Caracterização de linhagens de tomateiro portadores de alelos de amadurecimento e coloração
Data
2024-10-11
Autores
Diniz, Flávia Cristina Panizzon
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Resumo
A perecebilidade dos frutos de tomateiro associada a ineficiência de armazenamento, ao uso de embalagens inadequadas e a logística de distribuição ineficaz, faz com que, o tomate, ocupe o ranking das principais hortaliças com perdas em pós-colheita. Para reduzir a perecebilidade, as empresas de melhoramento genético e produção de sementes, tem empregado alelos mutantes de amadurecimento (rin, nor e norA) na confecção de híbridos, com o propósito de retardar o amadurecimento, aumentando a vida de prateleira. No entanto, a presença desses alelos, mesmo em heterozigose, afeta negativamente a coloração e sabor dos frutos, reduzindo a preferência do consumidor. Associar genes que melhorem a coloração externa e interna do fruto, como (ogc e hp), aos mutantes de amadurecimento, tem proporcionado bons resultados para melhoria da qualidade, porém, esses híbridos não estão disponíveis comercialmente. Diante do relatado, propomos nessa pesquisa, avaliar e selecionar potenciais linhagens de tomateiro, com boa adaptabilidade e estabilidade temporal, com background formado por alelos mutantes e genes de pigmentação, com potencial produtivo e qualidade bioquímica superior aos híbridos longa vida disponíveis no mercado. Foram fenotipadas 32 linhagens isogênicas com diferentes backgrounds para mutantes de amadurecimento e genes de pigmentação, além das estimativas de adaptabilidade e estabilidade fenotípica por meio de modelos matemáticos paramétricos e não paramétricos. As linhagens foram cultivadas em estufa com delineamento experimental de blocos cazualizados, com 14 repetições. Foram avaliados os componentes de produção e de qualidade de frutos. Para auxiliar na seleção foi aplicado o modelo proposto por Mulamba; Mock (1978) baseado na soma de postos e índice hierárquico dos genótipos. Foram selecionadas nove linhagens, com as melhores plantas dentro de cada grupo de genótipo: normal/crimson; crimson; alcobaça; rin; crimson/alcobaça; crimson/rin; alcobaça/rin e crimson/alcobaça/rin. As estimativas de adaptabilidade e estabilidade foram calculadas pelos modelos propostos por Wricke (1965), Cruz et al. (1989), Eberhart; Russel (1966) e Schmidt et al. (2011). Os resultados indicaram interação genótipo × ambiente, com linhagens de ampla adaptabilidade e estabilidade, assim como linhagens com adaptabilidade específica a ambientes favoráveis e desfavoráveis. As linhagens BPX-477C-25-05-04, BPX-477C-25-27- 15 e BPX-477C-25-05-04 foram as mais promissoras sendo ranqueadas como as melhores pelo teste de agrupamente de médias de Scott Knott, índice de Mulamba; (Mock, 1978) com adaptabilidade ampla geral, ordenadas nos quatro modelos matemáticos aplicados, além de backgroud composto por rin/norA/ogc. Estas linhagens produziram mais de 75 toneladas de frutos por hectare, médias muito acima do normalmente observado para linhagens de tomateiro do tipo salada. A coerência entre os métodos aplicados, demonstra a acurácia dos dados e, principalmente, a eficiência das seleções realizadas até a obtenção das linhas puras, avaliadas nesse ensaio, pois obteve-se linhagens produtivas, estáveis, com características de longa vida pós-colheita. O uso dessas linhagens em futuros cruzamentos traz a perspectiva de se obter híbridos que podemos considerar com extralonga vida e, com boa adaptabilidade e estabilidade produtiva.
Descrição
Palavras-chave
Solanum lycopersicum, Tomate extralonga vida, Fenotipagem, Índice de seleção, Pós-colheita, Tomate (Solanum lycopersicum L) - Cultivo, Tomate - Melhoramento genético