Associação entre o fator de necrose tumoral alfa e seus receptores solúveis com o diagnóstico de esclerose múltipla, incapacidade, progressão e formas clínicas

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Resumo: Introdução: A esclerose múltipla (EM) é uma doença inflamatória crônica desmielinizante, neurodegenerativa do sistema nervoso central e mediada pela resposta imune Sua etiologia é multifatorial e envolve a interação entre fatores genéticos, hormonais, ambientais e epigenéticos Diferentes mecanismos lesivos estão envolvidos na fisiopatologia da EM como a desregulação da resposta imune inata e adaptativa, estresse oxidativo, alterações metabólicas e disfunção mitocondrial Estes diferentes mecanismos podem explicar a heterogeneidade da doença quanto aos sintomas e formas clínicas, incapacidade, progressão da doença e resposta terapêutica apresentadas pelos pacientes acometidos O fator de necrose tumoral (TNF)-a e seus receptores estão entre os possíveis mediadores desta heterogeneidade Estudos que avaliam a associação entre o TNF-a e as formas solúveis de seus receptores sTNFR1 e sTNFR2 com as características clínicas e laboratoriais da EM em diferentes populações mundiais apresentam resultados conflitantes Objetivos: O objetivo do presente estudo foi avaliar se os níveis plasmáticos de TNF-a e dos seus receptores estão associados ao diagnóstico de EM, a incapacidade, progressão da doença e formas clínicas Métodos: Foram avaliados 168 pacientes com EM de ambos os sexos, com idade entre 18 a 7 anos atendidos no Ambulatório de Doenças Desmielinizantes do Ambulatório de Especialidades do Hospital Universitário de Londrina e 7 indivíduos saudáveis, selecionados entre doadores de sangue do Hemocentro Regional de Londrina e da população em geral Os pacientes foram classificados em EM remitente-recorrente (EMRR) e EM progressiva, que compreende as formas EM primária progressiva e EM secundária progressiva A incapacidade foi avaliada pela Escala Expandida do Estado de Incapacidade (EDSS) e categorizada como leve (EDSS <3,) ou moderada/alta (EDSS=3,) A progressão da doença foi avaliada utilizando a escala Multiple Sclerosis Severity Score (MSSS) e foi considerada progressão quando MSSS =5, Os dados sociodemográficos, antropométricos, epidemiológicos e clínicos foram obtidos utilizando um questionário padronizado Amostras do sangue periférico foram coletadas para determinação dos níveis plasmáticos do TNF-a e dos receptores solúveis sTNFR1 e sTNFR2 por imunofluorimetria Resultados: A forma EMRR foi diagnosticada em 147 (87,5%) pacientes e as formas clínicas progressivas em 21 (12,5%) pacientes, incluindo 4 (2,4%) com EM primária progressiva (EMPP) e 17 (1,1%) com EM secundária progressive (EMSP) O diagnóstico de EM apresentou um efeito de 44,6% nos níveis de TNF-a e 12,3% nos níveis de sTNFR2 As variáveis idade (P<,1) e os níveis plasmáticos de sTNFR1 (P=,7) foram associadas positivamente com incapacidade moderada/grave Além disso, sTNFR1 (P=,2) e idade (P=,28) foram positivamente associados com a progressão da doença Quanto às formas clínicas, a idade (P<,1), o sexo masculino (P=,29) e sTFNR1 (P=,49) foram associados positivamente, enquanto o sTNFR2 (P=,45) foi associado negativamente com formas clínicas progressivas da EM Além disso, um novo escore proposto refletindo a relação sTNFR1/sTNFR2 mostrou uma associação significativa e positiva com as formas clínicas progressivas da EM após ajuste para idade e sexo Conclusão: Os resultados mostraram que o TNF-a e as formas solúveis de seus receptores sTNFR1 e sTNFR2 estão envolvidos na patogênese da EM; enquanto os níveis de sTNFR1 foram associados com incapacidade, progressão da doença e formas clínicas mais progressivas, níveis elevados observados de sTNFR2 nos pacientes podem ser uma resposta compensatória exercendo um efeito protetor na modulação dos mecanismos imunopatológicos da EM

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Palavras-chave

Esclerose múltipla, Fator de necrose de tumor, Fisiopatologia, Multiple sclerosis, Tumor necrosis factor

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