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Submissões Recentes

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Contos insólitos, denúncias reais: da maternidade à monstruosidade em narrativas contemporâneas de autoria feminina
(2025-05-28) Antuniassi, Julia D’Auria; Ferreira, Cláudia Cristina; Santos, Adilson dos; Leite, Suely
Os estudos relativos ao insólito têm se intensificado cada vez mais, especialmente na seara das narrativas contísticas. Sabe-se que o fantástico suscita no leitor diversas sensações como inquietação, medo, hesitação, estranhamento e nos faz refletir sobre temas caros à nossa realidade, tais como violência, machismo, racismo, feminicídio, questões de gênero entre outros. O insólito é, portanto, inserido como pano de fundo para críticas e denúncias sociais. Neste sentido, a presente pesquisa tem como objetivo a análise da representação dos tabus relacionados à maternidade em contos contemporâneos de autoria feminina (2020-2024) inseridos na esfera do horror e publicados por editoras independentes, a saber: A devoradora (Juliana Cunha, 2022); Desova (Sinara Foss, 2023); Conservas (Samanta Schweblin, 2022) e Menorreia (Bora Chung, 2024). A temática escolhida está intimamente ligada à questão dos medos, do preconceito, da culpa e das diferentes violências que as mulheres grávidas sofrem - que são destaques das narrativas selecionadas para o corpus desta pesquisa. Além disso, há um recorte relacionado ao protagonismo feminino, tanto autoral quanto ficcional, possibilitando assim que as mulheres enfrentem horrores reais em ambientes controlados, ou seja, se utilizando da ficção. Como arcabouço teórico, serão utilizadas as teorias que versam sobre o insólito ficcional (Nodier, 1961; Alazraki, 2001; Todorov, 2004; Ceserani, 2006; Bessière, 2012; Roas, 2014) e sobre o horror na literatura (Carroll, 1999; França, 2008; França, Nestarez, 2022). Estes são os principais interlocutores teóricos. No entanto, outras fontes poderão ser investigadas para contribuir com a proposta. Ademais, os procedimentos metodológicos contemplam o aprofundamento teórico dos autores supracitados, a justificativa da escolha dos contos e, por fim, a análise da representação dos tabus relacionados à maternidade em contos insólitos contemporâneos. Espera-se, com este estudo, evidenciar de que forma o papel das mulheres na sociedade está refletido na esfera literária do insólito, uma vez que este é um recurso amplamente utilizado para trazer à luz questões sociais que devem ser debatidas e solucionadas. Espera-se, também, a contribuição para pesquisas crítico-literárias voltadas ao âmbito do insólito na literatura
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Perfil de imunomarcação das proteínas BCL-2 e y-H2AX em amostras teciduais malignas de bexiga e correlação com invasão à camada muscular e recidiva tumoral
(2024-03-01) Kawasaki, Julia Ayumi Ikeda; Guembarovski, Roberta Losi; Hirata, Bruna Karina Banin; Favaron, Phelipe Oliveira; Serpeloni, Juliana Mara
O carcinoma urotelial de bexiga (CUB) é uma neoplasia maligna do trato urinário de alta prevalência no mundo e que apresenta elevada taxa de recidiva tumoral, acometendo principalmente indivíduos do sexo masculino. No entanto, esta doença carece de marcadores capazes de predizer recidiva e agressividade tumoral. Sabe-se que o gene BCL2 apoptosis regulator (BCL-2) codifica uma proteína que atua na regulação da morte celular programada, processo alterado no desenvolvimento de tumores malignos. Já o gene H2A variant histone (H2AX) codifica uma histona responsável pela sinalização de danos à dupla fita do DNA, que contribui no recrutamento de fatores de reparo e pode influenciar ainda na formação de neoplasias malignas. Dentro deste contexto, objetivou-se realizar a análise do perfil de imunomarcação destas duas proteínas em 80 amostras teciduais de pacientes portadores de CUB (19 invasivos e 61 não invasivos ao músculo) e relacioná-los com parâmetros prognósticos (tempo da primeira recidiva, imunohistoquímica de p53, estadiamento, grau tumoral), clínicos (diabetes, hipertensão, medicamento de uso contínuo, histórico familiar de câncer) e de exposição ambiental (exposição ocupacional, hábitos tabagista e etilista), além de idade e sexo. As amostras “não invasivas” foram subdivididas em subgrupos: sem recidiva (n=24), com uma recidiva (n=18) e com mais de uma recidiva (n=19). A análise da expressão das proteínas BCL-2 e ?-H2AX foi realizada por meio da técnica de imunohistoquímica (IHQ) indireta, considerando-se marcação fraca e forte. A análise estatística foi realizada por meio dos testes do Qui-quadrado e Tau-b de Kendall (IBM® SPSS® Statistics for Windows, versão 23.0.1). O conjunto amostral foi composto principalmente por homens (73,8%) e indivíduos não fumantes (65,0%), com média de idade de 69,43±10,99 anos. Tecidos não tumorais adjacentes foram avaliados como padrão de comparação, onde observou-se imunomarcação fraca para BCL-2 e ausente para ?-H2AX, na maioria das amostras. Em relação ao tecido tumoral maligno, foi possível observar que a marcação de BCL-2 ocorreu no citoplasma e foi ausente em metade das amostras (n=40), apresentando uma maior frequência no grupo amostral invasivo (52,26%). Em relação a imunomarcação da ?-H2AX, foi observada expressão exclusivamente nuclear e predominantemente forte (+++) nas amostras invasivas (52,6%). Não foram constatadas associações significativas entre a imunomarcação no tecido tumoral em relação aos parâmetros prognósticos, socioculturais, clínicos ou exposição ambiental. Adicionalmente, não foram identificadas correlações significativas considerando-se as marcações de BCL-2 e ?-H2AX entre si (p=0,158). Conclui-se, com base no presente estudo, que as proteínas BCL-2 e ?-H2AX emergem como candidatas a biomarcadores para o CUB por sua expressão no tecido tumoral, mas que nas amostras do presente estudo não se mostraram associadas ao prognóstico da doença, em especial à invasão da camada muscular ou a presença de recidiva tumoral.
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Análise da ocorrência de duas mutações de resistência à piretróides em populações de Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus, 1762) em Florestópolis – PR
(2023-02-27) Feronato, Leandro; Rosa, Renata da; Silva, Mário Antonio Navarro da; Vilas-Bôas, Gislayne Lemes Trindade; Zequi, João Antonio Cyrino
A dengue é uma doença viral transmitida pela fêmea do mosquito Aedes aegypti. O vetor está presente nos continentes equatoriais povoados, de modo que a dengue acomete anualmente milhões de pessoas ao redor do mundo. Os países de clima tropical, são os mais castigados pelas dengue, assim como para as demais arboviroses, podendo a doença ser um agravo de sintomas leves e moderados, acarretando sequelas sérias que podem levar a morte e consequentemente expressivo gasto com a saúde pública. Em 2022 foram registrados mais de 1.450.270 casos de dengue no Brasil, uma taxa de incidência de 679,9 casos por 100 mil hab., 1.016 óbitos, desses, 109 no estado do Paraná. 3ª UF em maior número de óbitos. Uma das medidas de controle do mosquito é a aplicação de inseticidas piretróides. Entretanto, esses inseticidas, quando utilizados de forma descontrolada, podem selecionar populações resistentes, que apresentam mutações nos genes que codificam os canais de sódio voltagem dependentes (Nav). Dessa forma, com o objetivo de avaliar a ocorrência e distribuição de duas dessas mutações (Val1016Ile e Phe1534Cys) neste trabalho, foi escolhido como área de estudo o município de Florestópolis/PR, por apresentar um histórico importante de casos de dengue. Foi possível observar uma elevada frequência de genótipos heterozigotos para a mutação Val1016Ile e homozigotos recessivos para Phe1534Cys nos três trimestres analisados. Os resultados demonstram que as populações de Ae. aegypti coletadas em Florestópolis já apresentavam alelos que conferem resistência, demonstrando que a aplicação de inseticida piretróides pode não apresentar o resultado esperado, sendo necessário formas alternativas de controle do vetor.