Modo de ação de nanoatrazina em Zea mays L. e plantas daninhas suscetíveis e tolerantes ao herbicida

Data

2024-04-25

Autores

Sousa, Bruno Teixeira de

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Resumo

O desenvolvimento de nanossistesmas carreadores visa melhorar a aplicação e disponibilização de ingredientes ativos (i.a.) na agricultura; e as propriedades físico- químicas destes sistemas são essenciais para o seu sucesso. A nanoencapsulação da atrazina potencializa a sua atividade herbicida no controle pós-emergente de plantas daninhas, porém, espera-se que o aumento na atividade herbicida não cause efeitos negativos sobre plantas de milho. Objetivou-se avaliar os efeitos da aplicação de três nanossistemas carreadores de atrazina e da formulação convencional deste herbicida na tolerância de plantas de milho e na suscetibilidade de duas espécies de plantas daninhas (Bidens pilosa e Raphanus sativus). As investigações foram divididas em três etapas. 1- Tolerância pós-emergente das plantas de milho às formulações atrazina comercial (ATZ) e atrazina contida em nanocápsulas (NCs) de poli(e-caprolactona) (PCL+ATZ), em NCs PCL+ATZ com revestimento de quitosana (PCL/CS+ATZ) ou NCs de zeína (ZN+ATZ), além das três nanoformulações sem i.a. (PCL, PCL/CS e ZN), com medidas morfológicas, fisiológicas e bioquímica das plantas; 2- Atividade herbicida das formulações ATZ, PCL+ATZ e ZN+ATZ em pós- emergência das plantas de B. pilosa e R. sativus, com avaliações fisiológicas e bioquímicas das plantas; 3- Atividade herbicida pós-emergente da formulação PCL/CS+ATZ em comparação às formulações ATZ e PCL+ATZ em plantas de B. pilosa, por aplicação foliar (com avaliações fisiológicas e controle de plantas) e por exposição das plantas às formulações via hidroponia (com avaliações fisiológicas e microscopia confocal). Os resultados obtidos foram: as formulações de nanoatrazina inibiram em maior proporção a atividade do FSII das plantas de milho. Os marcadores de estresse oxidativo (resultantes da inibição do FSII) e a atividade enzimática antioxidante foram observados em maior intensidade nas plantas de milho que receberam aplicação de nanoatrazina, enquanto nas plantas aplicadas com ATZ houve maior atividade detoxificante de glutationa S-transferase (GST) e menor nível de estresse. As plantas de milho apresentaram tolerância para todas as formulações testadas. As formulações PCL+ATZ e ZN+ATZ potencializaram a atividade herbicida de atrazina em B. pilosa e R. sativus, promovendo maior inibição da atividade do FSII e extravasamento de eletrólitos em relação a ATZ. Em plantas de B. pilosa, a aplicação de ZN+ATZ resultou na maior atividade enzimática antioxidante em relação as demais formulações. Para ambas espécies houve inibição da atividade detoxificante de GST. A atividade herbicida pós-emergente de PCL+ATZ foi potencializada com o revestimento por quitosana da formulação PCL/CS+ATZ, levando a maiores porcentagens de inibição do FSII e melhor controle de plantas daninhas. Já em exposição via hidroponia, a absorção radicular foi prejudicada, podendo ser observada a interação entre as NCs PCL/CS+ATZ e as camadas superficiais das raízes. Os três nanossistemas carreadores de atrazina testados aumentaram a eficiência do i.a. nas aplicações em pós-emergência. O combate ao estresse oxidativo é um mecanismo importante de tolerância das plantas de milho à nanoatrazina. O modo de ação de nanoatrazina variou conforme a espécie daninha alvo da aplicação. As interações entre cargas elétricas das NCs e das camadas externas das plantas são ponto chave para o sucesso da aplicação.

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Palavras-chave

Bidens pilosa L., Estresse oxidativo em plantas, FSII, Nanoherbicida, Raphanus sativus L., Milho - Cultivo, Plantas daninhas - Controle químico, Herbicidas - Uso - Milho

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