos Firmicutes e Acidobacteria que compõem a comunidade dos dejetos. Embora essa composição da comunidade microbiana tenha sido alterada, os resultados da atividade enzimática mostraram uma redundância metabólica, principalmente na atividade da enzima fosfatase no solo. Assim, com este estudo entende-se que as doses de dejetos de suínos aplicadas continuamente no solo por longos períodos devem ser ponderadas para evitar alterações negativas na qualidade química e biológica do solo e ocasionar contaminações ambientais

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Palavras-chave

Atividade enzimática, Bioindicadores, Chorume, Diversidade taxonômica, Diversidade funcional, Agronomia

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