Lanza, Líria Maria BettiolSantos, Eliezer Rodrigues dos2024-10-252024-10-252024-04-19https://repositorio.uel.br/handle/123456789/18259A vivência de rua e o uso abusivo de substâncias psicoativas são dilemas enfrentados em diferentes cenários da realidade brasileira. Esse contexto é repleto de complexidades, adensadas pelas vivências de mulheres que experimentam a maternidade na rua, sendo o cuidado, no âmbito da saúde, um dos elementos mais significativos, no que se refere às ações de proteção social. A partir de um estudo etnográfico e qualitativo, essa pesquisa objetivou: Analisar as percepções das mulheres que passaram pela experiência da maternidade nas ruas e, contra sua vontade, tiveram os vínculos mãe-filho rompidos, total ou parcialmente, motivado pela condição de rua. Para tanto, busca identificar a existência de um possível sistema de conceitos, saberes que essas mulheres mobilizam de cuidado em saúde; entender o modo como elas receberam e como avaliam tais processos; problematizar o significado que a retirada (ou possível retirada) dos filhos teve para essas mulheres; compreender em que medida as ações de cuidado adotadas pela política de saúde aproximam-se da realidade vivida. A partir de um estudo etnográfico e qualitativo, foram realizadas observações participantes pelo pesquisador durante sua rotina de trabalho como assistente social nos serviços que atendem essa população, entre 2019 e 2021, três entrevistas em profundidade com mulheres atendidas por ele. Nos resultados, foi possível observar que as mulheres participantes dessa pesquisa em nenhum momento, mesmo na infância e adolescência, foram recipientes passivos e vítimas inertes de sua história de vida. No entanto, no esteio da fragilidade dos sistemas protetivos, com destaque para o escopo preventivo, e na manutenção do patriarcado, racismo estrutural/institucional, formas de exposição aos riscos sociais e violências desde a mais tenra infância, concorreram para a experimentação da vivência de rua. A pesquisa indicou que, no cotidiano da vivência na rua, embora haja pontos de confluência, as mulheres tomam decisões e escolhem as estratégias de subsistência, pautadas em critérios, desejos, pactos de convivência, análises de contexto, atrelados às suas histórias, às perspectivas de futuro e à existência de políticas públicas, em especial da saúde. O processo de análise e interpretação do cuidado em saúde acompanha a linha ascendente de complexificação de suas relações com atores e com serviços, o que delineia suas formas de interpretação do cuidado. Embora haja uma percepção mais clara dos processos de cuidados no âmbito das tecnologias duras (internações, medicamentos, cirurgias, etc.). Há relevantes alusões valorativas às tecnologias leves, mais presentes no cotidiano e expressas nos processos dialógicos e fortalecimento de vínculos, com profissionais de saúde e com seus pares.porPopulação em Situação de RuaMulher em Situação de RuaMaternidadeSaúde da MulherSaúde Materno-InfantilCuidado em saúdeServiço social - Aspectos sociais - ParanáPolítica socialPessoas em situação de ruaMaternidadeMulheres - Saúde e higienePsicotrópicosAssistentes sociais - Londrina (PR)O cuidado à saúde materno-infantil na rua: a percepção de mulheres que experimentam a maternidade em situação de rua na cidade de Londrina/PRTeseCiências Sociais Aplicadas - Serviço SocialCiências Sociais Aplicadas - Serviço SocialHomeless PopulationHomeless WomanMaternityWomen's HealthMaternal and Child HealthHealth careSocial service - Social aspects - ParanáSocial policyHomeless peopleMotherhoodWomen - Health and hygienePsychotropicsSocial workers - Londrina (PR)