Análise da interação entre o odontopediatra e a criança em situação de atendimento odontológico

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Resumo

Resumo: A literatura tem indicado que o tratamento odontopediátrico é influenciado pelo padrão comportamental dos profissionais e das crianças Todavia, há ainda necessidade de mais estudos destinados a investigar algumas variáveis presentes nesse contexto A presente pesquisa visou caracterizar o padrão de interação entre os odontopediatras e as crianças, no decorrer de atendimentos odontológicos profiláticos ou de emergência Participaram do estudo dois graduados em odontologia, que cursavam especialização em odontopediatria Também participaram vinte crianças consideradas não clínicas para problemas de comportamento, de acordo com os resultados obtidos no inventário Walker Problem Behavior Identification Checklist, respondido pela mãe Os dados foram coletados em uma clínica-escola de atendimento odontológico através de gravação em vídeo dos atendimentos Cada profissional atendeu dez crianças, sendo cinco em atendimentos de profilaxia e cinco em emergência As respostas observadas foram categorizadas e analisadas através da adaptação de um sistema de categorização utilizado em um estudo anterior As categorias para os comportamentos das crianças foram: cooperativos ou opositores; para os comportamentos dos profissionais foram: adequados (estratégias de manejo positivas) ou inadequados (estratégias de manejo punitivas ou restritivas) Os resultados obtidos indicaram que, das 2 crianças atendidas, 19 apresentaram alta freqüência de respostas cooperativas e oito apresentaram alta freqüência de respostas opositoras, ou seja, a freqüência de não-colaboração foi alta em 4% do total de atendimentos As crianças atendidas na emergência apresentaram 5% menos respostas colaborativas e duas vezes mais respostas opositoras do que as crianças atendidas na profilaxia Quanto aos odontopediatras, observou-se maior freqüência de respostas adequadas por minuto do que inadequadas em todas as dez consultas de profilaxia, mas em somente quatro das dez consultas de emergência Houve elevada freqüência de comportamentos inadequados emitidos pelos profissionais tanto com crianças com freqüência alta como baixa de respostas opositoras Os dados sugerem que: a) as crianças são menos colaboradoras e mais opositoras nos atendimentos de emergência do que nos de profilaxia; b) a ocorrência de respostas de oposição pelas crianças parece não exercer grande influência sobre a ocorrência ou não, de respostas inadequadas dos profissionais, e c) a variável tipo de atendimento exerce influência sobre a ocorrência de comportamentos adequados e inadequados dos profissionais, com mais dificuldades de manejo da criança nos atendimentos de emergência Essas conclusões são evidências da necessidade de melhorar as habilidades do odontopediatras exigidas nos atendimentos de emergência, visando a redução do uso de estratégias inadequadas de manejo nestes atendimentos Sugere-se, então, que medidas sejam tomadas nos cursos de formação em Odontologia e Odontopediatria, para incremento no treino tanto de habilidades técnicas da profissão como de habilidades positivas de manejo do comportamento infantil

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Palavras-chave

Odontologia, Aspectos psicológicos, Psicologia aplicada, Pessoal da área odontológica e pacientes, Dentistry, Psychological aspects, Applied psychology, Patient and dentist

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