Fernandes, Luiz Carlos [Orientador]Fracasse, Luciana2024-05-012024-05-012012.00https://repositorio.uel.br/handle/123456789/13856Resumo: O presente trabalho destina-se à análise de duas séries de propagandas sobre o Banco do Brasil, publicadas nas revistas Veja e Exame em meados dos anos 197 Sustentados pela teoria da Análise de Discurso de origem francesa, fundada por Michel Pêcheux nos anos 196, assumimos os gestos de interpretação aqui realizados em uma perspectiva discursiva materialista, segundo a qual se busca compreender os contextos sócio-históricos em que os discursos são formulados, bem como a ideologia que interpela o indivíduo em sujeito Nosso objetivo central é explicitar, no funcionamento da propaganda bancária, o processo de identificação do sujeito com a nação, em específico, do sujeito/cidadão brasileiro com o Brasil No período em questão, o país vivia uma das etapas da Ditadura Militar, na qual o controle sobre os sujeitos foi disseminado nos diversos domínios que constituem os espaços da vida em sociedade: na economia, na política, nos comportamentos e na produção identitária dos cidadãos Nesse contexto, os discursos das propagandas analisadas mantém-se em uma constante tensão decorrente da relação contraditória entre práticas capitalistas/(neo)liberais, nas quais o sujeito-de-direito é livre para fazer suas escolhas, inclusive para ser ou não cliente de um banco, e o poder autoritário e controlador exercido pelo regime militar Formuladas pela conjunção entre materialidade verbal e enunciados-imagem, as propagandas mobilizam um efeito de argumentatividade e convencimento a partir de um ritual de linguagem que se diferencia do modo como os anúncios circulam em nossos dias, ou seja, os textos selecionados possuem um formato mais extenso em relação ao formato das propagandas do século XXI Por um efeito metafórico, a imagem do banco que se vai projetando equipara-se de tal modo que quase se iguala à imagem do próprio país, num processo de legitimação que se dá pela língua Assim sendo, vai se construindo uma relação de dependência do país em relação à instituição financeira ao longo dos enunciados, os quais são sustentados por uma memória do dizer (interdiscurso) materializada no fio do discurso na forma dos pré-construídos História do Brasil e Modernidade Entre as regularidades identificadas, destacamos o efeito da temporalidade, justamente por termos duas séries propagandísticas formuladas a partir de acontecimentos históricos registrados no passado, como a chegada da Corte Portuguesa ao Brasil em 188 com a abertura do banco e, na sequência, temos a projeção da festa dos 2 anos do Banco do Brasil, já em 28 Como os anúncios circularam nos anos 197, entendemos que o passado e o futuro são constitutivos do dizer, ficando o presente, por um efeito ideológico, em silêncio Esse é um silêncio necessário, tendo-se em vista a formação discursiva dos governos militares, que estavam à frente da administração do Banco do Brasil; afinal, não se trata de uma instituição financeira privada, o que explica, inclusive, o próprio nome da instituiçãoAnálise do discursoAnúnciosBancosBrasilLinguagemDiscourse analysisA constituição da propaganda bancária no Brasil da década de 1970 : memória do dizer e silenciamentosTese