Rodrigues, Ângela LamasSoares, Henrique de Paiva2024-09-272024-09-272003-12-15https://repositorio.uel.br/handle/123456789/17800É comum encontrarmos na literatura obras que estabelecem relações binárias entre o animal humano e os outros seres. Essa dualidade centralizou o humano no papel do explorador, ou seja, daquele que conquista, usurpa e coloniza o ambiente em que vive em detrimento do outro, necessariamente passivo e explorado. Em contrapartida, há escritores fora do cânone, como Cheryl Savageau e Vinícius Lima, que propõem em suas escritas subverter estruturas especistas e antropocêntricas. Do contato com tais autores, a pesquisa objetiva buscar evidências da manifestação de comunidades híbridas, termo entendido por Lestel (2011) como um espaço onde há interações entre viventes, com características específicas, que não os definem como superiores ou inferiores. Ao contrário, ela acolhe suas diferenças, que proporciona relações em termos de complementariedade e não uma reconstrução da estrutura dicotômica. O corpus consiste nas obras Mother/Land (2006), da escritora canadense-Abenaki Cheryl Savageau, e Animais Floridos (2016), do londrinense Vinicius Lima. Consideradas as especificidades dos autores, suas poesias confluem para um espaço de saber e experiência que tem na relação não hierárquica entre viventes a sua tônica. Desenvolvida em três capítulos, a dissertação identifica a presença das comunidades híbridas e explora seus desdobramentos a cada análise. No primeiro capítulo, explica-se como as comunidades híbridas se manifestam e integram o humano e o além do humano através da corporalidade do ser. No segundo, recorro à desconstrução proposta por Jacques Derrida, bem como contribuições de Gilles Deleuze e Claire Parnet sobre o devir, para demonstrar a dissolução do “eu” dentro da comunidade híbrida. Após demonstrar o overturning do humano dentro de uma estrutura constelar exploro, no terceiro capítulo, a força dessas comunidades e as formas pelas quais ela subverte o especismo estrutural e o antropocentrismo. Em suas escritas, Lima e Savageau contam histórias de resistência e, a partir disso, ambos são capazes de expor a barbárie antropocêntrica, ao mesmo tempo em que revelam a vida de comunidades fora dessa estrutura.porComunidades HíbridasAntropocentrismoDesconstruçãoDevirLetrasLiteratura IndígenasPoemasComunidadesRegionalismoO sol que nos atravessa: comunidades híbridas em Cheryl Savageau e Vinícius LimaThe sun that crosses us: hybrid communities in Cheryl Savageau and Vinícius LimaDissertaçãoLingüística, Letras e Artes - LetrasLingüística, Letras e Artes - LetrasHybrid CommunitiesAnthropocentrismDeconstructionBecomingLettersIndigenous LiteraturePoemsCommunitiesRegionalism