02 - Mestrado - Ciências Biológicas
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Navegando 02 - Mestrado - Ciências Biológicas por Autor "Aguiar, Lucas de Moraes"
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Item Diversidade de mamíferos de médio e grande porte em fragmentos urbanos e periurbano de mata atlântica(2024-02-22) Lovato, David Lins Fernandes Leiroza; Magnoni, Ana Paula Vidotto; Aguiar, Lucas de Moraes; Graipel, Maurício Eduardo; Pereira, Alan DeividO Brasil possui a maior diversidade de mamíferos do planeta, contando com aproximadamente 778 espécies nativas distribuídas em 11 ordens, 51 famílias e 247 gêneros. Desse total, 334 espécies são encontradas na Mata Atlântica, das quais 53 estão classificadas em alguma categoria de ameaça de extinção, e 31 são endêmicas. A fragmentação de habitats e o avanço da urbanização são fatores preponderantes que impactam negativamente a fauna nativa, em especial as espécies de médio e grande porte, as quais demandam grandes áreas para sua sobrevivência. Este estudo teve como objetivo caracterizar a comunidade de mamíferos de médio e grande porte em fragmentos florestais urbanos e periurbanos no município de Londrina, contemplando o Horto Florestal da Universidade Estadual de Londrina (HFUEL), o Jardim Botânico de Londrina (JBL) e o Parque Municipal Arthur Thomas (PMAT). A amostragem foi realizada de agosto de 2022 a dezembro de 2023, com campanhas de três dias mensais em cada área. Foram utilizados métodos de busca ativa, análise de vestígios e armadilhas fotográficas. Nos três fragmentos, foram identificadas 25 espécies de mamíferos de médio e grande porte, distribuídas em 17 famílias e oito ordens, sendo que seis dessas espécies estão sob algum grau de ameaça. A curva de rarefação para o HFUEL indicou estabilidade, enquanto para o PMAT foi observada uma tendência à estabilidade. No caso do JBL, não foi identificada uma tendência à estabilidade, prevendo-se um aumento no número de espécies com o aumento do esforço amostral. A similaridade entre PMAT e JBL foi de 67%, entre JBL e HFUEL foi de 65%, e entre PMAT e HFUEL foi de 62%. Os resultados indicam que os fragmentos florestais urbanos ainda possuem condições mínimas de suportarem a presença de determinadas espécies, incluindo as espécies-chave do ecossistema. Além de suas funções ecológicas, a presença de espécies ameaçadas enfatiza a urgência de ações direcionadas ao manejo e conservação dessas áreas, visando reduzir o impacto das matrizes antrópicas sobre os habitats.Item Efeito de variáveis individuais na sociabilidade de fêmeas de macacos-prego (Sapajus nigritus) de um fragmento urbanoPereira, Felipe dos Santos Machado; Magnoni, Ana Paula Vidotto [Orientador]; Verderane, Michele Pereira; Aguiar, Lucas de Moraes; Falótico, Tiago [Coorientador]Resumo: O estabelecimento de competição intragrupo pode determinar padrões comportamentais nas interações sociais de primatas, definindo a oferta e demanda por interações de acordo com a teoria do mercado biológico As fêmeas são comumente filopátricas, permanecendo no grupo natal e podendo estabelecer relações hierárquicas lineares e estáveis de acordo com o regime de competição que estas estão inseridas Dessa maneira ao estudar a sociabilidade das fêmeas, também é possível acessar a relação destas com o meio ambiente e a distribuição de recurso alimentar – que pode ser impactada pela fragmentação e contato com o humano Havendo maior competição por recursos, o poder de coerção de indivíduos dominantes dirige o ganho de grooming para receptores dominantes Diante disso, este trabalho teve como objetivo analisar o efeito de variáveis individuais na expressão de grooming em fêmeas adultas de macacos-prego-pretos (Sapajus nigritus) de fragmento urbano Foi testada a hipótese de que os dominantes seriam maior alvo de grooming sob o pressuposto da oferta de benefícios associados ao ranking em troca de grooming, a hipótese up the hierarchy (UTH) Foram registrados comportamentos sociais afiliativos (grooming), agonísticos (agressões e ameaças) e eventos de tolerância no contexto alimentar através do método todas as ocorrências Foram construídos modelos lineares generalizados (GLM) para checagem do efeito das variáveis sexo, idade, paridade de ranking e status de dominância do groomer sobre as taxas de grooming A hipótese foi rejeitada com a variação significativa nas taxas de grooming sendo representada por condições onde o groomer era dominante, e não subordinado Além da rejeição do pressuposto base para UTH, pois não houve relação entre os episódios de grooming recebidos e a tolerância cedida A população apresenta distribuição contrária a proposta por UTH com o grooming sendo mais frequentemente distribuído por groomers dominantes em receptores subordinados, ou similares em relação a classe sexoetária Com o menor poder de coerção do dominante em relação ao subordinado, é possível que o mercado social das interações das fêmeas do grupo estudo atribua maior valor social a indivíduos de mesmo sexo e idade em detrimento de indivíduos dominantes Esta condição pode estar associada ao menor regime de competição e consequente menor monopolização de recursos que o grupo enfrenta devido a fragmentação e urbanização do habitatItem Uso de ferramentas na quebra de sementes por macacos-prego-pretos (Sapajus nigritus cucullatus) em vida livre(2023-02-28) Gutierres, Julia dos Santos; Magnoni, Ana Paula Vidotto; Aguiar, Lucas de Moraes; Neves Filho, Hernando BorgesO uso de ferramentas em primatas ocorre em diferentes contextos, como forrageio, comunicação e defesa. Na alimentação, as ferramentas de quebra com objetivo de acessar o endosperma das sementes é um comportamento habitual de certas populações de primatas em vida livre. Em macacos-prego-pretos (Sapajus nigritus cucullatus) há apenas um registro de uso de ferramentas de quebra, na década de 1990. Sendo assim, investigamos sistematicamente os sítios de quebra utilizados por esta população, através de registros indiretos e análise de vestígios resultantes da atividade de quebra, em um parque urbano, remanescente de Mata Atlântica. Localizamos e identificamos os sítios de quebra através de busca ativa, e medimos e pesamos as ferramentas envolvidas na atividade de quebra, e o material disponível na superfície do ambiente. Além disso, coletamos os remanescentes de sementes ou frutos que foram processados para identificação da espécie vegetal. Após a identificação, medimos a distância entre o sítio de quebra e o indivíduo vegetal mais próximo, pertencente a mesma espécie da semente ou fruto que é processado no sítio. Testamos as seguintes hipóteses: 1) Os martelos encontrados nos sítios de quebra diferem em peso e tamanho dos disponíveis no ambiente; 2) A distância entre o sítio de quebra e a espécie vegetal, influencia no processamento das sementes/frutos; 3) O material e peso das ferramentas tem relação com a semente ou fruto da espécie vegetal que é ali quebrada. Registramos 205 sítios de quebra e identificamos três espécies vegetais processadas, sendo Syagrus romanzoffiana (jerivá), Acrocromia aculeata (macaúba) e Terminallia catappa (chapéu de praia). O tamanho e peso dos martelos diferiram significativamente dos materiais dispersos na superfície da área de estudo, sendo maiores para os martelos. A maior parte dos sítios de quebra estão presentes em áreas próximas ao indivíduo vegetal, potencialmente fornecedor do recurso alimentar processado. Nossos dados indicam uso habitual de ferramentas de quebra na população e escolha ativa dos martelos utilizados na quebra de sementes, em relação ao material disponível no ambiente. Do mesmo modo, há evidência de que os sítios de quebra são escolhidos próximos aos indivíduos vegetais que fornecem o recurso alimentar processado, e que há influência das características das ferramentas na quebra das espécies vegetais. Este trabalho mostra a importância de estudos sobre o uso de ferramentas nesta população, por ser a única em vida livre da espécie que é conhecida até o momento por utilizar-se de ferramentas de quebra.