Parabenos : convergências e divergências científicas e regulatórias

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Coelho, Christiane da Silva

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Resumo

Resumo: A segurança de produtos cosméticos tem despertado crescente atenção nas últimas décadas e o estudo da toxicidade de seus ingredientes evoluiu consideravelmente Dentre os conservantes permitidos em cosméticos, destacam-se os parabenos, série homóloga do ácido 4-hidroxibenzóico e incluem os derivados metil, etil, propil e butil parabenos Desde 192 e até hoje, os parabenos vêm sendo utilizados para a conservação de cosméticos, alimentos e medicamentos A larga utilização desses compostos vem ocorrendo principalmente, em razão de seu amplo espectro de atividade, solubilidade, baixo custo e estabilidade química, utilizados separadamente ou em associação, em várias categorias de cosméticos Após a publicação de estudo onde foram detectados parabenos em tumores de mamas humanos, o uso desses conservantes em cosméticos tem sido muito discutido ao redor do mundo O objetivo desse trabalho foi avaliar as evidências científicas e regulatórias quanto à segurança dos parabenos como conservantes em cosméticos e elaborar revisão bibliográfica sobre o tema, que pudesse contribuir com a comunidade científica, órgãos regulatórios e setor produtivo para o melhor conhecimento do uso seguro desses conservantes Ensaios in vitro e in vivo têm demonstrado que os parabenos possuem atividade estrogênica, porém tem-se afirmado que essa atividade é muito fraca quando comparada ao estradiol Essa atividade está diretamente relacionada à estrutura do derivado parabeno; sendo mais acentuada, quanto maior o tamanho da cadeia do grupo alquil e maior a ramificação O trabalho que provavelmente motivou a discussão em torno da segurança dos parabenos, em razão da possível associação entre câncer de mama e o uso de parabenos, teve algumas limitações metodológicas apontadas por outros pesquisadores, o que tem gerado muitas divergências A avaliação do risco do uso de parabenos em cosméticos deve ser realizada de modo amplo uma vez que há muitos outros ingredientes empregados nesses produtos, também apontados como possíveis desreguladores endócrinos O uso de misturas, bem como os efeitos originados de exposição repetida e combinada, cenário habitual no uso de cosméticos devem também ser considerados No Brasil, o uso de conservantes em cosméticos está regulamentado pela Anvisa por meio da RDC 29/212 Alinhado à regulamentação internacional, o limite máximo permitido na legislação brasileira para uso de parabenos em cosméticos é de ,4% para o ingrediente isolado ou ,8% para misturas Apesar das várias discussões sobre o assunto na comunidade científica e de decisões contrárias ocorridas em alguns países, as autoridades sanitárias, de modo geral, continuam considerando seguro o uso dos parabenos em cosméticos A revisão da literatura relativa à segurança dos parabenos realizada neste trabalho mostrou a necessidade de estudos epidemiológicos para aumentar a significância das evidências científicas e subsidiar as autoridades na tomada de medidas sanitárias, assegurando a saúde dos usuários de cosméticos contendo parabenos A análise dos resultados obtidos nessa revisão permitiram concluir que deve ser recomendada às autoridades regulatórias: redução para ,19% das concentrações de propil e butilparabeno em cosméticos; proibição de todos parabenos em produtos não enxaguáveis para crianças de até 3 anos de idade e manutenção da legislação em vigor para os derivados metil e etilparabeno

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Palavras-chave

Parabenos, Avaliação de riscos de saúde, Cosméticos, Conservação química, Conservantes químicos, Cosmetics, Chemical preservatives, Parabens - Health risk assessment, Laws and regulations, Chemical conservation

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