Silva, Rafael BianchiCapalbo, Livia Salvioni2024-09-032024-09-032023-07-05https://repositorio.uel.br/handle/123456789/17392A inserção dos psicólogos nas políticas públicas representa uma expansão do campo de atuação profissional. Trata-se de uma mudança de perfil da profissão, contexto de atuação e do público atendido que ultrapassa as abordagens tradicionais predominantemente clínicas e individualizantes que hegemonicamente balizam a formação. Este trabalho teve como objetivo analisar a estrutura e proposições de tal formação a partir do currículo de cursos de graduação em Psicologia de Instituições Estaduais de Ensino Superior do Estado do Paraná que ofertam o curso de Psicologia. Como ponto de partida, é apresentado um resgate teórico propondo a articulação entre os temas pobreza, políticas públicas e Psicologia a partir do conceito de “questão social” e, na sequência, histórico da formação do psicólogo no Brasil. Através da abordagem qualitativa, foi realizada uma pesquisa documental. Elegemos como fonte de dados da pesquisa os Projetos Pedagógicos de Curso e Programas de disciplinas, considerando a possibilidade de investigar elementos e características institucionais, permitindo uma aproximação em relação aos cursos de graduação em análise. Esta escolha se justifica pelo compromisso social das instituições públicas com as demandas sociais locais e pelo fato de serem referência no que tange aos processos de formação. A análise dos dados da pesquisa foi realizada a partir categoria “contradição”, conforme proposta realizada por Jamil Cury. Realizar uma análise a partir de tal categoria dialética, aponta para a possibilidade de mudança do que se encontra estabelecido, na medida em que abre espaço para a compreensão crítica da realidade. Para realizar tal análise, também consideramos concepções e as teorias críticas sobre currículo que tomam a escolarização como parte do sistema capitalista, entendida como mercadoria e não como como um direito social a ser garantido de forma igualitária a toda sociedade. Na Psicologia, incluindo a formação inicial na graduação, o compromisso com o campo social representa uma forte contradição. De modo geral, os documentos analisados não demonstraram uma preocupação em realizar um debate que possa abranger a questão da pobreza. O compromisso com a “questão social” aparece de forma tímida e implícita. As possibilidades de interlocução com o tema da pobreza foram identificadas na análise dos programas das disciplinas, principalmente na bibliografia básica indicada. As políticas públicas ganharam espaço, sobretudo por meio da oferta de disciplinas, e foi na relação entre os temas que identificamos alguma possibilidade de compreensão pelos estudantes sobre os contextos de pobreza enquanto um campo de atuação profissional que requer uma postura crítica diante das questões sociais. Ainda que existam avanços no sentido de trazer para o campo da formação do psicólogo experiências e produções teóricas atuais, principalmente do campo das políticas públicas, a mudança do perfil da profissão não parece estar acompanhada da mudança nas propostas curriculares. Foi possível identificar a manutenção das duas faces (contraditórias) da educação, que está integrada ao projeto de dominação e exclusão social ao mesmo tempo em que se coloca enquanto resistência frente àquilo que se encontra estabelecido e enraizado, ainda que de forma incipienteporPsicologia - Graduação - ParanáCurrículoPolíticas públicasPobrezaPsicólogos - Formação profissionalPsicologia socialA questão da pobreza e a formação em psicologia: análise dos currículos dos cursos de psicologia em IEES do Estado do ParanáThe issue of poverty and training in psychology: analysis of the curricula of psychology courses in state higher education institutions in the state of ParanáDissertaçãoCiências Humanas - PsicologiaPsychologyCurriculumPublic policiesPovertyPsychologist training