Carvalho, Paulo Roberto de [Orientador]Bortolloti, Patrícia Aparecida2024-05-012024-05-012020.00https://repositorio.uel.br/handle/123456789/9223Resumo: Este trabalho investigou de que forma as condições de vida na contemporaneidade capitalista produzem uma subjetividade individual e coletiva que tende cada vez mais ao mal-estar O objetivo dessa pesquisa foi, portanto, colocar em evidência modos de sofrimento que decorrem das relações sociais contemporâneas, diagnosticando a natureza do mal-estar que delas emergem, bem como os tipos de sintomas que se produzem neste contexto Adotou-se, como hipótese, a teoria de que os modos de sofrimento disseminados nas coletividades estão intrinsecamente relacionados com a organização socioeconômica vigente Esse mal-estar pode ser reconhecido objetivamente por meio do aumento dos diagnósticos psicopatologizantes individualmente atribuídos, mas também em sua dimensão coletiva, pela observação da crescente individualização dos membros da sociedade, gerando fenômenos de isolamento De modo concomitante, observa-se o aumento da violência em suas dimensões reais e simbólicas e o aumento do número de suicídios Entendendo a subjetividade como uma produção social que se dá dentro de um determinado sistema hegemônico, sustentou-se a hipótese de que o mal-estar na contemporaneidade é resultado da produção de uma subjetividade capitalista que se dissemina em escala planetária Diante disso, este trabalho atendeu a necessidade de diagnosticar o sofrimento que emerge dos atuais modos de vida atravessados pelos imperativos de produtividade e consumo Construiu-se assim um diagnóstico de enunciadores sociais desse mal-estar em uma direção contrária à naturalização das formas de sofrimento vigentes Para que fosse possível uma aproximação com a complexidade da questão, o método escolhido foi o teórico interdisciplinar, no qual diferentes áreas do conhecimento foram colocadas em interlocução com o objetivo de alcançar a complexidade do real, ultrapassando o saber compartimentado que se distancia do sujeito do meio social Assumiu-se, ao mesmo tempo, uma postura metodológica e política em criar, na pesquisa, um distanciamento de teorias normativas e individualizantes, paralelas à aproximação de leituras que definem o sujeito em função de sua constituição no social Diante disso, a pesquisa colocou em interlocução psicologia social, psicanálise, filosofia, sociologia e história para traçar diagnósticos sobre as novas formas de mal-estar emergentes na contemporaneidade Os fenômenos ligados ao distanciamento afetivo, ao processo de individualização da sociedade, ao narcisismo exacerbado, a violência e ao suicídio foram tratados como sintomas de um sofrimento ainda em busca de modos de expressão Ao final da pesquisa, foi possível verificar que a sociedade atual se constituiu enquanto individualista, narcisista, niilista e espetacular O mal-estar contemporâneo emerge desse processo de individualização atrelado ao narcisismo, em uma sociedade mediada fundamentalmente pela imagem Dessa maneira, a espetacularização da vida está diretamente ligada à produção da violência e do suicídio, sendo estes entendidos como sintomas decorrentes do modo de produção capitalista, que se configura enquanto um sistema que aniquila o campo da subjetividade, reduzindo à existência possibilidades simplificadas de consumo e espetáculoPsicologiaMal-estarCivilizaçãoSubjetividadeO ContemporâneoPsychologyMalaiseCivilizationSubjectivityContemporary, TheLeituras do mal-estar na contemporaneidade capitalista : construindo diagnósticos do presenteDissertação