Teixeira, Gustavo MonteiroMarçal, Ingrid Costa2024-03-202024-03-202021-09-24https://repositorio.uel.br/handle/123456789/283Resumo: Os crustáceos dulcícolas do gênero Aegla são endêmicos do sul da América do Sul. A grande maioria das espécies está restrita a cursos d’água de baixa ordem, sendo altamente suscetíveis às alterações ambientais. No sul do Brasil, o estado do Paraná é a região menos estudada, mas demonstra grande potencial para abrigar uma elevada diversidade de Aegla. Na bacia do rio Tibagi, por exemplo, quatro espécies foram registradas até agora (Aegla castro, A. schmitti, A. lata e A. jacutinga). A necessidade de inventários e estudos taxonômicos sobre este gênero, como uma medida de conservação da biodiversidade, é evidente. No entanto, a morfologia do grupo é conservadora e caracterizações moleculares têm sido utilizadas para a realização de interpretações seguras da diversidade, incluindo a detecção de espécies crípticas. Diante disso, o presente trabalho foi desenvolvido com o objetivo de contribuir com o conhecimento da riqueza, distribuição geográfica e taxonomia do gênero Aegla. Os resultados deste trabalho foram organizados em três capítulos. No primeiro discorremos sobre a diversidade críptica de Aegla no estado do Paraná, apresentando as descrições de três novas espécies coletadas na bacia do rio Tibagi. De acordo com os critérios da IUCN, uma das novas espécies pode ser classificada como “Em perigo” e as outras duas como “Vulneráveis”. O segundo capítulo é dedicado a atualizar a distribuição geográfica dos eglídeos da bacia do rio Tibagi. Foram analisados espécimes depositados na Coleção de Crustáceos do Museu de Zoologia da Universidade Estadual de Londrina. Novos registros de ocorrência foram obtidos para A. castro (10), A. lata (5) e A. jacutinga (10). Análises morfológicas e moleculares permitiram identificar duas novas espécies para a região do Médio Tibagi. As novas espécies têm distribuição limitada e são categorizadas como “Em perigo” de acordo com os critérios da IUCN. Além disso, uma chave de identificação para as espécies de Aegla da bacia do rio Tibagi é fornecida. No terceiro capítulo avaliamos a eficácia da região barcode do gene COI na discriminação de espécies de Aegla, baseado na diferença dos valores de divergência intra e interespecíficas. Das 74 espécies analisadas, 68 (92%) foram corretamente identificadas por suas sequências, confirmando a eficácia da região barcode do COI na identificação de espécies de Aegla. Além disso, a aplicação do limiar de distância genética de 2% revelou possíveis táxons crípticos e linhagens geneticamente divergentes em 22 espécies investigadas. Espera-se que os dados fornecidos por nossa pesquisa contribuam para revelar a real diversidade e padrões de distribuição dos eglídeos. Em suma, nossos resultados enfatizam a importância da bacia do rio Tibagi para a conservação dos eglídeos e reforçam o alto potencial de descoberta de espécies novas no estado do Paraná.AeglidaeCOIConservaçãoDiversidade crípticaIdentificação de espéciesEglídeos (Crustacea, Anomura) da Bacia do Rio Tibagi: riqueza, distribuição e taxonomia integrativaAeglids (Crustacea, Anomura) from the Tibagi River basin: richness, distribution and integrative taxonomyTeseCrabsCryptic diversitySpeciesBiodiversity conservationAeglidaeIdentification