Sinais e sintomas mentais e físicos apresentados por profissionais que prestaram assistência direta a pacientes com COVID-19: revisão sistemática e metanálise
Data
2023-01-27
Autores
Malaquias, Tatiana da Silva Melo
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Resumo
Introdução: A atuação dos profissionais de saúde na pandemia da COVID-19 recebeu notoriedade devido à dedicação e esforço deles em garantir o cuidado integral e humanizado. Entretanto, a maior exposição ao risco de contaminação em ambientes de trabalho com condições adversas produziu efeitos desfavoráveis sobre a saúde mental e física destes profissionais. Objetivo: Analisar a prevalência de sinais e sintomas mentais e físicos sobre os profissionais de saúde que prestaram assistência direta a pacientes com COVID-19. Método: Revisão sistemática da literatura e metanálise. A coleta de dados foi realizada em abril de 2021 nas bases de dados Pubmed, EMBASE, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Web of Science, Scopus, Cumulattive Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL), PsycINFO e LIVIVO. Foram utilizados os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e Medical Subject Headings (MeSH) combinados entre si por operadores boolianos AND e OR. Foram incluídos estudos epidemiológicos observacionais transversais, que descreveram a prevalência de sinais e sintomas mentais e físicos apresentados por profissionais de saúde que prestaram assistência direta a pacientes com COVID-19. Para a busca na literatura cinzenta utilizaram-se o OpenGrey, ProQuest Open e Google Scholar. A síntese narrativa foi orientada e redigida conforme recomendação dos manuais do Joanna Briggs Institute e do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA). Para os dados quantitativos, foram realizadas as metanálises representadas pelos gráficos florest plot. Resultados: Setenta e sete estudos foram incluídos. O idioma predominante foi o inglês (69), seguido do espanhol (6) e português (2). Os profissionais de saúde que cuidaram de pacientes com COVID-19 totalizaram 31.727 participantes, com idade média de 35,4 anos, e o sexo predominante foi o feminino (68%). A maioria dos estudos (88,4%) avaliou mais de uma categoria profissional: médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, dentistas, farmacêuticos, psicólogos, nutricionistas, fonoaudiólogos, assistentes sociais, parteiras, profissionais de nível técnico (laboratório e enfermagem), assistentes e auxiliares de saúde, radiologistas, paramédicos e outras não especificadas. Dos sinais e sintomas mentais, identificaram-se as seguintes prevalências: 56% de ansiedade (intervalos de confiança de 95% [IC]=44% a 67%, p>0,005), 48% de depressão (IC 95%=40% a 57%, p>0,01), 60% de estresse (IC 95%=47% a 73%, p>0,01), 54% de insônia (IC 95%=42% a 65%, p>0,05), 32% de transtorno do estresse pós-traumático (IC 95%=20% a 46%, p>0,01), 42% síndrome de burnout (IC 95%=34% a 50%, p>0,01). Os sinais e sintomas físicos mais prevalentes foram as lesões de pele relacionadas ao uso prolongado de equipamentos de proteção individual, aumento da frequência da lavagem das mãos e uso de álcool em gel. Conclusão: Os profissionais de saúde que cuidaram de pacientes com COVID-19 apresentaram uma alta prevalência de sinais e sintomas mentais e físicos. Estratégias de proteção devem ser elaboradas para assegurar melhores condições de saúde e trabalho aos profissionais em situações de crise emergenciais.
Descrição
Palavras-chave
Prevalência, COVID-19, Revisão sistemática, Profissionais de saúde, Saúde do trabalhador