Stabelini Neto, AntonioCorrêa, Renan Camargo2025-07-312025-07-312025-05-24https://repositorio.uel.br/handle/123456789/18907A saúde mental dos adolescentes é uma questão crítica a nível global, afetando substancialmente sua qualidade de vida, desempenho escolar e desenvolvimento social. Dados recentes indicam um aumento na prevalência de problemas de saúde mental entre jovens, destacando a necessidade de intervenções eficazes. Este estudo teve como objetivo avaliar os efeitos de um programa multicomponente de promoção da atividade física (AF) sobre indicadores de saúde mental em adolescentes (depressão, ansiedade, estresse e bem-estar psicológico), utilizando um ensaio clínico randomizado e controlado por conglomerados (Cluster RCT), com duração de 24 semanas. O estudo contou com a participação de 295 adolescentes, com idades entre 12 e 15 anos, recrutados de quatro escolas. Os participantes foram alocados randomicamente em um grupo de intervenção (n = 143) e um grupo controle (n = 152) para controlar variáveis de confusão e assegurar a comparabilidade entre grupos. A seleção aleatória e a alocação foram realizadas utilizando um software estatístico para garantir a imparcialidade e validade dos resultados. A intervenção consistiu em duas sessões semanais de exercícios focados em fortalecimento muscular e atividades cardiorrespiratórias, realizadas no ambiente escolar. Paralelamente, os participantes receberam mensagens mediante a plataforma digital WhatsApp para incentivar a prática de AF fora do ambiente escolar. Esse suporte, conhecido como M-Health, foi personalizado para motivar a adesão contínua às práticas de AF. Os principais desfechos para a saúde mental incluíram medidas de estresse, ansiedade e depressão, utilizando a Escala DASS-21, e bem-estar psicológico, através do Kidscreen-27. Para mensurar a AF, aplicou-se o questionário PAQ-A. Foram empregadas Equações de Estimativas Generalizadas (GEE) para analisar as mudanças ao longo do tempo nos indicadores de saúde mental. Embora os resultados gerais não tenham demonstrado diferenças significativas entre os grupos para depressão, ansiedade e estresse, a análise estratificada por sexo revelou nuances importantes. Os grupos não apresentavam diferença estatisticamente significantes em relação às características basais, como idade média (13,8 anos), distribuição de gênero (aproximadamente 48,5% feminino), peso, altura e índices de saúde mental iniciais, assegurando condições similares no início do estudo. Adolescentes do sexo masculino no grupo de intervenção apresentaram níveis de ansiedade significativamente menores em comparação com o grupo controle (p = 0,01), sugerindo um possível efeito protetor da intervenção contra o aumento da ansiedade. No entanto, no grupo feminino, não foram observadas diferenças significativas para a maioria dos desfechos, e o grupo controle apresentou um aumento significativo no bem-estar psicológico (p = 0,03). Embora as comparações intergrupais utilizando GEE não tenham revelado diferenças estatisticamente significativas robustas, as melhorias observadas dentro dos grupos reforçam que intervenções podem ser eficazes na promoção da saúde mental dos adolescentes. Destaca-se, ainda, que o sexo pode moderar essa relação, apontando para possíveis diferenças no impacto das intervenções entre meninas e meninos. Em conclusão, este estudo demonstra que a implementação de programas nas escolas, aliada ao uso de tecnologias digitais de apoio, pode aumentar a adesão à atividade física e impactar positivamente a saúde mental dos jovens.porExercício físicoEstilo de vidaAnsiedadeDepressãoAdolescentesSaúde mentalDepressão em adolescentesEfeitos de 24 semanas de um programa para promoção da atividade física nos indicadores de saúde mental de adolescentesEffects of 24 weeks of a program to promote physical activity of mental health indicators of adolescentsTeseCiências da Saúde - Educação FísicaCiências da Saúde - Educação FísicaPhysical exerciseLifestyleAnxietyDepressionAdolescentsExerciseMental healthTeenagersDepression in adolescence