Diversidade genética e estrutura de populações de Euglossa stellfeldi (Apidae, Euglossina) de remanescentes de Mata Atlântica da costa brasileira
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Diniz, Thais Kotelok
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Resumo
Resumo: A subtribo Euglossina (Hymenoptera, Apidae) é amplamente distribuída na região Neotropical, sendo mais diversificada e abundante em florestas úmidas O grupo teve sua origem provavelmente na região da bacia Amazônica e diversas espécies ocorrem em diferentes formações vegetais Na Mata Atlântica (MA) ocorrem cerca de 5 espécies do grupo, sendo metade destas endêmicas a este bioma Euglossa stellfeldi Moure, 1947 é uma espécie de abelha das orquídeas (Apidae, Euglossina) endêmica da MA, apresentando uma distribuição que abrange áreas do sul (Santa Catarina) ao nordeste do Brasil (Alagoas) Como observado para outras espécies de Euglossina, populações de E stellfeldi apresentam variações na coloração do integumento ao longo de sua distribuição, variando de azul-esverdeado ou azulado na região sul e coloração verde em direção à distribuição norte da espécie Outro aspecto relevante diz respeito ao fato de pouco se saber sobre a estrutura genética de populações de E stellfeldi de ambientes insulares em relação às de áreas continentais Assim, este estudo teve como objetivo investigar a diversidade genética e estrutura de populações de E stellfeldi amostradas em remanescentes de MA ocupando áreas continentais e ilhas, localizados ao longo das regiões sul e sudeste As análises genéticas envolveram populações de 12 localidades, como segue: na região sul (JO: Joinville/SC, SF: São Francisco do Sul/SC, IS: Ilha do Superagui-Guaraqueçaba/PR, SM: Salto Morato-Guaraqueçaba/PR) e na região sudeste (IC: Ilha do Cardoso-Cananeia/SP, CA: Cananeia/SP, BE: Bertioga/SP, SS: São Sebastião/SP, IB: Ilhabela/SP, BU: Ilha dos Búzios-Ilhabela/SP, IA: Ilha Anchieta-Ubatuba/SP, UB: Picinguaba-Ubatuba/SP) Nas análises foram empregados marcadores nucleares (microssatélites) e mitocondriais (citb e COI) Para as análises de microssatélites foram amplificados 11 locos e genotipados 37 machos, foram identificados 139 alelos nas diferentes amostras Para todos os estimadores de diversidade genética, a população de BU, a menor ilha dentre todas analisadas, foi a que apresentou os menores valores O estimador FST (,1) global indicou uma diferenciação genética significativa (p < ,5) entre as populações analisadas As comparações par a par, baseadas nos estimadores (FST e Dest), indicaram diferenciação genética significativa (p < ,5) em 47 dos 55 pares de amostras analisadas Nas análises mitocondriais foram utilizados 16 machos e analisada uma sequência concatenada de 1132 pb, sendo 46 pb do gene citb e 672 do gene COI, que resultaram em oito haplótipos identificados Os marcadores mitocondriais revelaram níveis mais altos de estruturação genética do que os obtidos com os nucleares Apenas para os marcadores mitocondriais foi encontrada correlação positiva significativa (R²=,5268; p=,1) entre as distâncias genética (mt-FST) e geográfica (km) Apesar da baixa variação na sequência mitocondrial analisada, os resultados permitem sugerir uma possível quebra filogeográfica entre dois conjuntos de populações, um destes reunindo cinco populações acima de BE, que compartilharam de forma exclusiva o haplótipo 6 e, outro formado por seis populações mais ao sul de BE, compartilhando exclusivamente o haplótipo 1 A população de BE apresentou ambos os haplótipos e se mostrou como uma possível área de hibridização Como já sugerido para outras espécies da subtribo, os resultados obtidos apontam para os machos como sexo dispersor também para E stellfeldi
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Palavras-chave
Abelha, Mata Atlântica, Marcadores genéticos, Diferenciação genética, Bee, Genetic markers, Mata Atlântica (Brazil)