Silva, Ana Maria Rigo [Orientador]Santos, Graziela Maria Gorla Campiolo dos2024-05-012024-05-012016.00https://repositorio.uel.br/handle/123456789/15781Resumo: Introdução: O consumo insuficiente de frutas, legumes e verduras encontram-se entre os dez principais fatores de risco para a carga global de doenças em todo o mundo Objetivo: Analisar barreiras percebidas para o consumo de frutas e de verduras ou legumes em uma amostra com 44 anos ou mais do município de Cambé, Paraná Método: Estudo transversal que faz parte de um projeto mais abrangente denominado “Doenças Cardiovasculares no Estado do Paraná: Mortalidade, Perfil de Risco, Terapia Medicamentosa e Complicações” (VIGICARDIO) Em 211 foi realizado um estudo de base populacional no município de Cambé (PR), em que foram entrevistados 118 sujeitos de 4 anos ou mais de idade Em 215, os mesmos sujeitos foram novamente procurados e 884 aceitaram participar novamente do estudo O presente estudo considerou apenas os dados coletados em 215 Após algumas exclusões por falta de informações a respeito das principais variáveis deste estudo, a amostra foi composta por 877 adultos de 44 anos ou mais de idade Os dados foram coletados entre março e outubro de 215 por meio de entrevistas domiciliares As barreiras para o consumo de frutas e de verduras ou legumes foram levantadas em perguntas sobre cinco possíveis barreiras: não gostar do sabor; família não tem o hábito/costume; custo pesa no orçamento da família; necessidade do preparo e falta de tempo para ir ao mercado/feira com frequência para comprar estes alimentos frescos Foram também levantadas informações sobre características sociodemográficas e frequência semanal de consumo de frutas, verduras ou legumes Para a análise de associação entre as barreiras percebidas e as variáveis sociais e demográficas foi utilizada a regressão logística binária, com análises brutas e ajustadas Resultados: Dos entrevistados, a maioria era do sexo feminino (55,9%), pertenciam à faixa etária de 5 a 59 anos (38,1%), 6,2% se declararam brancos, 44,7% tinham até quatro anos completos de estudo, 64,4% foram classificados no nível econômico C ou inferior e 65,4% referiram ser casados (as) Quanto ao consumo irregular de frutas (menor que cinco dias por semana) a prevalência observada foi de 42,5% sendo superior nos homens, entre os com idade entre 44 e 49 anos, entre os que referiram cor da pele parda/preta/indígena, com 5 a 8 anos de estudo e entre os com menor nível econômico Em relação ao consumo irregular de verduras ou legumes (menor que cinco dias por semana), a prevalência foi de 3,2% e foi superior entre os homens, entre os que referiram cor da pele parda/preta/indígena, com menor escolaridade e entre os indivíduos com menor nível econômico Em relação às barreiras para o consumo de frutas, a mais mencionada foi o “custo pesa no orçamento da família", com prevalência de 57,7% A chance de apresentar esta barreira foi significativamente maior entre as mulheres (OR=1,93; IC95%=1,45-2,57) e nos que tinham escolaridade entre e 4 anos (OR=1,57; IC95%=1,7-2,31) A barreira a "família não tem hábito/costume de consumir frutas" foi citada por 16,4% da amostra e a chance de apresentar esta barreira foi maior entre os indivíduos com idade entre 5 a 59 anos (OR=2,1; IC95%=1,3-3,1) A barreira "falta de tempo para ir ao mercado/feira com frequência para comprar frutas frescas" foi citada por 8,% da amostra e a chance de apresentar esta barreira foi maior entre as mulheres (OR=1,79; IC95%=1,3-3,12) e entre os que não tinham companheiro (OR=1,92; IC95%=1,14-3,24) A barreira "necessidade de preparo" foi citada por 7,6% da amostra e a chance de apresentar esta barreira foi maior entre os indivíduos da faixa etária de 44 a 49 anos (OR=2,37; IC95%=1,1-5,12) e 5 a 59 anos (OR=2,35; IC95%=1,22-4,51) A barreira “não gostar do sabor das frutas” foi citada por 6,2% da amostra e não foi associada a nenhuma variável sociodemográfica Quanto às barreiras para o consumo de verduras ou legumes a mais mencionada foi o “custo pesa no orçamento da família", com prevalência de 49,9% A chance de apresentar esta barreira foi maior entre as mulheres (OR=1,63; IC95%=1,23-2,16), indivíduos com até 4 anos de estudo (OR=1,79; IC95%=1,22-2,63) e com nível econômico B e C (OR=2,1; IC95%=1,1-3,99) A barreira a "família não tem hábito/costume de consumir verduras ou legumes" foi citada por 1,9% da amostra e não foi observada associação com as variáveis sociodemográficas A barreira "necessidade de preparo" foi citada por 9,7% da amostra e a chance de apresentar esta barreira foi maior entre as mulheres (OR=1,69; IC95%=1,3-2,76) A barreira "falta de tempo para ir ao mercado/feira com frequência para comprar verduras ou legumes frescos" foi citada por 7,6% da amostra e não foi observada associação com as variáveis sociodemográficas A barreira “não gostar do sabor das verduras ou legumes” foi citada por 6,6% da amostra e a chance de apresentar esta barreira foi maior entre os indivíduos com cor da pele parda/preta/indígena (OR=2,43; IC95%=1,38-4,26) Conclusão: Mais de 4% dos indivíduos apresentava consumo irregular de frutas e 3% o de verduras ou legumes A principal barreira percebida para o consumo de frutas e de verduras ou legumes foi relacionada ao custo destes alimentos, seguida pela falta de hábito da família Estes achados podem ajudar na orientação de políticas públicas que objetivem o aumento do consumo de frutas, legumes e verdurasAlimentosConsumoPolíticas públicasNutrição e saúde públicaFood consumptionPublic policyBarreiras para o consumo de frutas e de verduras ou legumes em indivíduos de 44 anos ou mais do município de Cambé, ParanáDissertação