Altimari, Leandro RicardoGabardo, Juliano Moro2024-09-092024-09-092023-03-14https://repositorio.uel.br/handle/123456789/17477A restrição de fluxo sanguíneo (RFS) no exercício tem sido utilizada sobretudo nas modalidades de força, com objetivo de aumentar a intensidade do exercício. No endurance esta técnica começou a ser investigada recentemente com o propósito de aumentar o aporte de oxigênio nos músculos ativos e consequentemente melhorar o desempenho. A RFS tem sido realizada em diferentes protocolos de aplicação, e nos esportes de endurance previamente ao exercício como estratégia ergogênica. Contudo, existem poucos estudos que, de fato, confirmam sua efetividade, especialmente quando se discute a validade ecológica no contexto esportivo (ex: testes contrarrelógio). Assim, o objetivo do presente estudo foi investigar o efeito da RFS realizada nos membros inferiores sobre o desempenho e respostas psicofisiológicas em corrida de 10 km. Para tanto, foi realizado um estudo com delineamento cross over, randomizado e balanceado. A amostra foi composta por 12 corredores amadores voluntários do sexo masculino (idade: 26,4 ± 4,7anos; massa corporal: 70,96 ± 6,12kg; estatura: 1,74 ± 0,03m; tempo de experiência: 4,5 ± 3,4anos; tempo de prova de 10 km: 42,6 ± 7min). Na primeira sessão experimental foi realizada avaliação antropométrica, familiarização na pista de atletismo e ancoragem da escala de percepção subjetiva de esforço PSE (6-20) (Borg, 1982). Na segunda e terceira sessões foram realizados os testes de corrida contrarrelógio de 10 km. Previamente aos testes de corrida foi aplicada a RFS ou Sham. Pré e pós aplicação da RFS ou Sham foi aferida a pressão arterial. Antes, durante e após a RFS e Sham foi mensurada a oxigenação muscular e a frequência cardíaca (FC). Durante os testes de corrida, além da PSE reportada pelos participantes a cada volta (400m), foi obtida a FC e o tempo por volta. Comparado com Sham, a RFS melhorou o desempenho da corrida na distância de 10 km em pista para o grupo todo (n =12; RFS: 2674 ± 405s vs Sham: 2701± 400s; t = -2,589; P = 0,02), e para o grupo “competidores” (n = 6; RFS: 2334 ± 194s vs Sham: 2366 ± 194s; t = -2,576; P = 0,05). A mínima mudança detectável (MMD) foi de 19,96s, com 8 (oito) participantes com melhora no desempenho de corrida abaixo da MMD, 2 (dois) sem efeito algum e 2 (dois) com efeito negativo, acima da MMD. O tempo analisado a cada km foi menor na condição RFS no grupo todo e nos “competidores” (F = 7,383; P = 0,02; ?p² = 0,402 e F = 6,971; P = 0,046; ?p² = 0,582, respectivamente). O último quilômetro apresentou um tempo (s) significantemente menor quando comparado ao penúltimo para as duas condições experimentais, e em todos os grupos. O delta do tempo entre os dois últimos kms apontou que, a RFS proporcionou uma queda significantemente maior no tempo médio do que o Sham, para o grupo total (P < 0,001). Foi analisado qual ponto no teste, onde de fato, ocorreu a diferença entre as condições através de parciais meio e quartis. As parciais meio não tiveram diferença, as parciais quartis apontaram que a RFS foi menor no terceiro quartil (do 5º ao 7,5º km; RFS: 684 ± 107s vs 694 ± 109s; P = 0,04). A velocidade, analisada a cada km, foi significantemente maior na condição RFS para o grupo todo (F = 7,211; P = 0,02; ?p² = 0,396). A PSE, FC e amplitude da FC apresentaram efeito do tempo (P < 0,001). A FC apresentou maiores valores na condição RFS (F = 8,097; P = 0,02) do segundo ao décimo quilômetro. Ainda, na FC normalizada pelos valores prévios ao início da corrida, foi encontrado efeito do tempo e diferença entre as condições (RFS vs Sham; F = 7,136; P = 0,02). A PSE aumentou significantemente na última volta nas duas condições (RFS e Sham) para o grupo total e competidores, nos recreacionais ocorreu somente para a condição Sham. As resposta da pressão sistólica teve redução após o procedimento de oclusão arterial (PAS-RFS: pré: 142 ± 12mmHg vs pós: 136 ± 9mmHg; P = 0,009). Os dados de oxigenação (O2Hb) e desoxigenação (HHb) muscular comprovou que a condição RFS (220mmHg), de fato, restringiu o fluxo sanguíneo para os membros inferiores, enquanto na condição Sham (20mmHg) isso não ocorreu (RFS vs Sham: P < 0,001), valor respectivo as duas variáveis. Os resultados sugerem que a RFS aplicada previamente ao teste de corrida de 10 km melhorou o desempenho, que aconteceu especificamente no grupo dos atletas competidores, no momento final do teste. Esses resultados indicam que a estratégia prévia de ocluir os membros inferiores resulta numa melhor performance, denotada também pela carga interna de esforço maior mesmo sem alterar a percepção, em contexto esportivo, sobretudo nos atletas com performance de competidores regionais.porOclusão arterialDesempenho esportivoCorridaEnduranceMedicina esportivaAvaliação de desempenhoMembros inferioresFluxo sanguíneoPsicofisiologiaEfeito da restrição de fluxo sanguíneo nos membros inferiores sobre o desempenho e respostas psicofisiológicas em corrida de 10 KMEffect of lower limb blood flow restriction on performance and psychophysiological responses in 10 km runTeseCiências da Saúde - Educação FísicaArterial occlusionSports performanceRunningEnduranceSports medicinePerformance evaluationLower membersBlood flowPsychophysiology