Ferreira, Cláudia CristinaEl Kadri, Atef2025-12-152025-12-152024-03-10https://repositorio.uel.br/handle/123456789/19081A formação de docentes para o contexto bi/multilíngue tem sido pouco problematizada pelas pesquisas (Faria; Sabota, 2019, El Kadri, 2022). Neste contexto, este trabalho tem como objetivo geral compreender aspectos identitários de professores em serviço, participantes em um curso de formação em educação bilíngue, relativos à profissionalização docente. Mais especificamente, objetiva-se conhecer os aspectos identitários presentes nas narrativas de professores relativos à profissionalização docente, referentes à formação, às trajetórias vivenciadas, ao relacionamento com a língua inglesa, à prática docente e à autoatribuição identitária. Para tanto, ampara-se teoricamente no referencial da perspectiva pós-estruturalista de identidade (Bauman, 2003; Block, 2007; Silva, 2004; Hall, 2005; Woodward, 2011), na formação de professores para contexto bilíngue e na Teoria da avaliatividade (Martin; White, 2005). Como procedimentos metodológicos, optou-se pela abordagem qualitativa-interpretativista (Cohen; Manion; Morrison, 2000; Ludke; André, 1986) de perspectiva sócio-histórica (Freitas, 2002) alinhada à pesquisa narrativa (Conelly; Clandinin, 2006; Paiva, 2008). Sendo assim, coletou-se dados por meio de narrativas de 65 professores em serviço produzidas no âmbito do curso “Formação em Educação Bi/multilíngue” , analisadas por meio da Análise Textual Discursiva (Moraes, 2003; Moraes; Galiazzi, 2006; 2010; Gonçalves, 2009; Lambach, 2013; Oliveira; Silva-Forsberg, 2020), atreladas majoritariamente a Teoria da avaliatividade (Martin; White, 2005) e em alguns momentos pela categoria de metáfora (Fairclough, 2003; 2011; Resende; Ramalho, 2009) e de transitividade (Halliday, 1978). Os resultados apontam que os aspectos identitários relativos à profissionalização docente são forjados nos discursos por meio do alto grau de avaliatividade por meio das subcategorias de afeto-apreciação e atitude-afeto, com algum julgamento e com engajamento a um discurso monoglóssico em relação à ideologia do falante nativo. Quanto à formação, as identidades de professores bilíngues são marcadas fortemente pela entrada repentina na profissão e pela “falta” de formação específica, que culmina em sentimento de insegurança e pela busca constante por formação, forjando identidades pautadas marcada pela diferenciação (Hall, 2005). No tocante à trajetória, os participantes possuem trajetórias profissionais perpassadas por três aspectos principais: a) pela jornada da posição de novato a professor experiente, forjando identidades de afinidade (Gee, 2000) e institucionais (Gee, 2000); b) por validações do inglês como commodity (intercâmbio, viagens e testes de proficiência) que formam discursos de engajamento monoglóssico e reforçam a ideologia do falante nativo; c) pelo início na prática docente em escolas de idiomas, empresas ou escolas regulares, que forjaram identidades marcadas pela transição de carreira e pela diferenciação (Hall, 2005). Em relação à língua, as identidades docentes são compostas ora pela paixão, ora pela insegurança em relação ao domínio da língua inglesa, fortemente marcadas pelos subsistemas de afeto (felicidade e de insegurança), ora criam identidades de idolatria à língua inglesa com base na ideologia do falante nativo, ora tem discursos marcados pelos recursos semânticos que indicam medo, insegurança e forjando Identidades de professores inseguros, despreparados e sempre na posição do “não-saber”. No que concerne à prática docente, as identidades são criadas por meio de discursos fortemente marcados pelos sentimentos de satisfação e sucesso, baseados nas aprendizagens e evoluções dos alunos, que criam identidades de afinidade (Gee, 2000) e institucionais (Gee, 2000), ao mesmo tempo que as dificuldades moldam identidades desmotivadas, forjadas por meio do sentimento de insegurança e dificuldades relacionadas aos saberes docentes. Por último, quanto às atividades atribuídas, por meio de discursos de alto número de processos materiais e cognitivos, os participantes se posicionam como sendo agentes, inovadores e aqueles que estudam, fazem e sempre buscam conhecimento com autonomia. Logo, eles forjam identidades profissionais como sendo aqueles que exercem ações em prol dos aprendizados dos alunos, marcados pela diferenciação (Hall, 2005)porFormação de professoresEducação bilíngueNarrativasIdentidadesLíngua inglesaPrática pedagógica"Deixa a vida me levar” e "caí de paraquedas”: identidades de professores de contextos bilíngues“Let life take me" and "I fell from parachute": identities of bilingual context teachersTeseLingüística, Letras e Artes - LingüísticaLingüística, Letras e Artes - LingüísticaTeacher educationIdentitiesNarrativesBilingual educationEnglish languagePedagogical practices