Adaptação de Telenomus podisi Ashmead, 1893 (Hymenoptera: scelionidae) à criação em diferentes regimes de temperatura e sua influência em aspectos biológicos e performance em campo
Data
2022-05-06
Autores
Colombo, Fernanda Caroline
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Editor
Universidade Estadual de Londrina
Resumo
Resumo: O controle biológico aumentativo (CBA) com a utilização do parasitoide de ovos Telenomus podisi Ashmead, 1893 (Hymenoptera: Scelionidae) se apresenta como uma alternativa com grande potencial para o manejo do percevejo-marrom Euschistus heros Fabricius, 1798 (Hemiptera: Pentatomidae). Entretanto, a eficiência do CBA utilizando T. podisi ainda pode ser limitado, devido à influência de altas temperaturas, que pode ser um fator de mortalidade significativo, reduzindo a eficiência do agente de controle. Devido a isso, estudos sobre a criação de T. podisi em diferentes regimes de temperaturas, visando a obtenção de insetos mais tolerantes às condições de campo, são necessários. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a influência da temperatura de criação nos parâmetros biológicos de T. podisi em laboratório, expostos a 25 °C, 30 °C e 35 °C e na emergência destes em campo. Para isto, T. podisi foi multiplicado em laboratório, a partir da mesma geração (geração um) por 30 gerações, em quatro regimes de criação (tratamentos): temperatura constante de 25 °C (controle) (12/12h C/E); temperatura constante de 30 °C (12/12h C/E), temperatura flutuante de 20 °C (12h de escuro)/30 °C (12 h de luz) e temperatura flutuante de 25 °C (12h de escuro)/35 °C (12h de luz). A cada cinco gerações, 60 fêmeas de cada tratamento foram individualizadas para avaliação da biologia e 60 fêmeas de cada tratamento para avaliação da capacidade de parasitismo. Os parâmetros avaliados em cada geração foram: duração do desenvolvimento (ovo-adulto); razão sexual, porcentagem de emergência, comprimento total (da base da cabeça até o final do abdome) (mm), comprimento e largura do abdome (mm) e comprimento e largura da asa (mm), parasitismo diário (número de ovos por dia), porcentagem acumulada de parasitismo, número total de ovos parasitados por fêmea e longevidade das fêmeas parentais (dias). Após a criação em laboratório, ovos de E. heros parasitados por T. podisi criados em regime de temperatura constante de 25 °C e em regime de temperatura flutuante de 20 °C/30 °C, foram encapsulados ou colados em cartelas de papel cartão e levados a campo durante as safras da soja de 2019/2020 e 2020/2021, a fim de avaliar influência da temperatura de campo na emergência dos parasitoides. Verificou-se que, em laboratório, as temperaturas de exposição de 30 °C e 35 °C interferiram negativamente nos parâmetros avaliados de T. podisi, para a maioria das gerações avaliadas, à exceção dos parâmetros morfométricos. No entanto, verificou-se que T. podisi é capaz de tolerar oscilações de temperatura, sem que haja impactos em sua eficiência e que os parasitoides podem ser criados tanto em regime constante de 25 °C, quanto em regime flutuante de 20 °C/30 °C. Em campo, os registros de altas temperaturas resultaram em redução na emergência dos parasitoides, para ambos os regimes de criação e métodos de liberação, nas duas safras avaliadas, independente do estágio fenológico da soja. A presença de altas temperaturas, seja em campo ou laboratório, impacta negativamente os parâmetros biológicos de T. podisi.
Descrição
Palavras-chave
Parasitoide de ovos, Euschistus heros, Capacidade de parasitismo, Controle biológico aumentativo