Bernardy, Catia Campaner FerrariBatilani, Giovanna Moreira de Pontes2025-11-252025-11-252025-04-25https://repositorio.uel.br/handle/123456789/19029Introdução: A partir da segunda metade do século XX, emerge a violência obstétrica, definida como atos que causam danos físicos ou psicológicos ao binômio mãe-filho durante a assistência obstétrica, violando os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres. Conhecer a percepção das mulheres sobre a assistência obstétrica recebida durante o nascimento e compreender o conhecimento delas sobre violência obstétrica é essencial, pois a informação pode desempenhar o papel decisivo na redução dos casos. Objetivo: Descrever a percepção de um grupo de puérperas sobre a assistência obstétrica recebida durante o ciclo gravídico puerperal e seu conhecimento sobre a violência obstétrica. Método: Estudo descritivo, qualitativo, realizado em um hospital público de serviço secundário em um município da região Norte do Paraná. As participantes foram puérperas com idade superior a 18 anos, alfabetizadas, que tiveram parto vaginal ou cesariana no referido hospital. Foram excluídas as puérperas com pós-parto patológico, as que tiveram natimorto ou perda fetal, as que apresentaram algum déficit cognitivo que dificultasse a compreensão da pesquisa, ou que fizeram uso de medicações para estados depressivos. As entrevistas foram realizadas por uma enfermeira obstetra a partir de um instrumento semiestruturado que possuía questões de caracterização das mulheres e a pergunta norteadora: “Conte-me como foi sua experiência de gestação, parto e puerpério?”, também as perguntas auxiliares: “Houve procedimentos ou situações que te deixaram desconfortável ou constrangida nestes períodos? “Na sua opinião, o que pode ser considerado Violência Obstétrica? A coleta de dados ocorreu entre setembro e outubro de 2024. Para análise utilizou-se o Discurso do Sujeito Coletivo. Resultados: Participaram 20 puérperas com idades entre 19 e 32 anos, predominantemente solteiras, pardas, católicas, com ensino médio completo e vínculo empregatício. A via de nascimento predominante foi a vaginal e todas as puérperas tiveram a presença de acompanhante, estavam com mais de 37 semanas de idade gestacional, e foram classificadas como risco habitual. Metade das puérperas eram primigestas. Após a análise dos discursos, emergiram cinco Ideias Centrais que foram agrupadas em dois temas: percepções da assistência obstétrica recebida e conhecimento sobre violência obstétrica. As vivências acerca da assistência obstétrica foram percebidas de forma positivas, o que reforça a importância das práticas humanizadas, mas situações desrespeitosas foram pontuadas e impactaram negativamente na experiência das mulheres. Quanto ao conhecimento sobre violência obstétrica, pode-se notar que muitas mulheres ainda a desconhecem totalmente, e as que relataram alguma informação tiveram acesso, com maior frequência, por meio da internet e pelas redes sociais. Considerações finais: A assistência obstétrica foi relatada tanto por aspectos positivos quanto desafios que impactam profundamente o período perinatal, como a ocorrência da violência obstétrica. O conhecimento sobre o tema ainda é insipiente na população estudada, por tanto, promover a conscientização sobre os direitos das gestantes e assegurar a implementação de boas práticas são passos fundamentais para garantir experiências mais seguras e respeitosas, bem como a mudança do modelo de assistência ao parto e nascimento.porViolência obstétricaAssistência perinatalEnfermagem obstétricaNascimentoParto humanizadoPuerpérioPercepção de puérperas sobre a assistência obstétrica recebida no ciclo gravídico puerperal e seu conhecimento sobre violência obstétricaPerception of postpartum women about the obstetric care received during the pregnancy-puerperal cycle and their knowledge about obstetric violenceDissertaçãoCiências da Saúde - EnfermagemCiências da Saúde - EnfermagemObstetric violencePerinatal careObstetric nursingParturitionHumanized childbirthPuerperium