Medina, Cristiane de Conti [Orientador]Furlaneto,Thiago Luiz Ragugnetti2024-05-012024-05-012010.00https://repositorio.uel.br/handle/123456789/12503Resumo: O autoconsumo de alimentos desempenha papel estratégico na reprodução social dos agricultores de base familiar, sendo considerado por muitos estudiosos do tema, fonte de segurança alimentar, ao permitir que as famílias mantenham sob “maior controle” ou “conduzam com maior autonomia”, suas alimentações Entretanto, mesmo diante disto, a prática do autoconsumo vem perdendo espaço no campo, sendo inúmeros os fatores responsáveis por este fenômeno; certo é, que, a mercantilização da agricultura e do mundo rural está no cerne da questão Neste contexto da inserção dos agricultores familiares aos mercados e da penetração das relações capitalistas no campo, as unidades familiares passam a priorizar os “cultivos comerciais” em detrimento da produção de autoconsumo; sendo que, os recursos produtivos passam a ser reorganizados em função dos cultivos comerciais O presente estudo teve a oportunidade de se deparar com uma situação que, em parte, valida o exposto No assentamento Santa Maria, de organização coletiva, está sediada a Cooperativa de Produção Agropecuária Vitória Ltda (COPAVI), considerada modelo de reforma agrária pelo MST e pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária No início de sua atividade, em 1993, à produção de gêneros alimentícios para o autoconsumo dos sócios norteava as atividades da cooperativa O acesso às primeiras linhas de crédito oficial permitiu que fossem realizados investimentos na estrutura produtiva da cooperativa, para que os cooperados pudessem agroindustrializar a cana e o leite As atividades da produção de alimentos para o autoconsumo passaram a ficar em segundo plano, resultando em queda no desempenho produtivo, tanto no que se refere a quantidade quanto diversidade; gerando preocupação em parte dos assentados Considerando a relevância do tema e as preocupações dos assentados, foram elaborados dois estudos sobre autoconsumo O primeiro deles traz uma pesquisa referente à percepção de assentados da COPAVI em relação à produção de alimentos para o autoconsumo, no sentido de abordar os “papéis” ou relevâncias desta Para tanto, o estudo foi conduzido com a realização de entrevistas que se apoiaram em um roteiro de perguntas (questionário semi-estruturado) Os resultados indicam que, na visão dos considerados, os dois principais motivos para produzir os alimentos a serem consumidos são a possibilidade do cultivo o sem o uso de agrotóxicos (ou de ser agroecológico) e da redução dos gastos monetários com a alimentação Já o segundo artigo apresenta um levantamento da situação atual da produção alimentos para autoconsumo na COPAVI Esta pesquisa foi norteada por levantamentos de campo e de bibliografia, além de entrevistas com assentados de diferentes postos de trabalho da cooperativa Os resultados apontaram, entre outras coisas: que a produção de hortaliças no assentamento encontra-se em seu momento mais crítico desde a fase de acampamento; que o pomar de cítricos encontra-se praticamente abandonado; que o não cultivo de feijão é motivo de preocupação; e principalmente, que o maior dispêndio monetário com a compra de alimentos se refere à carne de frango (fato que leva os cooperados a estudarem a implantação de um novo galinheiro nas instalações da cooperativa)Agricultura familiarAssentamentos ruraisCooperativas agrícolasAlimentosAutoconsumoFamily farmsFarmers' cooperativesProdução de alimentos para autoconsumo e geração de renda em um assentamento rural de organização coletiva : a experiência da COPAVI- ParanáDissertação