Alves, Regina Célia dos Santos [Orientador]Lima, Elaine Aparecida2024-05-012024-05-012007.00https://repositorio.uel.br/handle/123456789/10879Resumo: O caráter relevante desta proposição pauta-se pela existência de discursos quase sempre negativistas entre as vozes críticas que se ocuparam de A Bagaceira Ao abordarem esse romance, os críticos parecem permanecer distantes da "realidade" da obra, ficando longe de uma abordagem plausível com a importância histórico-literária da mesma Termos como: romance da seca, linguagem direta, realismo primário, alta dose de pitoresco, personagens sem humanidade, personagens divididos enormemente entre bons e maus etc, são clichês que revelam a leitura que se vem fazendo do romance A consideração de que ler A Bagaceira implica o confronto com a história e com a crítica literárias, portanto, alicerça-se na certeza da necessidade de revisão da compreensão acima referida Porque existem afirmações que, de tão repetidas, tomam face de verdades, precisando ser refutadas para que haja uma diferenciada compreensão do romance Admitindo esta necessidade, o presente estudo terá como direção empreender uma leitura das leituras e, nessa revisão da crítica, reler o denominado romance marco da geração de trinta Até que ponto A Bagaceira é, verdadeiramente, o romance da seca? Como se aproxima ou se distancia de vinte e dois e do naturalismo? Como se formam as antíteses entre Brejo X Sertão e Natureza X Estrutura social? A questão social supera a questão regional na obra? Como a linguagem utilizada corrobora para o objetivo final do romance? Estas serão algumas questões que revisitar-se-á na crítica e na obra, tendo por tese a idéia de que José Américo de Almeida, assim como ocorreu a Monteiro Lobato, sentiu o peso de fazer-se menos ousado, lingüisticamente falando, do que seus antecessores da semana de arte moderna (o que não faz seu romance naturalista), bem como sofreu as conseqüências do rótulo de um romance da seca, capaz de encobrir um romance que soube exaltar o brejo como aspecto natural, mas que soube, também, revelar a estrutura social errante que massacra "retirantes, naufragados ou refugiados na bagaceira, na terra fresca e úmida, estranha e quase adversa para eles, que é o brejo" (QUEIROZ, 1978, p16) Um romance além do regional, brasileiro Desde a questão temática ao problema da linguagem, trilhando a localização do livro no mapa histórico-literário brasileiro, quase tudo se conserva em aberto e passível de debates, motivo gerador da proposta de um estudo de tom prioritariamente contestatório Intui -se uma leitura que desarticule preconceitos repetidos, que discuta o herói problemático, a estrutura antitética da obra, que não deixe o homem político de José Américo de Almeida fazer o leitor esquecer o texto, regressando a um biografismo infecundo e retrógradoFicção brasileiraHistória e críticaCrítica literáriaLiterary criticismBrazilian fictionHistory and criticismA bagaceira : marco móvel e literárioDissertação