Relação entre carbono orgânico, atividade microbiana e agregação de um solo arenoso, submetido a diferentes usos

Data

2025-02-21

Autores

Nunes, Emanuele Helmann

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Resumo

O uso e manejo intensivo do solo em sistemas agropecuários podem alterar os atributos físicos, químicos e biológicos do solo, impactando negativamente sua qualidade. Este estudo teve como objetivo avaliar a influência do uso do solo e sua relação com o carbono orgânico total nos atributos físicos, químicos e biológicos de um solo arenoso. Para atingir esse objetivo geral, o trabalho teve como objetivos específicos, avaliar a influência dos usos do solo de lavoura, pastagem e floresta na qualidade física e identificar como os usos influenciam na qualidade química e na qualidade biológica de um solo arenoso. O estudo foi conduzido no município de Rio Branco do Ivaí, Paraná, em uma área de estudo que incluiu três tipos de uso do solo, lavoura, pastagem e floresta. As amostras de solo foram coletadas em duas profundidades (0-10 cm e 10-20 cm) para análise dos atributos físicos (porosidade total, macro e micro porosidade, densidade do solo, argila dispersa em água, índice de dispersão, índice de floculação, diâmetro médio ponderado, diâmetro médio geométrico e índice de estabilidade de agregados), químicos (pH, P, K+, Al+3, Ca+2, Mg+2, H+Al, CTC efetiva e potencial, m%, SB, V%, matéria orgânica e carbono orgânico total) e biológicos (carbono da biomassa microbiana, nitrogênio da biomassa microbiana, quociente metabólico e respiração basal do solo). O experimento foi realizado utilizando-se o delineamento inteiramente casualisado entre as três áreas, com cinco repetições cada, os dados foram submetidos à análise de variância ANOVA e comparados pelo teste Tukey (5%), análise de componentes principais e correlação de Pearson entre as variáveis para cada uso do solo. A macroporosidade na profundidade de 10-20 cm foi menor na pastagem e lavoura, a microporosidade foi menor na lavoura, nas duas profundidades, e a porosidade total foi maior na pastagem e floresta, nas duas profundidades. A densidade do solo foi maior na lavoura na profundidade de 0-10 cm, e maior na lavoura e pastagem na profundidade de 10-20 cm, indicando compactação na lavoura e pastagem. O índice de estabilidade de agregados foi maior na floresta e pastagem na profundidade de 10-20 cm, indicando que a lavoura apresenta uma maior susceptibilidade à erosão e degradação do solo. O solo de floresta apresentou uma boa relação entre macro e microporos, menor densidade do solo e maior estabilidade de agregados, apresentando boa agregação e estabilidade do solo. O pH indicou um solo ácido para os tratamentos analisados. A lavoura apresentou teores menores de CTC, SB, V%, Ca, Mg, matéria orgânica e carbono orgânico total, refletindo degradação química. A floresta e pastagem apresentaram maiores valores de nitrogênio na biomassa microbiana e menores valores de quociente metabólico, refletidos pela biomassa microbiana mais rica e ativa, e evidenciando que o uso da pastagem consegue manter os níveis de carbono orgânico total. Os solos sob floresta apresentaram maiores valores de respiração basal do solo, indicando maior atividade. A matéria orgânica e o carbono orgânico total apresentaram maiores correlações positivas na floresta em relação a agregação, na floresta e lavoura em relação aos atributos químicos, e na floresta em relação a atividade microbiana. Os níveis de carbono orgânico total foram menores na lavoura do que na pastagem. Conclui-se que o uso do solo impacta nos atributos físicos, químicos e biológicos e suas correlações, com indícios de menor qualidade e potencial de degradação na área de lavoura.

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Palavras-chave

Matéria orgânica, Manejo do solo, Indicadores físicos, Química do solo, Indicadores microbiológicos

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