Navegando por Autor "Debiasi, Tatiane Viegas"
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Item Estratégias de uso de fontes inorgânicas de nitrogênio em mudas de espécies arbóreas neotropicais de distintos estágios sucessionaisDebiasi, Tatiane Viegas; Oliveira, Halley Caixeta de [Orientador]; Pimenta, José Antonio; Antunes, Werner CamargosResumo: As plantas absorvem o nitrogênio do solo principalmente a partir das fontes inorgânicas nitrato (NO3-) e amônio (NH4+) Diferentes espécies vegetais podem apresentar padrões específicos quanto à fonte de nitrogênio mineral preferencialmente utilizada, o que pode ser uma importante resposta adaptativa ao ambiente onde vivem Esse trabalho teve como objetivo analisar as estratégias de uso de diferentes fontes inorgânicas de nitrogênio (NO3- ou NH4+) por mudas de espécies arbóreas neotropicais pioneiras e não pioneiras Foram selecionadas quatro espécies: duas pioneiras (Heliocarpus popayanensis Kunth e Trema micrantha (L) Blume) e duas não pioneiras (Cariniana estrellensis (Raddi) Kuntze e Eugenia brasiliensis Lam) Analisou-se o efeito do cultivo em hidroponia com NO3- ou NH4+ sobre o crescimento e metabolismo do nitrogênio (conteúdo endógeno de compostos nitrogenados, atividade da enzima nitrato redutase e taxa de absorção das duas fontes de nitrogênio) de mudas dessas espécies Além disso, foi medida a incorporação de 15N em aminoácidos na raiz e folhas após a incubação com 15NO3- ou 15NH4+ Verificou-se que as espécies pioneiras tiveram uso majoritário do NO3-, apresentando alta taxa de absorção desse ânion da solução e assimilando-o principalmente na folha, conforme verificado pela alta atividade de enzima nitrato redutase foliar, pelos altos níveis de NO3- na seiva do xilema e pelo maior enriquecimento com 15N em aminoácidos nas folhas em relação à raiz Quando cultivadas com NH4+, apresentaram sintomas de toxicidade e tiveram o crescimento reduzido As espécies não pioneiras não foram sensíveis à toxicidade do NH4+ Inclusive, C estrellensis foi beneficiada pelo cultivo com esse cátion As mudas dessa espécie absorveram igualmente as duas fontes de N e a assimilação do NO3- ocorreu principalmente nas folhas, de forma similar às pioneiras Já as mudas de E brasiliensis absorveram preferencialmente NH4+ e, diferentemente do que ocorreu nas demais espécies, assimilaram o NO3- principalmente na raiz Em todas as espécies, a assimilação do NH4+ ocorreu predominantemente na raiz Observaram-se também variações na translocação de compostos nitrogenados na seiva do xilema e no metabolismo de aminoácidos na raiz e folhas entre as espécies do mesmo grupo sucessional No entanto, verificou-se nas espécies pioneiras predomínio de asparagina na raiz e na seiva do xilema, enquanto nas não pioneiras a glutamina foi o aminoácido mais abundante na raiz e na seiva do xilema As diferentes respostas entre os grupos funcionais devem estar relacionadas a adaptações às condições de luminosidade e disponibilidade de nitrogênio dos ambientes onde essas espécies são encontradas Além disso, a diferença quanto ao uso do NO3- entre as não-pioneiras pode ter relação com o estrato que essas espécies atingem ao longo do seu ciclo de vida, já que, ao contrário de E brasiliensis (subosque), C estrellensis atinge o dossel, o que poderia favorecer o uso do NO3-Item Plasticidade no uso do nitrogênio por espécies arbóreas neotropicais de grupos funcionais distintos cultivadas sob diferentes intensidades luminosas(2022-01-31) Debiasi, Tatiane Viegas; Oliveira, Halley Caixeta de; Gaspar, Marília; Duarte, Karoline Estefani; Freschi, Luciano; Pimenta, José AntonioAs plantas absorvem o nitrogênio (N) do solo principalmente de fontes inorgânicas como o nitrato (NO3-) e o amônio (NH4+). O consumo energético é mais elevado quando o nitrogênio é assimilado a partir do NO3-, se comparado ao NH4+. Porém, este cátion quando acumulado em grandes concentrações nas células provoca toxicidade, devendo ser rapidamente assimilado em aminoácidos nas raízes. A assimilação do N depende da fotossíntese e, consequentemente, é influenciada pela luz. Este estudo verificou a influência da intensidade luminosa no uso do N por mudas de espécies arbóreas neotropicais cultivadas em hidroponia na casa de vegetação. Foram realizadas análises de crescimento, fotossintéticas e bioquímicas. As espécies escolhidas foram Cecropia pachystachya (intolerante à sombra), Guarea kunthiana (tolerante à sombra, de sub-bosque) e Cariniana estrellensis (tolerante à sombra, que atinge o dossel). No primeiro experimento, foi avaliado se o aumento da intensidade luminosa induz a preferência pela absorção de NO3- em relação ao NH4+, em mudas cultivadas com nitrato de amônio. O monitoramento da incorporação de 15N em aminoácidos indicou que C. pachystachya mudou de um metabolismo do N desacelerado sob baixa luminosidade (BL) para um expressivo uso de ambas as fontes de N sob alta luminosidade (AL), aumentando substancialmente a concentração de aminoácidos com 15N derivados do 15NO3- e 15NH4+ nas raízes e folhas. Guarea kunthiana apresentou baixíssimo uso de NO3- sob BL, mas aumentou expressivamente a assimilação de NO3- nas raízes e folhas sob AL, apresentando elevada plasticidade no uso do N pela influência da luz. Em C. estrellensis, o aumento da intensidade luminosa induziu a assimilação de NH4+ nas raízes e NO3- nas folhas. Esses resultados demonstraram que as respostas das estratégias do uso do N à intensidade luminosa foi diferente em cada espécie, e estão de acordo com suas características ecológicas. No segundo experimento, foram verificados os efeitos do NO3- ou NH4+ sobre as mudas quando submetidas a diferentes intensidades luminosas. Observou-se que as três espécies apresentaram decréscimo do crescimento no cultivo com NH4+, em relação ao NO3-, sob luminosidade intermediária (ML) e AL, mas não sob BL. Essa diminuição foi de 64% (ML) e 54% (AL) em C. pachystachya, de 22% (ML) e 36% (AL) em G. kunthiana e de 32% (ML) e 20% (AL) em C. estrellensis. O alto dreno energético e de carbono imposto pela elevada taxa de assimilação do NH4+ em aminoácidos, indicado pelo aumento da concentração de aminoácidos nas raízes e folhas de plantas cultivadas com NH4+, provavelmente levou à redução do crescimento sob ML e AL nas três espécies. O menor crescimento das mudas com NH4+ sob ML e AL também foi associado com diminuições da área foliar e teor de clorofilas e com a limitação estomática da fotossíntese em C. pachystachya, e com a menor área foliar, a limitação em parâmetros fotossintéticos e ao estresse oxidativo em G. kunthiana. Cariniana estrellensis foi a espécie que demonstrou maior tolerância ao NH4+, pois foi a única que não apresentou redução da área foliar e limitações da fotossíntese, o que propiciou o aumento do crescimento sob ML e AL no cultivo com NH4+, em relação à BL. O aumento da intensidade luminosa favoreceu o cultivo com NO3-, em relação ao NH4+, em mudas de espécies arbóreas neotropicais. A elucidação da preferência por NO3- ou NH4+ e a compreensão da toxicidade do NH4+ em espécies arbóreas sob diferentes intensidades luminosas são importantes para a restauração florestal porque auxiliam na escolha de espécies para reflorestamentos, uma vez que fonte de N e luz influenciam significativamente a sobrevivência das mudas no campo.