02 - Mestrado - Geografia
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Navegando 02 - Mestrado - Geografia por Assunto "Agrarian reform"
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Item Análise socioambiental em assentamentos de reforma agrária no Norte Paranaense(2008-12-02) Silvone, Bruno Rangel; Tsukamoto, Ruth Youko; Hespanhol, Rosangela Medeiros; Asari, Alice YatiyoEste trabalho discute a questão agrária no Brasil, abordando temas como a concentração de terras, os movimentos sociais no campo e a implantação de assentamentos rurais, relacionando-os a questão ambiental e seus desdobramentos no espaço agrário, enfatizando a relação entre o uso e ocupação do solo e seus reflexos no meio natural. Traz reflexões sobre a legislação ambiental brasileira de modo geral e, mais especificamente, as normas direcionadas aos assentamentos rurais de reforma agrária, considerados como “lócus” da conquista, onde se materializam as relações entre os homens e destes com o meio natural. Foram estudados, mais detalhadamente, dois assentamentos rurais de reforma agrária, localizados na região norte do Paraná, contudo, em situações diferentes, especialmente quanto a topografia, a pedologia e a situação econômica da região onde se encontram. Um dos assentamentos é o Roseli Nunes, localizado no município de São Jerônimo da Serra, na divisa do terceiro com o segundo planalto paranaense, região mais pobre do Estado e de relevo bastante acidentado; o outro assentamento estudado chama-se Iraci Salete e localiza-se no município de Alvorada do Sul, região próxima ao rio Paranapanema, divisa com o Estado de São Paulo, de agricultura bastante diversificada e com altos índices de produtividade. Constata-se a importância do fator localização, que influencia diretamente na forma de uso e ocupação do solo e, consequentemente, na obtenção de renda dos assentados, na situação socioeconômica e na relação destes com os recursos naturais existentes na área habitada. Verifica-se ainda a existência leis ambientais bastante abrangentes e detalhistas, contudo, ainda pouco conhecidas nos assentamentos rurais estudados. Merece destaque também o alto grau de satisfação dos assentados em relação a terra recebida, 90% afirmam estar contentes e não ter nenhuma intenção de deixar o lote. Ressalta-se ainda a necessidade de maior acompanhamento técnico, principalmente no momento de investir os recursos financeiros recebidos, no manejo agrícola e na manutenção dos recursos naturais existentes.Item O assentamento rural coletivo COPAVI : contradições e avanços no processo de territorialização camponesaZeneratti, Fábio Luiz; Antonello, Ideni Terezinha [Orientador]; Machado, Eliel Ribeiro; Fernandes, Bernardo MançanoResumo: As reflexões contidas neste trabalho se inserem no debate sobre a pertinência da reforma agrária no contexto da elevada concentração fundiária brasileira, tendo como recorte empírico a Cooperativa de Produção Agropecuária Vitória (COPAVI), uma experiência de assentamento rural fundada no trabalho coletivo sob uma modalidade de cooperativismo que alcançou êxito em poucas experiências, posto que a maioria dos assentados, ao alcançarem o acesso à terra, tendem a explorá-la individualmente Longe de se ocupar da oposição que frequentemente é invocada para indagar qual é o melhor modelo de assentamento, o coletivo ou o individual, o que o trabalho procura evidenciar é que o modelo de desenvolvimento capitalista brasileiro possibilitou que a propriedade da terra se mantivesse sob controle de uma pequena parcela da população, com isso, a luta pela reforma agrária ganhou importância e representatividade Os movimentos sociais foram os maiores responsáveis pela espacialização e territorialização da luta pela terra, a partir disso emergiram formas alternativas de produção nos assentamentos, elas estão possibilitando a concretização da reforma agrária, guardadas as especificidades do grupo organizado bem como a Geografia do local onde estão inseridos No caso em questão, foi possível observar que o cooperativismo é um importante mecanismo para evitar que a renda da terra camponesa seja apropriada pelo capital, sobretudo possibilitando aos cooperados a inserção no mercado sem a intermediação do capital industrial ou comercial Para isso contribui a estratégia da policultura, mediante a qual se produz uma parte dos gêneros necessários à sobrevivência das famílias, reduzindo-se a dependência externa A divisão do trabalho no interior do assentamento revela uma lógica que lembra a organização empresarial, embora contraditoriamente esteja integrada à lógica de trabalho camponês Se para os cooperados de origem camponesa a lógica de trabalho empresarial é fator limitante para sua permanência no assentamento, pois não permite florescer seu Habitus camponês, para os trabalhadores passíveis de serem associados à tradição proletária, o problema é justamente vislumbrar tarefas a cumprir para além do que a dimensão contratual de sua condição proletária pretérita significava, pois a dedicação e a doação para com o assentamento, muitas vezes aumentando a intensidade e o tempo de trabalho, se apresentam como fatores determinantes para a permanência na cooperativa Sendo assim, a necessária ruptura parcial seja com a tradição camponesa, seja com a tradição proletária, tem influenciado na decisão de desistirem ou permanecerem Isso explica, em parte, a significativa rotatividade das famílias: desde a fundação, cerca de 4 famílias já passaram pela cooperativa, restando apenas seis das 16 inicialmente assentadas Portanto, a dinâmica interna da COPAVI se situa numa posição ambígua, com ingredientes da lógica empresarial de gestão e da lógica camponesa de produção, possibilitando a convergência de trabalhadores distintos segundo uma perspectiva de classe Sendo assim, a COPAVI resiste ao longo do tempo como resultado destas contradições, que ora se apresentam como fatores desagregadores ao trabalho coletivo, ora se apresentam como estratégias de resistência e fortalecimentoItem Desdobramentos da política de assentamentos rurais para a dinâmica territorial local : o caso de Santa Rita do Pardo-MSOliveira, Eduardo Parro de; Paulino, Eliane Tomiasi [Orientador]; Bragueto, Cláudio Roberto; Almeida, Rosemeire Aparecida deResumo: Esse trabalho busca o diálogo entre as dimensões teóricas e empíricas passíveis de serem apreendidas a partir do estudo de assentamentos de reforma agrária, especificamente os de Santa Rita do Pardo/MS A escolha do recorte geográfico mencionado deve-se ao fato de tratar-se de um município com 7162 habitantes, dos quais 3668 vivem no campo, ou seja, 51,3% da população total do município A teoria da recriação camponesa constituiu-se em fio condutor dos estudos, por mostrar que os camponeses conseguem se territorializar em regiões antes dominadas pela propriedade privada capitalista da terra e ser mais eficientes do que ela, o que evidencia a necessidade de romper com a tese de que a reforma agrária não passa de uma política social, já que promove dinamismo econômico nas regiões em que é implementada Para desenvolver este trabalho, foram coletados dados na prefeitura municipal de Santa Rita do Pardo, AGRAER, FIEMS, IBGE e junto aos presidentes das associações dos assentados de todos os assentamentos implantados no município Foram entrevistados também comerciantes para entender a dinâmica comercial da cidade e identificar as mudanças decorrentes da implantação dos assentamentos Após esse fato, o município de Santa Rita do Pardo inaugura uma nova realidade socioeconômica, marcada pela presença de uma numerosa população de pequenos agricultores, que passou a demandar a ampliação dos serviços públicos e privados e também do comércio a fim de atender suas necessidades e perspectivas, o que culminou na dinamização da economia local