Benassi, Marta de ToledoPortela, Claudimara da Silva2025-05-262025-05-262025-02-24https://repositorio.uel.br/handle/123456789/18817O Brasil, maior produtor e segundo maior consumidor de café do mundo, apresenta um mercado diversificado, mas no qual a tradição ainda impacta o comportamento do consumidor, e os dados disponíveis na literatura sobre possíveis tendências são escassos e pouco atualizados. Este trabalho investigou o perfil do consumidor brasileiro de café em três etapas: (1) definição de limiares hedônicos de adição de açúcar para consumidores de bebida adoçada (CBA) e não adoçada (CBNA); (2) comparação do comportamento de consumidores brasileiros e norte-americanos, a partir de dados de mídia social, considerando as diversidades regionais no Brasil (cinco regiões: Sudeste, Sul, Centro-Oeste, Nordeste e Norte) e Estados Unidos da América (quatro regiões: Oeste, Meio-Oeste, Nordeste e Sul); (3) coleta de informações sobre hábitos de consumo, preparo e compra, interesses e grau de informação sobre o produto para observar tendências do mercado nacional. Na primeira etapa, identificou-se que a bebida adoçada com 12% de sacarose foi a mais aceita pelos CBA. Determinou-se que é possível empregar teor de sacarose de até 9,67% (Limiar de Aceitação Comprometida, LAC), correspondente a uma redução de até 18%, sem comprometer a aceitação e reduzir até 52% (Limiar de Rejeição Hedônica, LRH = 5,61%) sem gerar rejeição sensorial. Consumidores que já estavam reduzindo o consumo de açúcar apresentaram maior flexibilidade, permitindo reduções de até 55% (LAC = 6,54%). Sugere-se como estratégia para redução de sacarose, que ela seja gradativa e aliada à informação sobre os benefícios de menor consumo de açúcar. CBA e CBNA apresentaram diferentes percepções em relação a bebida, mostrando que estudos de aceitação com café devem ser segmentados entre esses públicos. Na segunda etapa, uma análise de postagens no microblog “X” (antigo Twitter) revelou diferenças comportamentais entre brasileiros e norte-americanos. Enquanto, os brasileiros destacaram mais aspectos como qualidade do café (16%) e saúde e disposição (15%), os norte-americanos priorizaram socialização e local de consumo (24%). Os dados indicam que o Brasil, com maior diversidade interna, vivencia a terceira onda do café, enquanto os Estados Unidos estão em transição para a quarta onda, com comportamento mais homogêneo. Por fim, uma pesquisa com 1.200 consumidores de todas as regiões brasileiras confirmou que o consumo de café é um hábito cultural, iniciado na infância (até 12 anos de idade) em ambiente familiar e associado à rotina e socialização. A preferência por cafés de torra média, presença de certificações de qualidade e métodos diferenciados está em alta, impulsionada por consumidores que se autodefiniram como entusiastas e de maior renda. Observou-se crescimento no consumo de cafés gourmet, espresso e especiais, bem como nas compras online e em cafeterias. No entanto, ainda há pouco conhecimento sobre os benefícios à saúde da ingestão do produto, ressaltando a necessidade de maior disseminação de informações. Enquanto consumidores CBA buscam reduzir o uso de açúcar, os consumidores CBNA mostram maior interesse por inovação e qualidade, explorando torra, origem e métodos de preparo. Com base nas informações obtidas, observou-se tendência de modernização e diversificação nos hábitos do consumidor brasileiro, com a necessidade de direcionar o mercado cafeeiro para atender a novas demandas.porConsumoMídias sociaisAçúcarLimiares hedônicosConsumidor brasileiro de café: hábitos e tendênciasBrazilian coffee consumer: habits and trendsTeseCiências Agrárias - Ciência e Tecnologia de AlimentosCiências Agrárias - Ciência e Tecnologia de AlimentosConsumptionSocial mediaSugarHedonic thresholds