Efeitos do estrógeno sobre aspectos cardiovasculares, autonômicos e oxidativos de ratas endotoxêmicas : papel do óxido nítrico

Data

Autores

De Paula, Jaqueline Costa Castardo

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Resumo

Resumo: A função cardiovascular apresenta diferenças relacionadas ao sexo A modulação autonômica cardíaca é responsiva aos níveis de hormônios ovarianos, e o estrógeno aumenta a biodisponibilidade de óxido nítrico (NO) Considerando as diferenças entre gêneros nos processos patológicos, fêmeas apresentam menor susceptibilidade à sepse e maior taxa de sobrevivência Contudo, poucos estudos avaliaram a importância do estrógeno em fêmeas nas respostas cardiovasculares, autonômicas e em parâmetros oxidativos antes e no início da endotoxemia Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo geral investigar aqueles parâmetros em ratas adultas jovens não anestesiadas, na endotoxemia induzida por lipopolissacarídio (LPS) Em paralelo, as vias constitutiva e induzível da enzima óxido nítrico sintase (NOS) também foram avaliadas, cNOS e iNOS, respectivamente Avaliou-se as respostas cardiovasculares em fêmeas no estro (SHAM), comparadas às ovariectomizadas (OVX) ou OVX tratadas com estradiol (OVX+E) Efetuou-se a análise espectral da variabilidade da pressão sistólica (VPS) e da frequência cardíaca (VFC), bem como a análise do barorreflexo espontâneo Foram medidos e comparados os níveis de óxido nítrico (NO), capacidade antioxidante total (TRAP), hidroperóxidos de lipídios (LOOH) e a atividade da paraoxonase 1 (PON1), no plasma dos animais experimentais, tratados previamente com L-nitro-arginina-metil-éster (L-NAME), S-Metilisotiouréia (SMT) ou salina Para isto, ratas Wistar (22 a 27 g), 8 semanas após a ovariectomia, com ou sem tratamento com estradiol 1mg/Kg/dia, ou falsa OVX (SHAM), foram submetidas à cateterização da artéria e veia femurais e, após 24 horas, tiveram avaliados os parâmetros cardiovasculares antes e após a injeção de LPS (5mg/Kg, IV), precedida por injeção de salina (,9%), L-NAME (1mg/Kg), ou SMT (3 mg/Kg) 2 horas após o LPS, foram colhidas amostras de plasma para medida de níveis de nitrito, LOOH, TRAP e atividade da PON1 No estado basal, a OVX causou redução da SBR, juntamente com aumentos na VPS e do seu componente de baixa frequência na análise espectral (LF) O tratamento com estradiol não preveniu os efeitos da OVX sobre a VPS, promoveu pouca melhora na sensibilidade barorreflexa (SBR), e gerou maior frequência cardíaca (FC) nos animais Após 2 horas de registro pressórico, as ratas que receberam salina apresentaram redução da SBR Tanto a via constitutiva quanto a induzível mostraram-se importantes no controle pressórico das fêmeas dos três grupos, após 2 horas O L-NAME promoveu aumento da PAM e redução do LF da VPS, sendo o aumento da pressão arterial média (PAM) menor nas OVX, que também apresentaram redução da atividade da PON1 A diminuição da atividade da PON1 pelo L-NAME foi prevenida nas OVX+E A SMT promoveu aumento da PAM e do LF da VPS nos três grupos experimentais, e as OVX+E apresentaram menores níveis de NO que as OVX Assim, do ponto de vista fisiológico, o estradiol mostra-se importante para a manutenção cardiovascular das fêmeas, porém não preveniu o aumento da modulação simpática As NOS parecem exercer funções opostas sobre o sistema nervoso autônomo e, bioquimicamente, enquanto as cNOS contribuem à manutenção da atividade da PON1 em ratas OVX, a iNOS mantém os níveis de NO nas ratas OVX+E Após 2 horas de LPS, as ratas responderam com manutenção da PAM, taquicardia, maior VPS, e SBR reduzida O pré-tratamento com L-NAME fez com que as ratas dos 3 grupos apresentassem queda da PAM após 2 horas de administração do LPS, com redução do LF da VPS e taquicardia As OVX+E apresentam aumento da PON1 após L-NAME-LPS, em comparação com as OVX De modo geral, a SMT fez com que as fêmeas dos 3 grupos respondessem igualmente a 2 horas de endotoxemia, com maior LF da VPS, taquicardia, aumento do LFnu da VFC, da razão LF/HF, e redução da SBR Os 3 grupos também apresentaram aumento da TRAP ao LPS quando pré-tratados com SMT, enquanto as OVX+E apresentaram redução do LOOH As SHAM apresentaram menores níveis de NO após o LPS quando pré-tratadas com L-NAME ou SMT, em comparação com o pré-tratamento com salina Os dados de inibição das vias constitutiva e induzível da NOS na endotoxemia sugerem que as cNOS seriam responsáveis pela proteção contra a hipotensão, enquanto a iNOS, seria responsável pela inibição simpática e pelo consumo das reservas antioxidantes das fêmeas na endotoxemia, independente dos hormônios ovarianos Mais estudos mostram-se necessários ao entendimento das relações entre a atividade da PON1, as NOS e os níveis de estradiol, em estados fisiológicos e patológicos

Descrição

Palavras-chave

Estrógenos, Hormônios esteroidianos, Sistema cardiovascular, Óxido nítrico, Pressão arterial, Estrogen, Hormonal steroids, Cardiovascular system, Endotoxins

Citação