Bianchini, Edmilson [Orientador]Campos, Amanda de2024-05-012024-05-012019.00https://repositorio.uel.br/handle/123456789/11866Resumo: As áreas ribeirinhas são influenciadas pelas flutuações nos níveis dos lençóis freáticos e inundações, que contribuem para alta complexidade dessas áreas As inundações podem remover sedimentos, arrancar ou soterrar os jovens arbustos e mudas de árvores e causar anoxia das raízes e morte de indivíduos adultos Com isso, a frequência e a intensidade de inundações influenciam na estrutura e na composição dos ecossistemas ripários, favorecendo a dominância de espécies mais tolerantes às inundações Em janeiro de 216, ocorreu um evento atípico de inundação no município de Londrina PR, oferecendo uma oportunidade de avaliar as consequências de inundações de alta intensidade para as florestas ripárias Nesse contexto, este estudo visou contribuir para o entendimento da dinâmica de assembleias arbóreas de florestas estacionais semideciduais, em áreas ribeirinhas sujeitas à inundação Foram testadas as seguintes hipóteses: (i) alagamentos de grande intensidade reduzem a riqueza de espécies e a área basal de espécies arbóreas; (ii) ocorre menor proporção de mortes nas maiores classes de diâmetro, pois os indivíduos maiores apresentam maior tolerância à inundação; (iii) a densidade relativa de juvenis é baixa, devido à destruição do banco de plântulas e de sementes No presente estudo foi efetuada a reamostragem da assembleia arbórea (4,8 cm mínimo de diâmetro à altura do peito (DAP) a 1,3 m do solo) nas 5 parcelas de 1 m2, utilizadas em dois levantamentos anteriores (2 e 27) Foram registradas e medidas todas as árvores sobreviventes e as recrutadas após o último levantamento (27), registrando também os indivíduos mortos, que incluíram as árvores que foram amostradas em 27 e não estavam mais presentes na área e aquelas que estavam mortas, mas ainda permaneciam em pé Para avaliar o componente regenerante, foram amostrados os indivíduos com altura mínima de 1 m e DAP<4,8 cm nas parcelas de 1 m2 e os indivíduos com altura mínima de 3 cm e máxima menor que 1, m, em subparcelas (25 m2), alocadas no interior das parcelas No componente arbóreo adulto foram amostrados 544 indivíduos, distribuídos em 2 famílias e 49 espécies, enquanto que na regeneração natural foram amostrados 155 indivíduos, pertencentes a 62 espécies e 23 famílias As famílias com maior riqueza de espécies foram Fabaceae, Myrtaceae e Meliaceae e a espécie Actinostemon concolor (Spreng) MüllArg, destacou-se com maior densidade em ambos os componentes A densidade relativa (%) de regenerantes para a maioria das espécies (74%) foi baixa, inferior a 1% O índice de diversidade de Shannon foi de 3,17 para o estrato arbóreo e 2,85 para a regeneração natural A área basal do estrato arbóreo foi 21,5 m2 ha-1 Ocorreu uma redução de 37,6% na área basal e 21% na riqueza de espécies em relação ao estudo anterior (27) Foram registradas 473 árvores mortas, representando uma taxa anual de mortalidade igual a ,73, mais de quatro vezes superior à taxa encontrada no levantamento de 27 A espécie que apresentou maior porcentagem de indivíduos mortos foi Trichilia elegans A Juss Para o período de 2 a 27 houve maior mortalidade de indivíduos nas classes de menor diâmetro No entanto, na amostragem de 217 não ocorreu dependência entre DAP e mortalidade O índice de similaridade de Bray-Curtis indicou uma redução na similaridade florística do presente levantamento em relação aos levantamentos de 2 e 27 A análise dos resultados indica que enchentes de grandes proporções, apesar de causarem alta mortalidade e diminuição na riqueza e da área basal, provocam poucas alterações na composição das espécies predominantes na área, já que estas provavelmente apresentam certo nível de tolerância, mesmo às inundações mais severas Além disso, em distúrbios de grandes proporções, a mortalidade não apresenta relação de dependência com o diâmetro, indicando que indivíduos de todos os tamanhos são afetados Portanto, estudos como esse, que procuram compreender a dinâmica de florestas afetadas por episódios de inundações severas, são indispensáveis para preservação dos ecossistemas ripários, pois eventos atípicos como esse tendem a se tornar mais frequentes no futuro, sendo necessário conhecer as espécies com maior tolerância a esses eventos, as quais podem servir de base para trabalhos de regeneração nessas áreasVegetaçãoRegeneração (Biologia)FlorestasReproduçãoInundaçõesVegetationForest regenerationRegeneration (Biology)Efeitos de um evento extremo de alagamento sobre a assembleia arbórea em áreas ribeirinhas de uma floresta estacional semidecidual em Londrina, PRDissertação