Aguilera, Vanderci AndradeMoratto, Juliana2024-10-252024-10-252024-04-25https://repositorio.uel.br/handle/123456789/18252Os falantes da língua portuguesa têm suas próprias percepções sobre a língua que falam, observam diferenças fonéticas, lexicais, sintáticas, entre outras, de falares diferentes do seu. Identificam, principalmente, traços linguísticos com características regionais, atribuem a elas valores e avaliações, expõem suas percepções e atitudes linguísticas. Esta tese tem por objetivo investigar, por meio do banco de dados do Projeto Atlas Linguístico do Brasil (ALiB), o que os informantes do interior das Regiões Norte e Nordeste pensam sobre as variedades do português. As reflexões partem das questões metalinguísticas 4 e 5 (4 – Em outros lugares do Brasil, fala-se diferente daqui? 5 – Poderia dar um exemplo do modo como falam em outros lugares do Brasil?), pertencentes ao questionário do Projeto. Os pontos analisados compreendem 87 localidades do interior, sendo 18 delas referentes à Região Norte e 69 à Região Nordeste. O corpus é formado pelas respostas dos 348 informantes, sendo 72 da Região Norte e 276 da Região Nordeste, estratificados por faixa etária entre 18 e 30 anos (faixa I) e entre 50 e 65 anos (faixa II), todos com escolarizados até o nível fundamental I – concluído ou não, dos quais 50% são do sexo masculino e 50% do sexo feminino. Os resultados coletados da questão 4 indicam que mais de 99% dos informantes, de ambas as regiões, reconhecem a existência de outras variedades. A análise da Questão 5 sugere que os informantes da Região Norte mencionaram variedades linguísticas relacionadas a diferentes regiões e estados, com destaque para o termo sotaque, adjetivação, outras referências de natureza fonética e à grupos indígenas. Foram identificadas 126 ocorrências de variedades linguísticas mencionadas pelos 72 informantes. A análise das percepções dos informantes incluiu aspectos como foco regional, sotaque, adjetivação atribuída aos diferentes falares, fenômenos fonéticos, referências linguísticas e alusão a grupos indígenas. A percepção da diversidade de falas está relacionada à identidade do falante e do grupo ao qual pertence. Os gentílicos mais frequentes na Região Norte foram agrupados em Nortista, Nordestino, Sulista, Sudestino e Centro-Oestino para análise. As variedades do Norte revelaram uma interação entre capital e interior nos estados do Amazonas e do Pará. As variedades nordestinas foram percebidas pelos informantes através dos gentílicos relacionados a essa região. As variedades sulistas e sudestinas foram identificadas através dos gentílicos sulista, gaúcho, carioca, paulista, catarinense, mineiro e capixaba. As percepções relacionadas à fala centro-oestina dizem respeito aos gentílicos goiano, mato-grossense, cuiabano, brasiliense e anapolino. Além das localidades de origem das variantes, outras referências linguísticas como sotaque e adjetivação foram apontadas pelos informantes. Também foram mencionadas características fonéticas e léxicas específicas de algumas variedades. A presença das línguas indígenas na Região Norte também foi enfatizada. As percepções dos informantes nortistas refletem a construção sócio-histórica e econômica da região, que recebeu trabalhadores de diversas regiões do país e teve contato com inúmeras variedades e culturas. No Nordeste, as percepções linguísticas também são influenciadas por migrações, crescimento de centros urbanos e a construção de Brasília. Os informantes nordestinos destacam as variedades linguísticas do Sudeste, Sul e Centro-Oeste, enquanto as variedades do Norte e Nordeste são identificadas por meio dos seus próprios regionalismos. As ocorrências do Norte são influenciadas pela ocupação de terras e exploração da borracha e do garimpo, enquanto as do Nordeste estão relacionadas aos movimentos demográficos internos e às secas. Além disso, o texto menciona as variedades com sotaque em cada região e outras características linguísticas, como adjetivação, fonética, léxico e gírias, com destaque para a variedade paulista presente nas respostas da maioria dos informantes nordestinos.porPercepções e atitudes linguísticasProjeto ALiBRegiões Norte e NordesteSociolinguísticaDialetologiaLinguísticaSociolinguística - Estudo e ensinoDialetologia - Língua portuguesa no BrasilPsicologia social - BrasilMigração interna - Aspectos sociais - BrasilGeografia linguística - BrasilPercepções e atitudes linguísticas no Norte e Nordeste com dados do Projeto Atlas Linguístico do Brasil-ALiBPerceptions and Linguistic Attitudes in the Northern and Northeastern Regions of Brazil using Data obtained from the Linguistic Atlas of Brazil Project (ALiB)TeseLingüística, Letras e Artes - LingüísticaLingüística, Letras e Artes - LingüísticaLinguistic perceptions and attitudesALiB projectNorth and Northeast regionsSociolinguisticsDialectologyLinguisticsSociolinguistics - Study and teachingDialectology - Portuguese language in BrazilSocial psychology - BrazilMigration, Internal - Social aspects - BrazilLinguistic geography - Brazil