Andrade, Selma Maffei de [Orientador]Lachner, Dagmar Erica2024-05-012024-05-012010.00https://repositorio.uel.br/handle/123456789/12698Resumo: No Brasil, o conhecimento sobre a dimensão da violência ainda é escasso, embora este se constitua importante problema de saúde pública Considerando a importância epidemiológica da violência, torna-se fundamental conhecê-la melhor, caracterizando a morbidade e a mortalidade por agressão em um município que apresenta um dos maiores índices de vitimização juvenil do País O objetivo deste estudo foi identificar o padrão de ocorrência de agressões e homicídios no Município de Cambé, Estado do Paraná, nos anos de 27 e 28, registrados em boletins de ocorrência (BO) da Polícia Civil e nas declarações de óbito (DO), caracterizando-se as vítimas, os agressores e as circunstâncias das agressões A pesquisa constituiu-se de um estudo transversal descritivo, com coleta de dados por meio de formulário próprio pela pesquisadora, com base nos registros da Polícia Civil e nas Declarações de Óbito para casos de agressão (códigos de X85 a Y9 do Capítulo XX da Classificação Internacional de Doenças, décima revisão – CID 1) de indivíduos residentes no Município de Cambé (PR), nos anos já citados Foram estudados 699 casos, o que representa, em Cambé, um coeficiente de agressão de 696,3 por 1 habitantes e um coeficiente de mortalidade de 56,8 por 1 habitantes Em casos de homicídio, houve predomínio de indivíduos do sexo masculino (87,7%), adultos jovens (5,9%), brancos (66,7%), com 4 a 7 anos de escolaridade (42,1%), solteiros (63,2%), que fizeram uso prévio de álcool (41,4%) ou drogas (44,8%), moradores do bairro Cristal (157,2/1 habitantes) ou do Novo Bandeirantes (113,8/1 habitantes); o uso de arma de fogo (81%) prevaleceu Conflitos relacionados ao uso de álcool ou drogas motivaram a maior porcentagem de homicídios (71,9%); agressor e agredido se relacionavam comunitariamente, na maior parte dos casos conhecidos (24,6%); as vítimas apresentaram lesões principalmente na cabeça (47,4%) e tórax (49,1%); os casos ocorreram principalmente no sábado (36,2%), à noite (51,7%) e em fevereiro (17,2%); os agressores eram, na maioria, do sexo masculino (71,2%) e moradores da Região Norte (84,5/1 habitantes) Em casos de agressão, houve predomínio do sexo feminino (56,1%), brancos (75%), casados (26,8%), que fizeram uso de álcool (3,4%) ou drogas (2,1%), moradores do bairro Cambé IV (1323,9/1 habitantes) ou do Cristal (155,7/1 habitantes) O uso de força corporal prevaleceu nas agressões registradas contra homens (48,3%) e contra mulheres (5,2%), houve maior número de casos de violência doméstica (4,5%) e em relações afetivas (27,5%), com lesões na cabeça (62,2%) e braços (45,4%) Os casos de agressão aumentam aos domingos (2,7%), à noite (37%), em junho (1,3%) e em fevereiro (8,9%) Os agressores são predominantemente do sexo masculino (71,2%) e moradores da Região Norte (1169,/1 habitantes) Com o diagnóstico mais detalhado da ocorrência de agressões e homicídios no município, pode-se contribuir na produção de evidências que apontem para fatores envolvidos na geração da violência e na identificação daqueles tipos que mais atingem a população em seus extratos sociais, território, faixa etária e sexo, visando à adoção de medidas de prevenção e controle mais fundamentadasSaúde públicaPeriódicosViolênciaMortalidadeDoençasCommunity healthMortalityViolenceMorbidade e mortalidade por agressão em municípios de médio porte no sul do BrasilDissertação