Navegando por Autor "Castro, Bruna Jamila de"
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Item O antropoceno e a urgência de pensar possibilidades não modernas para a análise de questões ambientais : a controvérsia da solução para a poluição dos oceanos por plásticosCastro, Bruna Jamila de; Oliveira, Moisés Alves de [Orientador]; Pricinotto, Gustavo; Allain, Luciana Resende; Wortmann, Maria Lúcia Castagna; Henning, Paula CorrêaResumo: Antropoceno é um dos nomes que vêm sendo acionados para se pensar os modos possíveis de enfrentamento das condições de existência atuais Aquecimento global, perda da biodiversidade, poluição atmosférica, acidificação dos oceanos, escassez de água potável, são bons exemplos de questões que batem à nossa porta e têm potência para colocar em risco o futuro da vida no planeta Todavia, temos permanecido indiferentes a elas O que explicaria essa nossa falta de afetação para com as questões ambientais? Segundo o filósofo Bruno Latour, a fonte do problema estaria no modo como temos interpretado o mundo O grande entrave estaria no modelo moderno, que organiza a realidade em duas zonas ontológicas inteiramente distintas: Sociedade e Natureza Com esta abordagem, de acordo com o autor, não temos condições de apreender e interpretar as questões ambientais, estaríamos apenas a proceder um “salto mortale” entre humano e não-humano, ignorando o “meio do caminho”, isto é, o que liga os seres uns aos outros: as práticas de tradução Desenvolver uma pesquisa no campo da Educação de Ciências, neste sentido, parece necessário e produtivo O objetivo desta tese é exemplificar um modo de retomar a tarefa de rastrear as associações entre humanos e nãohumanos, em uma questão ambiental, sem recorrer às dicotomias modernas Selecionei como temática a ser explorada a controvérsia da solução para a poluição dos oceanos por plásticos, uma temática bastante popular nos últimos anos e que tem circulado por inúmeras mídias, artigos científicos, campanhas de ONGs ambientalistas, assim como reuniões de nações (Fórum Econômico Mundial, Conferências da ONU) O método utilizado para proceder ao rastreamento foi a Cartografia de Controvérsias, um conjunto de estratégias que permite observar e descrever a complexidade das associações entre os diversos atores O mapeamento revelou elementos heterogêneos como inovações tecnológicas (plásticos biodegradáveis, tecnologia de limpeza dos oceanos), alianças internacionais da indústria do plástico (Marine Litter Solutions), de ONGs ambientais (Break free from plastic) e de empresas multinacionais (The New Plastic Economy) e campanhas globais (Clean Seas) As associações que deram existência a essas redes envolveram humanos e não-humanos, ziguezagueando entre estes por meio de traduções/desvios que foram permitindo aos atores seguirem seus interesses Pode-se dizer, neste sentido, que a Cartografia de Controvérsias mostrou ser um instrumento produtivo para realizar a desdramatização de uma questão ambiental, permitindo renunciar às categorias globais e dirigir o olhar para os momentos em que esta toma forma, ampliando suas formas de representaçãoItem Aulas de ciências no ensino fundamental : considerações epistemológicas e políticas provocativas a partir de uma contra proposta inspirada pela teoria ator-redeOzelame, Diego Machado; Oliveira, Moisés Alves de [Orientador]; Rivelini, Angélica Cristina; Castro, Bruna Jamila de; Rezzadori, Cristiane Beatriz Dal Bosco; Bastos, Vinícius ColussiResumo: Por meio do acompanhamento das aulas de Ciências de uma turma do ensino fundamental, sugestionado pela Teoria ator-rede, esta tese parte do objetivo geral de produzir considerações epistemológicas e políticas provocativas a partir de uma contra proposta Esta teorização permitiu condições para observar algumas articulações e desarticulações das cenas trazidas; (re) pensar alguns termos ao seu entendimento, situar novas formas de pensar, criando condições para refletir sobre uma epistemologia política nos termos de Bruno Latour Proponho, para discussão, o entendimento de que a epistemologia política, nos termos tradicionais, por razões políticas, impede que ela possa agir politicamente A partir dessa constatação, apresento que uma série de procedimentos precisam ser ressignificados para que a epistemologia política possa proceder como tal As reflexões produzidas ao longo do texto e as discussões das cenas elegidas permitiram observar que tudo é construído ao mesmo tempo, sendo efeito de processos de negociação Desta maneira, no presente trabalho, por meio das observações de campo e argumentações teóricas, foi possível problematizar as formas de entendimento que afirmam a existência de naturezas a priori Também se pode reconhecer que estas formas de pensar são criadas por meio dos desvios das teorias do conhecimento que não respeitam os procedimentos de coordenação das ações, estabelecendo um tipo de epistemologia que não pode agir politicamente Trazer esta última problematização para um primeiro plano proporciona condições de estabelecer um olhar provocativo que problematiza as bases epistemológicas que constituem a formação de grande parte dos educadores e pesquisadores da área do Ensino de Ciências, sendo um passo importante para pensar os processos de ensino de ciências, uma vez que reflete diretamente no entendimento de que as situações que acontecem no espaço escolar não seriam um modo de pensar as diferentes realidades, mas uma maneira de intervir e construi-las, além do que desnaturaliza o entendimento de que a aprendizagem seria um fenômeno exclusivamente mentalista, permitindo passos iniciais para pensar o processo educativo como um movimento além das ações de quaisquer domínios específicos determinados a prioriItem Corpos e bio-virtualidades : pedagogias do eu no vale dos homossexuaisPolizel, Alexandre Luiz; Oliveira, Moisés Alves de [Orientador]; Carvalho, Fabiana Aparecida de; Castro, Bruna Jamila deResumo: Na contemporaneidade, insurge uma grande preocupação com os estudos acerca dos corpos Os corpos das ciências, os corpos das educações, os corpos e as tecnologias de poder, os corpos Todavia, os corpos sempre se mantiveram como o cerne dos problemas filosóficos e da movimentação do pensamento Este manuscrito, então, opera pelos corpos como fio condutor, buscando traçar explanações acerca de “Como fazem-se os corpos nas virtualidades?” Muitos espaços seriam possíveis para tratar tal questão, optei por buscar dicas no ciberespaço, em um grupo na rede social, Facebook, tratado aqui como Vale dos Homossexuais A partir de uma perspectiva ontológica do diagnóstico do presente, compreendendo o fazer-se corpo como um instaurador de existência, lanço mãos de conceitos Nietzscheanos, Foucaultianos e Latourianos para buscar uma taxonomização deste fazer corpo Deste movimento emerge apolíneas Pedagogias do Eu, que vejo operar em, ao menos, cinco tecnologias: a) Tecnologia das confessionalidades; b) Tecnologia da fanficzação; c) Tecnologia da hipertextualização; d) Tecnologia da exposição; e) Tecnologia do Corpo-arquivo e das banalidades Vê-se que o corpo se fazer no ciberespaço, em movimentos de atualização encontra-se interligado na produção constante de verdade de si e do Outro, via confissão, ficcionalização, combinações hipertextualizadas, exposições de si-Outro e na transformação do corpo em arquivo Essas movimentações levam a múltiplas possibilidades de produções do corpo via composições ligando os recortes das narrativas deixadas, conexões utilizadas de modo interessado A investigação leva a considerar que tais composições interessadas têm reverberado na produção de linhas de subjetivação que valorizam um corpo-Eu enquanto produto a ser cultuado – corpolatria –, uma Pedagogia de centralização no Eu, na semelhança e na captura da atenção via fazer-se visível, bem como no esforço para tornar-se supostamente e repetitivamente: eventos inéditosItem Derivas da ecogovernamentalidade : a construção de territórios existenciais por meio das tecnologias de siInocêncio, Adalberto Ferdnando; Oliveira, Moisés Alves de [Orientador]; Carvalho, Fabiana Aparecida de; Parpinelli, Roberta Stubs; Castro, Bruna Jamila de; Takara, SamiloResumo: A presente pesquisa buscou investigar de que maneiras a intensiva proliferação discursiva da crise ambiental emergida nas últimas décadas, se relaciona com a construção das subjetividades no tempo presente Nesta pesquisa, entende-se por subjetividades um atravessamento entre as técnicas de dominação e objetivação do poder e o que Foucault denominou por tecnologias de si A hipótese dessa investigação foi a de que por meio das tecnologias de si é possível que certas subjetividades construam processos de recusa das formas de vida já previamente pensadas pelas táticas de poder da ecogovernamentalidade Nesse sentido, adotou-se a cartografia como pistas de um método que não responde por um início, meio e fim, mas por processos Concebendo a internet como tecnologia de época, buscaram-se em suas materialidades discursivas elementos que pudessem ser entendidos como estéticas da existência no que diz respeito às relações que empreendemos com o meio ambiente no tempo presente Durante o movimento cartográfico, o objetivo central assumido nesta investigação foi o de colocar em evidência quais tecnologias/técnicas estão em jogo na experimentação dessas liberdades, bem como, os modos possíveis de se verificar tensionamentos individuais ou coletivos diante das racionalidades de governo ou tecnologias de poder que se encontram em vigor Foram encontradas duas tecnologias de si identificadas como movimentos de criação: a escrita de si e as máquinas estéticas A primeira expressa nos escritos jornalísticos de Rodrigo Barchi e Eliane Brum; a segunda expressa nas instalações artísticas de Roberta Carvalho e Eduardo Srur Caracterizadas pela proximidade com a micropolítica e microfísica dos poderes, apostam-se nessas materialidades como territórios existenciais, isto é, narrativas não assimilacionistas que escapam de ecologias policialescas e normativas incitadas pela ecogovernamentalidadeItem Educação química no antropoceno.(2021-05-20) Fary, Bruna Adriane; Savioli, Ângela Marta Pereira das Dores; Costa, Alyne de Castro; Castro, Bruna Jamila de; Rezzadori, Cristiane Beatriz Dal Bosco; Fausto, JulianaEsta pesquisa emergiu do desejo de reivindicar a Química nos saberes populares e nos espaços informais de circulação e mobilização de conhecimento. A partir da questão ambiental do Antropoceno, surge a inquietação de como os saberes da Química atuam nas problemáticas ambientais e quais outros saberes, práticas, técnicas e políticas são possíveis para pensar em modos de mobilizar a Educação Química para tal contexto. Nesse sentido, tem-se como objetivo desta tese buscar e compreender saberes, práticas, técnicas e políticas que servem de inspiração para pensar em outros modos de mobilizar a Educação Química, no que toca o advento do Antropoceno. Na busca por essas estratégias, utilizou-se a Heteroautobiografia, com base na Pesquisa Narrativa, enquanto metodologia para entrevistar duas alquimistasbruxas- cientistas, que trabalham com agroecologia e cosmetologia natural. A pesquisa teve como base as teorizações de Isabelle Stengers. Como resultados, encontram-se nas narrativas de vidas dessas mulheres ações para reativar, resgatar, reapropriar, regenerar, e toda polissemia do “to reclaim” de Stengers (2017a); a retomada das práticas da diversidade do saber-fazer química, para tratar da interferência no Antropoceno. Com as histórias de vidas, buscou-se e compreendeuse como elas constituíram seus saberes, e discutiu-se os modos como elas existem e resistem no Antropoceno. A conclusão desta pesquisa é que essas mulheres operam em torno de uma química menor. A partir disso, propomos e discutimos, enquanto estratégia, para além dos movimentos de desterritorialização, produzir um terreno para mobilizar os saberes químicos de forma a agenciá-los no coletivo e a criar ramificações políticas – modos de ser e estar em sociedade – configura o que denominou-se de “Educação Química Menor” (EQM), da qual as mulheres alquimistas-bruxas-cientistas operam com suas práticas, técnicas e políticas. As participantes desta pesquisa mostraram as possibilidades de constituição de uma ecologia de saberes químicos que desterritorializam a Química ao serviço dos interesses industriais, econômicos e políticos. A política da Química de serviço nos direcionou a problemas como poluições e consequências dos usos de agrotóxicos e plásticos, que contribuem na caracterização do Antropoceno e na identidade e território da Química na contemporaneidade.Item "Maldita química! : Mal consigo prever seus movimentos" : as associações que movimentam a química no canal do youtube Manual do mundoGomes, Fabiana; Oliveira, Moisés Alves de [Orientador]; Castro, Bruna Jamila de; Rezzadori, Cristiane Beatriz Dal Bosco; Cunha, Márcia Borin da; Spiess, Marcos AlfonsoResumo: O Manual do Mundo se apresenta como um lugar de aprender a fazer, motivado a ensinar ciências de uma maneira outra que não a ensinada nas escolas, o que ocorre muitas vezes com mais recursos e mais criatividade que a sala de aula As produções audiovisuais com fins educativos estão ressignificando os espaços naturalizados de ensino, como a escola, por exemplo Essas produções, agenciadas pelas mídias, constantemente produzem e fazem circular uma série de valores, concepções, repre-sentações – relacionadas a um aprendizado cotidiano sobre o que devemos fazer e como devemos pensar Esta tese teve como principal objetivo identificar os atores que fazem parte da rede do Manual do Mundo, para, assim, compreender como o canal instaura um espaço de circulação da ciência química Ao se apropriar do cenário de um laboratório e da experimentação, o canal vai convocando alguns tipos específicos de aliados; seguidores que veem o laboratório um ambiente familiar, onde há elemen-tos que os confortem e, por conseguinte, provoquem sentimentos de aliança, de iden-tificação A Teoria Ator-Rede (TAR) foi fundamental no processo que nos permitiu descrever a trajetória do canal e nos revelar as associações estabelecidas pelos múl-tiplos e heterogêneos atores envolvidos no processo de circulação do conhecimento, principalmente, ao conhecimento químico Vislumbramos alguns: YouTube, Iberê e Mariana, laboratório, marketing, pedagogias entidades que, uma vez associadas ao Manual do Mundo, são atores agenciando e sendo agenciados com diferentes potên-cias Apropriando-se do cenário do laboratório químico, definitivamente um forte ali-ado, para divulgar a ciência química, o Manual consegue arregimentar sujeitos que passam a fortalecer seus enunciados Esses sujeitos, então, deixam de ser meros seguidores do canal e passam a aliados, reprodutores e divulgadores de enunciados com status de verdade As alianças formadas por esses atores garantem a formação de novas outras alianças permitindo o aumento da rede O Manual não seria o mesmo sem algum delesItem Representações modernas de natureza nas histórias em quadrinhos do Papa-CapimCastro, Bruna Jamila de; Oliveira, Moisés Alves de [Orientador]; Henning, Paula Corrêa; Passos, Marinez MeneghelloResumo: Pela perspectiva dos Estudos Culturais, toma-se Educação Ambiental como uma atividade discursiva que se propõe capaz de modificar atitudes, reformular conceitos e principalmente formar uma consciência ecológica Corriqueiramente nos depararmos com inúmeras instâncias com intencionalidades conscientizadoras que almejam produzir e fazer-se representantes de um tipo particular de natureza: o mundo da ordem biológica, algo autônomo e independente do mundo cultural humano, que deve ser protegido E com isso cada um de nós é interpelado a promover o “ecologicamente correto”, sendo convocados a transformar nossa maneira de ser Partindo da ideia, advinda das teorias culturais, de que nos constituímos como sujeitos na e sobre a cultura, por meio da interação estabelecemos com as produções, as instituições e as práticas culturais, pareceu-me relevante e provocativo analisar um produto cultural que faz parte da vida de inúmeras crianças, adolescentes e adultos, algo que geralmente é visto como inocente e despretensioso: as Histórias em Quadrinhos (HQs) do Papa-Capim – da Mauricio de Sousa Produções A presente investigação objetiva analisar as representações modernas de natureza presentes nas HQs do Papa-Capim, a fim de descrever e problematizar os significados, que a partir do meu olhar e de meus referenciais, estão sendo colocados em prática neste contexto de produção cultural de natureza Do ponto de vista teórico-metodológico, a descrição apresentada tem fortes influências das perspectivas críticas das vertentes pós-estruturalistas, em especial as críticas à modernidade do filósofo Bruno Latour O argumento central dessa Dissertação é que amalgamado à aparência de entretenimento das HQs, há explícita tentativa de manter, de pôr em funcionamento, uma pedagogia ambiental, que ensina valores modernos, mantendo a ideia de uma transcendência da natureza-objeto, um tipo de discurso ambiental também amplamente conservador e colonialista Por fim, alego que o discurso ambiental das HQs não simplesmente fala sobre a natureza, mas, antes, a constitui como uma forma específica e interessada de natureza Defendo, portanto, que as HQs do Papa-Capim são uma das formas contemporâneas de produzir, de ensinar culturalmente, o que se entende por natureza