Lima, Ângela Maria de Sousa [Orientador]Costa, Luana Kelsen Ferreira2024-05-012024-05-012019.00https://repositorio.uel.br/handle/123456789/8902Resumo: A presente pesquisa pretende elucidar, sociologicamente, a trajetória da cultura Funk no Brasil a partir dos anos 198 e 199, concomitantemente com sua demonização por parte da mídia nacional até os dias atuais Inspirado no Hip-Hop norte-americano, o Funk compartilha de inúmeros elementos comuns às culturas periféricas e marginalizadas, os quais incitam acalorados debates sobre um molde aceitável de cultura por um meio social condicionante e, por vezes, conservador Portanto, ao longo do trabalho aponta-se como a aversão por essas culturas são na verdade um posicionamento hostil ao perfil de seus sujeitos, ou seja, indivíduos pobres, de maioria negra e moradores de regiões periféricas, demonstrando a partir disso como a mídia e determinados segmentos da sociedade as estigmatizam, no contexto da criminalização da questão social, econômica e racial Diante desse panorama, por meio de análise bibliográfica e de entrevistas semi-estruturadas, utilizando-se de autores como Adriana Lopes, Hermano Vianna, Adriana Facina, Erving Goffman, Homi Bhabha e Micael Herschmann, expõe-se como as manifestações culturais, a exemplo do Movimento Funk, são classificadas como próprias ou impróprias para o mercado Tais achados de pesquisa são experienciados com estudantes egressos e profissionais da educação de uma escola pública de Ensino Médio, da rede estadual, localizada no município de São Paulo-SP, ilustrados com resultados de entrevistas semiestruturadas Sabe-se que, partindo da lógica capitalista, de forma arbitrária, tem-se neste processo como instrumento de dissipação a indústria midiática, a qual projeta ao público versões muitas vezes estigmatizadas da população à margem da sociedade Pelo viés jurídico, apoia-se em autores como Danilo Cymrot e Alessandro Baratta, os quais discutem sobre estudos criminológicos baseados na teoria da criminologia crítica, a qual dispõem da ideia de desvio social, observando os processos de criminalização e procedimentos de rotulação de criminosos Alessandro Baratta, por exemplo, precursor dos estudos da criminologia crítica, buscou, através de suas análises expor a seletividade arbitrária do sistema penal e as implicações desta na estrutura das desigualdades sociais Enfim, entre outras hipóteses, defende-se que o Movimento Funk, por gerações, vêm entretendo e legitimando a existência de um grupo invisibilizado socialmente e abandonado pelo Estado, expondo por meio da cultura seu caráter identitário O fato de manifestar-se culturalmente vai muito além do caráter democrático advindo de revoluções culturais globais do final do século XX, observadas por Stuart Hall, mas permeiam o campo político e jurídico quando o fato de expor seu cotidiano torna-se crimeCiências sociaisFunk (Música)Hip-hop (Cultura popular jovem)Social sciencesFunk (Music)Hip-hop cultureA construção da cultura funk no Brasil e a criminalização da questão socialDissertação