Navegando por Autor "Crespigio, Jefferson"
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Item Análise clínica e anatomopatológica dos feocromocitomas esporádicos em comparação com os associados à doença de von Hippel-LindauCrespigio, Jefferson; Mazzuco, Tânia Longo [Orientador]; Fornazieri, Marco Aurélio; Almeida, Sílvio Henrique Maia de; Pignatelli, Duarte; Rocha, José Claudio Casali da; Mazzu, Tânia Longo [Coorientadora]Resumo: Introdução: A doença de von Hippel-Lindau (VHL) constitui uma síndrome rara com herança autossômica dominante, caracterizada pela predisposição a múltiplos tumores decorrentes de mutações no gene VHL Pacientes classificados como VHL do tipo 2 exibem alto risco de desenvolvimento de tumores da medula da adrenal denominados feocromocitomas, os quais apresentam características clínicas e morfológicas distintas dos casos esporádicos de feocromocitomas e de casos presentes em outras síndromes genéticas Marcadores moleculares, tais como as enzimas da família glutationa S-transferase, caspases, proteína p53, bem como biomarcadores relacionados ao padrão de vascularização e à proliferação celular, têm sido relacionados a fatores prognósticos em diversas neoplasias Feocromocitomas presentes na doença de VHL são tumores raros, cujos dados histopatológicos são escassos na literatura Objetivos: Descrever as características clínicas e de biomarcadores em feocromocitomas presentes na doença de VHL em comparação aos casos esporádicos de feocromocitomas Metodologia: Foi realizado um estudo observacional descritivo e transversal incluindo casos de feocromocitomas esporádicos (n = 6) e feocromocitomas VHL (n = 3) a partir de dados clínicos e laboratoriais Foram coletadas dos prontuários médicos as seguintes informações: idade, sexo, lateralidade e maior diâmetro do tumor, presença ou ausência de sintomas e sinais adrenérgicos, excreção urinária de catecolaminas e metanefrinas Na etapa seguinte, realizou-se revisão anatomopatológica com classificação de PASS (pheochromocytoma of the adrenal gland scaled score) de cortes histológicos nos blocos de parafina dos feocromocitomas removidos cirurgicamente Foi realizado estudo experimental através da técnica imunoistoquímica utilizando os anticorpos primários para cromogranina A, caspase-3, GSTP1, Ki-67, p53, CD34 e S-1 Resultados: No momento do diagnóstico os pacientes com feocromocitomas VHL apresentaram média de idade menor (34,6 anos; IC95% 33-36) que os casos esporádicos (57,5 anos, IC95% 5-64) (p=,3) O maior diâmetro tumoral nos pacientes com VHL (2,4 cm; IC95% ,8-4,3) foi significativamente menor do que nos casos esporádicos (6,6 cm; IC95% 5,8-8,) (p=,7) Todos os pacientes apresentaram tumores unilaterais, à exceção de um paciente com doença de VHL que apresentou tumor bilateral A tríade clássica de sintomas de feocromocitoma esteve presente somente nos casos esporádicos, com todos os pacientes desse grupo exibindo valores elevados de metanefrinas urinárias Todos os feocromocitomas apresentaram critérios de PASS menor que 4 A densidade vascular, avaliada através da expressão do CD 34, foi 3,5 vezes maior nos feocromocitomas VHL em comparação aos casos esporádicos (p=,2) Os feocromocitomas presentes na síndrome VHL exibiram menor expressão das proteínas GSTP1 (p=,1) e caspase-3 (p=,2) em relação aos casos esporádicos Não houve diferenças significativas na imunoexpressão das proteínas p53, S-1 e do índice de proliferação celular (Ki-67) Conclusão: Nossos resultados demonstraram que feocromocitomas presentes em pacientes com doença de VHL apresentam aumento da vascularização com diminuição da apoptose e baixa proliferação celular, estando de acordo com dados da literatura de desregulação da via do HIF (fator induzido pela hipóxia) Houve baixa imunoexpressão de GSTP1 nos feocromocitomas VHL porém não há estudos na literatura referentes ao metabolismo xenobiótico nos casos de feocromocitomas esporádicos ou familiares sendo, portanto, um assunto a ser investigado de forma mais aprofundada A complementação do estudo anatomopatológico do feocromocitoma, incluindo a avaliação da densidade vascular com a técnica de imunoistoquímica em exame de rotina, poderá auxiliar na suspeita da doença de VHL em pacientes cujo feocromocitoma assintomático (incidentaloma) seria a primeira manifestação da doença Considerando a raridade destes tumores neuroendócrinos, estudos multicêntricos com aumento da casuística contribuirão para melhor entendimento da fisiopatologia e dos mecanismos moleculares presentes em feocromocitomas na doença de VHLItem Modulação do eixo corticotrófico na caquexia neoplásica em um modelo animalCrespigio, Jefferson; Mazzuco, Tânia Longo [Orientador]; Fernandes, Daniel; Carrilho, Alexandre José Faria; Mazzu, Tânia Longo [Coorientadora]Resumo: A síndrome da anorexia-caquexia (SAC) é uma importante condição clínica no câncer em estágio avançado, estando relacionada à importante diminuição de sobrevida nos pacientes A presença do tumor e sua interação com o hospedeiro desencadeiam a liberação de várias substâncias como interleucinas, caracterizando um estado de estresse, com consequente ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA) O objetivo do presente trabalho foi avaliar a influência da caquexia neoplásica sobre o eixo HPA através do estudo morfo-funcional das glândulas adrenais e hipófise Para indução do tumor de Walker-256, células tumorais (LLC WRC-256) foram inoculadas subcutaneamente em ratos machos Wistar Animais do grupo controle foram inoculados apenas com o veículo A aferição da massa tumoral foi feita a partir do 4º dia e os animais foram sacrificados no 5º e no 12º dias do experimento, correspondendo a importantes alteraçoes metabólicas da SAC neste modelo experimental No dia do sacrifício foi avaliada a perda de massa corpórea, foram dissecados e pesados o tumor, a adrenal e hipófise para estudo morfológico e estudo imunohistoquímico do ACTH (hormônioadrenocorticotrópico) hipofisário e da enzima 3ßHSD (3-beta-hidroxiesteróide-desidrogenase) no córtex da adrenal Os animais portadores de tumor apresentaram redução do peso a partir do 5º dia (2,5 % em relação ao controle, p<,5) e desenvolvimento de caquexia, confirmando a presença de SAC Além disso, a presença do tumor causou resposta inicial de aumento dos pesos absolutos e relativos da adrenal e da hipófise no 5º dia (p<,1), com redução dos mesmos no 12º dia associado à hiperplasia glandular em um momento inicial da evolução tumoral, com regressão subsequente dos parâmetros morfológicos Houve correlação moderada entre os aumentos dos pesos relativos da adrenal e da hipófise Os resultados demonstraram diminuição da imunoexpressão da enzima 3ßHSD no córtex da adrenal (p<,1) em ratos portadores de tumor, e diminuição da secreção de corticosterona plasmática após o teste funcional com ACTH, confirmando a exaustão adrenal Houve aumento da imunoexpressão do ACTH na região da adeno-hipófise no 5º dia seguido de queda no 12º dia nos animais com tumor (p=,5) Com isso, observamos que a avaliação morfológica macro e microscópica não pode ser utilizada como parâmetro único na avaliação da resposta do eixo HPA modulada pela presença do tumor ao longo do tempo Esses resultados sugeremuma dupla resposta do eixo corticotróficoà presença do tumor, uma resposta precocecom ativação do eixo seguida de falência adrenal primária, caracterizada por diminuição da secreção de glicocorticóides apesar do aumento da síntese de ACTH Esta é uma demonstração da influência deletéria da SAC sobre a glândula adrenal, com hiperativação do eixo HPA Deste modo, a resposta adaptativa ao câncer provoca alterações morfológicas nas glândulas adrenais e hipófise e interfere no funcionamento do eixo HPA A compreensão deste processo fornece embasamento para futuros estudos em oncologia clínica