Panis, Carolina [Orientador]Oliveira, Geise Ellen Broto2024-05-012024-05-012021.00https://repositorio.uel.br/handle/123456789/8682Resumo: A leucemia linfocítica aguda (LLA) é a principal neoplasia da infância cujo tratamento se baseia na poliquimioterapia dividida em fases (indução, consolidação e manutenção) A indução consiste em uma etapa determinante para o bom prognóstico dos pacientes portadores de LLA e no uso intensivo de drogas antineoplásicas combinadas no período de 28 dias, escalonados do dia (D - ao diagnóstico), ao dia 28 (D28 - final da fase de indução) Apesar do bom prognóstico da doença, com taxas de cura superiores a 8%, pouco se sabe sobre o impacto do tratamento no perfil de mediadores moleculares da inflamação, um hallmark do câncer descrito como determinante do comportamento biológico dos tumores A importância das proteínas e metabólitos produzidos na resposta inflamatória, como citocinas e mediadores do estresse oxidativo, tem sido discutida tanto no funcionamento normal da medula óssea, como na resposta à invasão medular pelos clones malignos Apesar disso, pouco se sabe sobre o impacto do tratamento quimioterápico sobre a dinâmica destes mediadores e de que forma isso pode influenciar tanto a resposta ao tratamento, como a imunopatogênese da LLA Neste contexto, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o impacto da quimioterapia na fase de indução do tratamento da LLA sobre o perfil de mediadores inflamatórios produzidos sistemicamente e no microambiente tumoral em amostras de sangue de pacientes pediátricos diagnosticados com LLA do tipo B (LLA-B), comparando-se os perfis em D e D28 Para alcançar este objetivo, este estudo foi dividido em 2 etapas A primeira parte teve como objetivo traçar o perfil proteômico sistêmico e tumoral de amostras de sangue periférico (SP) e de medula óssea (MO) coletadas em D e D28, e validar possíveis proteínas de interesse ou vias de sinalização pouco conhecidas na LLA-B Na segunda etapa, avaliou-se o perfil de estresse oxidativo e de citocinas em amostras de SP e MO de pacientes com LLA-B também em D e D28 O estudo encontra-se cadastrado na Plataforma Brasil sob o número CAAE 244982135231 e foi aprovado pelo comitê de Ética Institucional Para ambas as etapas, foram recrutados 17 pacientes pediátricos atendidos no Instituto de Câncer de Londrina, entre setembro de 214 a dezembro de 216, com diagnóstico confirmado clínica e laboratorialmente para LLA-B, submetidos ao mesmo protocolo de tratamento Após assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido pelos responsáveis, e assentimento dos pacientes, foram coletadas amostras anticoaguladas de SP (5mL) e aspirado de MO (2 a 3 mL) em D e D28 As amostras foram centrifugadas para obtenção de plasma, onde foram realizadas as seguintes análises: investigação do perfil diferencial de proteínas por espectrometria de massa label-free, dosagem dos níveis de fator de necrose tumoral alfa (TNF-a) e interferon gama (IFN-?) por enzimaimunoensaio (ELISA), dosagem de transtiretina por ensaio imunoturbidimétrico, determinação dos níveis dos metabólitos do óxido nítrico pela técnica de Cádmio-Cobre-Griess (NOx), determinação do conteúdo de grupos sulfidrila de proteínas (SH) baseado na reação do ácido 5,5-ditiobis-2 nitrobenzóico, determinação da capacidade antioxidante total plasmática (TRAP) e mensuração dos níveis de hidroperóxidos lipídicos por quimioluminescência Dados clínicos foram obtidos de consultas aos prontuários médicos e incluíram idade e peso ao diagnóstico, perfil do hemograma, acometimento de sistema nervoso central e testicular, dados de mielograma e avaliações sobre a presença de doença residual mínima (DRM) ao final do tratamento de indução Os dados obtidos foram analisados no software GraphPad Prism 7 (USA) e foi adotado o valor de p<,5 como significante Em relação ao estudo proteômico, em D o SP x MO, foi caracterizado como um ambiente pró-inflamatório, com a expressão das proteínas de coagulação cininogênio (KNG), plasmina e plasminogênio downreguladas D28 foi caracterizado pelos processos relacionados à resposta imunológica e a super expressão do IRF3 (activation of Interferon Regulatory Factor 3) e da proteína transtiretina O fator de transcrição da proteína leucemia mielóide aguda 1 (RUNX1) foi apontado como fator de transcrição comum tanto em D como em D28 As proteínas transtiretina e IFN-? foram validadas nas amostras e se mostraram aumentadas e diminuídas, respectivamente, em D28 Sobre o perfil de citocinas e de estresse oxidativo, observou-se que no D28 os níveis de TNF-a estavam aumentados no SP, enquanto que o IFN-? aumentou de modo significante apenas na MO Os hidroperóxidos aumentaram em D28 no SP de pacientes com DRM positiva Os resultados obtidos em ambos estudos permitem concluir que a transtiretina e IFN-? desempenham um papel importante nos mecanismos de resolução da LLA-B, e que os níveis de hidroperóxidos podem variar ao longo do tratamento de LLA na presença da DRMLeucemia linfocítica aguda (LLA)NeoplasiaQuimioterapiaEstresse oxidativoAcute lymphocytic leukemia (ALL)NeoplasmChemotherapyOxidative stressImpacto da fase de indução da quimioterapia no perfil de mediadores inflamatórios sistêmicos e do microambiente tumoral na leucemia linfocítica aguda da infânciaTese