Jeolás, Leila Sollberger [Orientador]Carvalho, Pedro Henrique da Costa2024-05-012024-05-012019.00https://repositorio.uel.br/handle/123456789/9426Resumo: O presente estudo tem como objeto de análise a experiência de profissionais da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) face à epidemia do Ebola que afetou a região da África Ocidental, especificamente a região da Guiné, entre os anos de 214 e início de 216 A pesquisa foi realizada a partir de documentos e de entrevistas produzidos pela própria organização e o objetivo foi o de analisar as tensões e os impasses da ação dos profissionais da MSF para tratar dos infectados e conter a disseminação da doença O trabalho se pautou em abordagens teóricas da antropologia da saúde, antropologia humanitária e de discussões sobre biopolítica a fim de demonstrar a complexidade de tal ação, bem como a precariedade da vida daqueles afetados pelo vírus Os limites e impasses referem-se às condições estruturais, à carência de recursos materiais e humanos, à celeridade e letalidade do vírus, aos medos e angústias suscitados diante da epidemia, aos dilemas das decisões tomadas em situação de emergência, ao ímpeto de salvar vidas e a impotência diante da realidade, à abordagem universalizante do humanitarismo e os modelos e as experiências locais de enfrentamento da doença e do sofrimento A partir de uma análise documental dos relatos de profissionais que atuaram nesse contexto, são abordados as dificuldades de comunicação e os conflitos de valores que se confrontavam com os princípios, as orientações e os procedimentos estabelecidos pela organização para o controle e tratamento do vírus do Ebola Pretendi não perder de vista o papel desempenhado e o efeito produzido pelos atores em suas redes de interações e em um contexto político, econômico e cultural específico Embora pautados pelo modelo médico hegemônico ocidental, os profissionais da MSF veem suas ações confrontadas a outras práticas terapêuticas de cuidado da vida A isso se acresce o fato de essa experiência se dar em um contexto de emergência de uma epidemia que atualiza e acirra representações de contágio e morte enfrentadas no campo das desigualdades sociais, em uma localidade com histórico de repressão e violência que suscitaram ações de estigmatização diante dos procedimentos protocolizados A região escolhida para esta análise, a Guiné, se deu pelo fato de ter sido o local em que se iniciou o surto do Ebola, além de representar um alto índice de óbitos de pessoas infectadas, proporcional aos outros países atingidos, como a Libéria e Serra Leoa, além da inércia internacional inicial diante dos apelos para o enfrentamento da situação A pesquisa foi realizada pela internet, via sites da organização e outros correlatos; através de levantamento do material produzido pela própria organização; do acesso aos vídeos e documentários disponíveis; e de uma visita à sede da organização MSF no Rio de JaneiroBiopolíticaEbola (Doença)BiopolitcsEbola virus diseaseOs limites da intervenção humanitária : uma análise da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) no enfrentamento do ebolaDissertação