Salvi, Rosana Figueiredo [Orientador]Souza, Luiza Gabriela Razêra de2024-05-012024-05-012020.00https://repositorio.uel.br/handle/123456789/12051Resumo: Na presente tese, considera-se como objeto de pesquisa relatos de estudantes acerca da avaliação de si mesmos em determinado cenário escolar e problematiza-se como se dá a constituição ética de sujeitos para que eles se entendam autônomos Para isso, o trabalho é articulado em dois movimentos complementares entre si No primeiro movimento, por meio das teorizações de Michel Foucault, delimita-se a emergência da ideia de autonomia do indivíduo que é celebrada na contemporaneidade e se esboçam as tecnologias no contexto escolar que moldam os sujeitos de modo que governem a si mesmos O conceito de performatividade de Judith Butler vai ao encontro do que é exposto para elucidar como é naturalizada ao sujeito a ideia de que autonomia é um modo de ser intrínseco à existência do indivíduo, chamando de autonomia performativa o conjunto de ações de um sujeito dito autônomo No segundo movimento, estabelecem-se as ferramentas metodológicas dispostas por Michel Foucault e traça-se um modo de investigar os relatos produzidos sobre si mesmo em um dispositivo pedagógico denominado Ficha de Autoavaliação Como efeito das problematizações realizadas, elucida-se a composição da autonomia performativa sob seis mecanismos de subjetivação que operam na moldagem e transformação das condutas dos sujeitos, dentre os quais: 1) Devoção: mecanismo que molda as vontades dos sujeitos em relação àquilo que se almeja; 2) Oralidade: mecanismo que delimita modos de se expressar por meio da fala evocada; 3) Cordialidade: mecanismo que estabelece estilos eticamente corretos dos sujeitos se relacionarem; 4) Medicalização: mecanismo que age no sujeito para que ele entenda quando deve buscar ajuda para curar-se de suas imperfeições; 5) Pontualidade: mecanismo que incita o sujeito a cumprir aquilo que lhe é apresentado como obrigação; 6) Organização: mecanismo que circunscreve maneiras de o sujeito se relacionar com as coisas que lhe são dispostas As transformações das condutas do sujeito ocorrem à medida que ele é provocado a relatar a si mesmo, falando sobre suas relações com os regimes de verdade que lhe são apresentados Por meio do conjunto desses mecanismos, os sujeitos incorporam a si valores estéticos de ser, garantindo que sejam reconhecidos como autônomos e dando continuidade, ainda que em uma escala microscópica, à economia da maquinaria político-socialAutonomia (Filosofia)AutoavaliaçãoSubjetividadeÉticaEducaçãoSelf-evaluationSubjectivityEthicsEducation - BrazilAutonomy (Philosophy)Autonomia performativa em um cenário escolar : relatos de si e subjetividadesTese