Pavão, Aguinaldo Antonio Cavalheiro [Orientador]Antoniassi, Ednilson Bernardo2024-05-012024-05-012019.00https://repositorio.uel.br/handle/123456789/9000Resumo: Schopenhauer é um ferrenho opositor do livre-arbítrio da indiferença Contudo, estabelece uma ressalva importante Segundo o filósofo no raro fenômeno da negação da vontade, a liberdade, de outro modo um atributo exclusivo da vontade como coisa-em-si, se estende também ao homem fenomênico Verifica-se, portanto, uma contradição entre a necessidade regente das ações humanas e a liberdade surgida com a negação, que foi reconhecida e justificada pelo autor como exposição filosófica de uma contradição real O presente trabalho dedica-se a esta problemática e tem como objetivos compreender a possibilidade de o homem tornar-se empiricamente livre e lançar alguma luz à reconhecida contradição Para tanto, faremos a identificação, a reconstrução e a análise dos conceitos de necessidade, liberdade e negação da vontade expostos pelo autor Primeiramente, apresentar-se-á uma reconstrução de seus argumentos contra o livre-arbítrio, onde tentaremos demonstrar a consistência da exposição schopenhaueriana em favor da necessidade do agir humano em decorrência do caráter inato e dos motivos Em seguida, será apresentada a verdadeira liberdade da vontade, a liberdade transcendental, como uma liberdade originária expressa no poder de autoformação do caráter inteligível – o “ato extratemporal da vontade” – comparada por Schopenhauer com a noção escolástica de aseidade Por fim, apresentaremos a negação da vontade como um processo de supressão do caráter inteligível individual que se torna possível pelo surgimento do mais profundo conhecimento de si que, por sua vez, suspende a atuação dos motivos sobre a vontade, reconstituindo sua liberdade original e permitindo que se decida livremente entre manter-se em afirmação ou negar-se Podemos, então, sustentar a hipótese de que a liberdade se estende ao homem fenomênico quando há a decisão livre de sua vontade individual de se suprimir A supressão dos impulsos volitivos que formavam seu caráter inteligível permite ao sujeito negador, o asceta, escapar da necessidade imposta pelo princípio de razão suficiente, exprimindo, desta maneira, a contradição entre necessidade e liberdade Como resultado de nossa exposição, pretendemos demonstrar que, por meio da análise das peculiaridades da vida ascética, pode-se aclarar a contradição real refletida no discurso filosófico empreendido por SchopenhauerLiberdadeVontadeContradiçãoFreedomWillContradictionLiberdade e redenção na filosofia de Arthur SchopenhauerDissertação