Cézar, Adelaide Caramuru [Orientador]Raduy, Ygor2024-05-012024-05-012008.00https://repositorio.uel.br/handle/123456789/11846Resumo: O presente estudo, intersecção entre os campos da literatura e da filosofia, é uma reflexão a respeito da presença de um pensamento trágico no discurso de Riobaldo, protagonista de Grande sertão: veredas, romance de João Guimarães Rosa publicado em 1956 Os pilares que sustentam a noção de “pensamento trágico” são, sobretudo, as formulações da filosofia madura de Nietzsche Parte-se, no capítulo primeiro, de um esboço da gradual passagem de uma “poética da tragédia” (de índole aristotélica) a uma “filosofia do trágico”, verificada no âmbito da modernidade filosófica, especialmente na Alemanha No pensamento de Nietzsche, o trágico, como noção que polariza e reflete traços fundamentais da experiência humana, atua como índice de uma postura francamente afirmativa em relação à existência, liberta do anseio metafísico por fundamento No capítulo segundo, “A negação”, busca-se investigar os diversos estratagemas aos quais Riobaldo lança mão no intuito de esclarecer o sentido da experiência narrada Procedimentos que, de um modo ou outro, barram o acesso ao trágico, na medida em que burlam ou encobrem os aspectos dolorosos e problemáticos da existência em favor das ficções do Ser baseadas nos atributos de duração, permanência, identidade, estabilidade, etc No capítulo terceiro, “A afirmação”, entra em cena a possibilidade do trágico, dada a falência das estratégias retilíneas rumo ao Sentido, captada pela argúcia do próprio narrador Nesse estágio, busca-se entrever de que forma a reflexão de Riobaldo opera no limite opaco além do qual as noções herdadas por uma longa tradição do pensamento são continuamente postas em questãoFicção brasileiraBrazilian literatureHistory and criticismO pensamento trágico em Grande Sertão: veredas : uma perspectiva nietzscheanaDissertação